Capítulo 13

321 34 2
                                    

— Como vamos pagar por isso?

Anahi avaliou o interior da luxuosa limusine, e relanceou o olhar para o motorista, impecavelmente vestido.

— Sou uma celebridade famosa.

— E modesta. — ela completou com um sorriso afetado.

— Veja isso! — Alfonso exclamou ao descobrir o botão do teto conversível. — E há um bar repleto de bebidas finas! Temos tam­bém televisão, se pegarmos algum congestionamento, e alguns petiscos.

— Tente não quebrar nada. Não poderemos pagar, se tivermos de consertar alguma coisa.

— Não preocupe sua linda cabeça com nosso orçamento. Meu agente acabou de negociar um novo contrato, e fui informado de que minha produtora também terá um aumento.

— Quem lhe contou?

— Um de meus informantes. Afinal, minha brilhante produtora foi a responsável por Bom dia, Alfonso atingir o pico da audiência.

— E que recompensa sua brilhante produtora terá?

— Ainda não decidi... — Beijou-a de leve nos lábios.

— Eu já lhe disse que você está linda esta noite? Essa blusa é nova?

— Não e sim. Não me disse que estou linda, e esta blusa é nova. Você também está muito elegante.

— Sabe o que acabei de descobrir?

— Não. O quê?

— Que eu não a vi o dia todo.

— Você me viu de manhã, no estúdio.

— Mas estávamos trabalhando. Quando chegamos em casa, você ficou ocupada arrumando-se para a premiação, e não me deu atenção.

— Sentiu saudade?

— Sim, muita...

Ele beijou-a com sofreguidão, envolvendo-a com os braços po­derosos. Quando finalmente se separaram, Anahi murmurou:

— Estou lisonjeada! Estamos casados há dez meses e ainda não está cansado de mim.

— Não há a menor chance de ficar cansado.

Ela se afastou, notando o interesse do motorista. Observou que Alfonso mexia no painel de botões e descobriu como erguia o vidro que os separava da cabine.

— Você já fez amor em uma limusine?

— Não... Alfonso, por favor, comporte-se!

Quando o motorista estacionou diante da entrada do clube, mo­mentos depois, eles mal tiveram tempo de se recompor.


— Admita, foi divertido.

— Nunca disse que não foi divertido. Você sempre foi diver­tido. — Anahi ergueu-se e se recostou no travesseiro. — Tem vivido momentos parecidos desde que parti?

— Não. Fiquei furioso quando você partiu, Anahi. — ele co­meçou calmamente.

De súbito, ela se arrependeu por ter feito a inocente pergunta. Sem querer, havia acionado o detonador que traria à tona confis­sões que não queria ouvir.

— O que diria se eu a abandonasse sem a menor explicação?

— Eu pensaria que você tivera razões para estar furioso.

Antes do AmanhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora