Epílogo

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O Centro Cultural Juliette Freire estava todo decorado com bandeirinhas de festa junina ("É São João, Sarah!", insistiu Juliette ao tentar preservar suas tradições locais). A rua na frente da casa havia sido fechada e totalmente ocupada por barracas de brincadeiras típicas e comidas da época, como pamonha, paçoca, doce de abóbora, bolo de milho, curau e, claro... cuscuz. A ideia era agregar tradições de vários lugares do Brasil, já que os convidados do evento vinham do país inteiro.

Gil passou de mãos dadas com Lucas por entre as crianças que brincavam de pescaria em uma das barracas.

— Tô engatilhado, parece aquelas provas de bate e volta.

Lucas deu risada e os dois seguiram para dentro da casa, onde alguns outros ex-BBBs já se encontravam sentados pelos bancos enfileirados no centro da área aberta. O casal cumprimentou animadamente Bil, um dos primeiros eliminados, que por sorte não teve muito tempo para se envolver nas polêmicas do programa. Felizmente, ele não trouxe acompanhante. Fiuk passou pelo grupo acenando rapidamente, afinal precisava sair para fumar um cigarro.

Camilla e João fizeram uma festinha quando encontraram Lucas e Gil. Todos se abraçaram animadamente; os conflitos do programa há muito deixados para trás. Quer dizer...

— Tu sabe se Carla vem? — perguntou Gil para Camilla.

— Ela não gostou muito da brincadeira da Juliette no convite.

Camilla deu uma risadinha junto com João. Gil e Lucas ficaram curiosos.

— Que brincadeira, bicha? Tô sabendo de nada.

— Ela mandou o convite só com o endereço, sem falar qual a data e a hora — disse Camilla. — E no verso tinha um recado dizendo: "tá vendo como é bom contar as coisas pela metade?"

Os quatro caíram na gargalhada. A conversa animada só foi interrompida quando um trio musical no canto da sala se posicionou com seus instrumentos e os convidados levantaram em estado de atenção.

A marcha nupcial em versão acústica ressoou pelo ambiente. O ritmo era marcado pelo toque do triângulo, instrumento musical favorito de Juliette, que não podia faltar naquele momento. A cerimônia, apesar de receber cerca de 200 convidados, não tinha a pompa e o luxo de um casamento de gente famosa. Além dos amigos feitos no confinamento do BBB, Sarah e Juliette não convidaram nenhuma celebridade ou imprensa. Aquele era o momento delas.

Sarah foi a primeira noiva a despontar pelo corredor. Ela usava um vestido branco longo, todo bordado, elegante em sua simplicidade. Os cabelos louros estavam presos em um rabo de cavalo e seus olhos verdes foram realçados pela maquiagem leve. Ela entrou de braço dado com sua mãe, que a levou até o altar montado no centro da sala. Ele estava decorado com alguns galhos e ramos de árvores, além de flores brancas e os cactos que Juliette tanto gostava.

Sarah acenou para os amigos quando passou por eles. Gil já estava em prantos antes mesmo da primeira noiva chegar ao altar. Sarah então se despediu da mãe e se posicionou de frente para a plateia, à espera da mulher que amava.

Juliette entrou pouco depois. Ela usava um conjunto de calça e blazer brancos e um top de seda rosa claro por baixo. Os cabelos estavam soltos, lindos, e a maquiagem perfeita como sempre — apesar de não ter sido feita por ela mesma. Pelo menos no dia do seu casamento, ela merecia uma folga. Juliette carregava um pequeno buquê de flores delicadas e extremamente coloridas, combinando com sua personalidade.

Fátima, a mãe de Juliette, deixou a filha diante do altar e deu um beijo em seu rosto. As duas se abraçaram com emoção. Em seguida, Fátima cumprimentou Sarah, abençoando a união das duas. Sarah e Juliette finalmente deram as mãos e se olharam de perto, apreciando cada detalhe que tinham preparado para aquele dia tão especial.

Enganando BoninhoOnde histórias criam vida. Descubra agora