Capítulo 12

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— Bem, aqui estamos. — Alfonso disse com suavidade ao entrar no quarto. Os lençóis de seda que cobriam a cama exalavam suave fragrância de alfazema, e o fogo crepitava na lareira, iluminando o quarto com um brilho de magia.

— Quer tomar um banho de banheira?

— Talvez mais tarde.

— Mais tarde? Isso significa que quer ir para cama tão rápido quanto eu?

— Sim, por favor. Está quase amanhecendo. Se não formos para a cama, não teremos uma noite de lua-de-mel.

— Não podemos deixar que isso aconteça. — Ele abraçou-a e a beijou na testa.

— Quer que a deixe alguns minutos a sós?

— Não é preciso.

— Então, deixe-me despi-la...

Esperou alguns instantes, receando ouvir alguma resposta ne­gativa e, quando ela não disse nada, inclinou a cabeça para admi­rá-la de alto a baixo. Os olhos se iluminaram pelo desejo, e os lábios macios estavam úmidos, convidando a serem beijados.

Ela retirou os sapatos e se aproximou.

O vestido de noiva, de corte simples e elegante, a deixava ainda mais feminina. Devagar, ele desabotoou as pequeninas pérolas que fechavam as costas, e deixou que a seda escorregasse pelo seu corpo. Deslizou os dedos sob a renda do sutiã e suspendeu-o pelos ombros.

— Não sei se a beijo, ou se simplesmente fico olhando para você... — ele murmurou.

— Por que não faz as duas coisas?

Depois de um beijo apaixonado, ele a tomou nos braços e co­locou-a na cama, para uma inesquecível noite de amor.


Anahi sentou-se no sofá ao ouvir um ruído na escada.

—Poncho? — disse em voz alta o nome que ecoava em sua mente. Levantou-se e abriu a porta, receando que ele não estivesse se sentindo bem. — Alfonso? O que está fazendo fora da cama?

— Você me chamou de Poncho.

— É mesmo? Não percebi.

— Sim... Nunca me chama assim, exceto quando fazemos amor.

— Acho que eu estava sonhando.

— Talvez tenha sido um sonho erótico.

O sorriso insinuante fez com que ela derretesse como mel aque­cido.

— Você não disse o que está fazendo fora da cama.

— Fiquei chocado quando a ouvi me chamar de Poncho... — Desceu os últimos degraus da escada e se deteve diante dela.

Tentou proibir seus olhos de percorrerem o corpo seminu, mas eles se moveram com vida própria.

— Suas pernas são lindas. — ele murmurou com voz rouca.

Meses atrás, quando viviam juntos como marido e mulher, ne­nhum deles se constrangia com a própria nudez diante do outro. No entanto, naquele momento, o pijama curto fez com que ela se sentisse nua. Os olhos de Alfonso percorriam seu corpo de alto a baixo e sentia-se exposta e vulnerável. Sua única arma consistia na hostilidade.

— E você veio até aqui para me dizer isso?

— Não, mas já que estou aqui... — E ergueu braço direito, num gesto significativo. — O efeito da anestesia está passando. 

Antes do AmanhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora