FINAL

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— Anahi? Você já se levantou?

— Sim. Fui à cozinha ligar a cafeteira.

— Que horas são?

— É muito cedo. Não pretendia acordá-lo.

— Não se preocupe. Estou feliz que tenha me acordado.

Ela se deitou ao lado dele, e as pernas se entrelaçaram como se tivessem vida própria. Apoiou a cabeça no ombro de Alfonso, acariciando-o com suavidade.

— Como está o ferimento? Está doendo?

— Não sinto nada, além de você...

Por alguns minutos, nada perturbou o confortável silêncio da casa, exceto a respiração suave de ambos.

— Gosto quando você se deita do meu lado. Seu corpo combina com o meu.

— Fico feliz que pense assim.

— Uma das primeiras coisas que notei quando nos conhecemos foi que éramos compatíveis fisicamente.

— Eu notei o mesmo. — ela disse com um sorriso.

— Deus, como senti sua falta! Desejava apenas abraçá-la. Isso me faz sentir bem. — Puxou-a para mais perto, saboreando a sen­sação.

— Eu também gosto quando me abraça.

Um espasmo de emoção dominou o rosto viril. Os profundos olhos verdes perderam-se nos dela. Avaliou a fisionomia de traços suaves, que as primeiras luzes da manhã faziam parecer ainda mais delicados. Os cabelos caíam em mechas encaracoladas sobre o rosto. Os lábios rosados e úmidos pareciam prontos para um beijo apaixonado.

Murmurou seu nome antes que as bocas se encontrassem.

— Você personifica a mulher que sempre fantasiei em minha adolescência. — confessou, na fração de segundo em que os lábios se separaram antes de um novo beijo, mais profundo e apaixonado.

— Por quê? — Foi a vez de Anahi indagar.

— Tudo em você é especial! Sua boca foi feita para mim...


Momentos depois, exaustos e saciados por se entregarem ao amor que os consumia, permaneceram deitados, com a respiração ofegante, assistindo ao desenho que os raios de sol projetavam na parede.

— Quero voltar a ser sua esposa, Alfonso. — ela disse num sus­surro.

— Você nunca deixou de ser minha esposa.

— Quero voltar para nossa casa.

— E para nossa cama?

— Sim. Definitivamente, quero voltar para nossa cama.

— E compartilhar nossas vidas?

— Até ficarmos velhos e ranzinzas.

— E quanto a filhos? O que acha da ideia de ser mãe?

— É apenas uma questão de tempo. — Voltou-se para ele com um sorriso travesso. — Você se deu conta de que não usamos nenhuma proteção?

— Any, eu... Eu não sei o que dizer! Você acha que...?

— Não sei. Vamos deixar que o tempo responda sua pergunta.

Com o peito explodindo de felicidade, ele envolveu-a em um abraço transbordante de paixão.

— E quanto ao trabalho que Abel ofereceu? Detesto ter de tocar nesse assunto, mas o dia já amanheceu, e você terá de dar uma resposta.

— Eu já dei uma resposta.

Antes do AmanhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora