Capítulo 1

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Dois anos depois...

Nunca imaginei que chegaria onde cheguei, e que me tornaria uma das melhores modelos da França. As coisas mudaram tanto, que agora com vinte anos, penso de uma maneira completamente diferente de como pensava quando tinha dezessete. Daqui a alguns dias voltarei ao México. Eu sabia que ficaria aqui por bastante tempo, mas não imaginava que seria tanto. Sinto muita falta da Dulce e do meu irmão. Que inclusive, continuam namorando, apareceram alguns problemas mas os dois conseguiram superar juntos.
Eu não queria voltar ao México agora, mas é necessário, não posso morar aqui para sempre, embora eu ame Paris, minha casa é o México, é lá que tenho que ficar. Posso participar de desfiles por lá, e manter minhas redes sociais sempre ativas.
Ouvi alguém tocar a campainha e em seguida, meu mordomo veio avisar que era Caroline. E, o colega de apartamento dela, é o Mauro. Ele mora em Paris desde que seus pais se divorciaram. Nesses anos nossa amizade apenas cresceu, sinto que posso contar com ele para tudo.
Desci as escadas e fui até a sala.

Bonjour mon amour, comment va tu? — perguntei.

—Bien et toi?

—Excellent!

Durante esses anos, tive várias aulas de francês, e nunca deixei de praticar. Caroline é muito incrível e me ajudou demais com isso.

—Ansiosa para voltar ao seu país?

—Bom, confesso que deixar essa casa vai fazer com que fique triste. Mas estou ansiosa porque morro de saudades do meu irmão e da Dulce.

—Ah. Diga a ela que quando puder vou visitá-los.

—Direi. Mulher, e eu que não te convidei pra sentar! Senta, por favor. — ri.

Sentamos nos sofás, uma de frente para a outra.

—Sem problemas. Mas me conta, como vão as coisas na agência?

—Ótimas. Bom, você sabe dos problemas que tive com a Cristine, mas fora isso está tudo certo.

—Eu avisei a você, a Cristine é muito certinha e gosta das coisas feitas como ela quer.

—Ela é osso duro de roer. Pobre do marido. — rimos.

—Falando em marido, e sua vida amorosa, como está?

—Que vida amorosa? Onde você viu? Está em baixo do sofá? Eu não estou vendo!

—Deixa de ser boba. Estou falando sério.

—Bom, você já sabe do Sebastian. Depois dele só fiquei com alguns franceses nós desfiles. Inclusive, alguns me prometeram o mundo, outros disseram que me levariam para ilhas paradisíacas... — ri.

—Os franceses ficaram doidos ao ver uma mexicana tão linda como você por aqui.

—Ficaram nada! — rimos.

—Mas e o presente?

—Continua guardado.

—Angie, eu acho que você precisa abrir. Você precisa tirar esse peso de si. Desde que veio morar aqui, tem o olhar distante, e sei que está pensando nele.

—Eu sei que preciso abrir, mas não sei se quero.

—Ele te deu um presente de aniversário a dois anos atrás, você precisa abrir e ver o que é, ver o que você sente, se é que ainda sente algo por ele.

—Eu sinto. Jamais consegui removê-lo dos meus pensamentos, do meu coração. E eu disse isso a ele, disse que do meu coração ele jamais sairia.

Você falou com o Mauro?

—Sim. Ele concorda com você. Disse que eu preciso abrir o presente.

—Mas, você tem medo? Ou, sei lá...

Ecos De Amor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora