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Juliette quase pulou de susto quando sentiu uma mão cobrir sua boca no silêncio da madrugada. Ela teria gritado se não estivesse impedida de se mexer, porém o cheiro que veio junto com a pessoa fez com que ela relaxasse um pouco. Só podia ser Sarah.

— Shhhhhh — disse a loira de forma redundante, já que nem se Juliette quisesse ela poderia falar com a mão em cima de sua boca.

Sarah se acomodou embaixo do edredom e discretamente cobriu a cabeça das duas. Juliette encostou na parede e abriu espaço para Sarah se acomodar melhor na cama de solteiro, afinal durante aquela invasão a loira tinha praticamente deitado por cima dela. Ainda recobrando os sentidos depois de ser despertada daquela maneira, Juliette começou a se dar conta da proximidade de sua namorada fake, fato que costumava despertar as mais diversas reações em seu corpo.

— Tu quer me matar de susto! — sussurrou Juliette depois que Sarah removeu a mão que impedia sua fala.

— Vira pra lá, mozão — disse Sarah em voz alta, segurando o riso. — Eu quero ser a parte de fora da conchinha.

Juliette ergueu uma sobrancelha sem entender nada. Sarah deu uma piscada para ela e indicou que Juliette cobrisse o microfone para que pudessem conversar sem serem ouvidas. Juliette obedeceu e virou de costas para Sarah, que imediatamente se aproximou e encaixou o corpo no dela, passando um braço por sua cintura.

— Eles vão achar que eu vim dormir com você. Não se mexe — disse Sarah bem baixinho, com os lábios colados no ouvido de Juliette.

Agora o corpo de Juliette estava suficientemente desperto para sentir os efeitos da proximidade de Sarah. Os seios da namorada estavam colados em suas costas, e suas pernas haviam se entrelaçado durante a aproximação. O encaixe é perfeito, pensou Juliette, se martirizando logo em seguida. Como tu é trouxa, mulher.

— A gente precisa ganhar essa prova — continuou Sarah, sempre focada no jogo. — Ninguém vai desconfiar do nosso namoro se a gente vencer, e ainda por cima a gente se livra do paredão dessa semana.

Juliette concordou com a cabeça.

— A gente ganha, Sarah. Eu já sabia um monte de coisa sobre ti antes da gente começar esse seu plano.

Sarah riu perto do pescoço de Juliette, que sentiu o calafrio percorrer suas costas. Seus mamilos endureceram na mesma hora e ela agradeceu por estar embaixo do edredom, longe dos olhos de todos — principalmente da própria Sarah.

— Tá dizendo que eu falo demais? — brincou Sarah.

— Tô dizendo que eu te conheço, só isso.

Sarah se aproximou ainda mais e abraçou a morena com força.

— Obrigada por topar esse plano comigo.

Em seguida, ela beijou a bochecha de Juliette, que sentiu o rosto queimar. Sarah se aconchegou na cama e, dentro de alguns minutos, sua respiração ficou mais lenta. Juliette mal conseguiu pregar os olhos pelo resto da noite.


*****


Já passava das duas da tarde quando Sarah e Juliette sentaram em um canto do gramado afim de se isolar dos outros moradores da casa. Assim como seus concorrentes, elas haviam combinado um intensivão de conhecimento sobre as coisas que gostavam, abordando toda e qualquer informação que poderia ser questionada por Tiago no dia da Prova de Amor.

— Pensa nas coisas que você falou na seletiva do programa — disse Sarah. A loira estava completamente focada naquela tarefa, como sempre ficava em assuntos relacionados ao jogo.

Enganando BoninhoOnde histórias criam vida. Descubra agora