Capítulo 3

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Antes de descer, sequei meu rosto, porque tinha chorado um pouco. Então desci as escadas e fui até a sala.

—Angie!

—Oi, tudo bem? — demos um abraço.

—Tudo. Mas e você como está? Parece triste. — sentamos no sofá.

—Bom, triste não é a palavra. É que a Caroline esteve aqui a pouco e me encorajou a abrir o presente, e eu abri.

—Sério?!

—Sim, olha, ele me deu esse pingente de coração. Ele tem a outra metade. Cheguei a perguntar pra Dulce se ele usava quando ela estava no terceiro ano, e ela disse que sim.

—Fico feliz! Mas você contou pra ela?

—Não. Eu não sei o que vai acontecer quando eu voltar pra casa, mas se eu não reencontrar o Sebastian, nada vai acontecer. Agora, se eu reencontrar ele, dependendo do que acontecer, vou contar a ela e ao meu irmão, bom, a minha família.

—Acho que você faz bem. Mas por que você não conta logo?

—Se eu contar agora, falar para o Christopher que ele me fez sofrer, ele vai procurar ele igual um louco, e isso não vai dar bom.

—Ah sim. Entendi. Eu sei disso melhor que qualquer um, né? Já levei uma surra do seu irmão, e cá entre nós, não levaria de novo. — rimos.

—Imagino. Mas agora que somos amigos, inclusive, já avisei ele que somos amigos, ele está mais tranquilo.

—Que ótimo. Mas me fala... Tem espaço para mais um no avião?

—Como assim?

—Eu quero voltar. Não pra ficar, mas quero ver minha mãe. Acho que não deveria ter feito o que fiz. Pensei que não iria suportar ver meus pais separados, mas, como você sabe, decidi ficar com minha mãe e mudar de cidade, no fim, não quis continuar e me mudei pra cá.

—Inclusive, foi uma enorme coincidência nos encontrarmos aqui. — ele sorriu. —Eu acho que você deveria ter ficado com sua mãe, apoiando ela e dando forças para seguir em frente. Mas enfim, não se torture mais. Como ela está?

—Bem. Está tudo bem. Meu pai agora se casou com a amante... E não sei ao certo mas parece que vou ter um irmão. — ele revirou os olhos.

—Sério? Puxa. Deve ser difícil pra você.

—Agora já não é tanto quanto antes.

—E sua mãe continua em Oaxaca?

—Não. Ela decidiu perdoar meu pai e esquecer de tudo, e voltou para a Cidade do México.

—Ah entendi.

—Fazem uns seis meses que ela voltou. Com toda a correria no trabalho, nem tive tempo para te contar.

—E eu não tive tempo pra te ouvir. Meu Deus, aquela agência de modelos é um caos.

—Nem me fale. As vezes nos intervalos das reuniões eu tentava te encontrar por lá, pra conversarmos, mas nunca te encontrava.

—Bom, é que são muitas modelos, né?

—Muitas. Eu pedi férias, e como não tinha a dois anos, me liberaram por dois meses.

—Ah! Que bom, fico muito feliz! E respondendo sua pergunta, sim, podemos voltar juntos ao México City.

—Obrigado. Inclusve, acho que vou precisar de ajuda, caso meu pai... bom, queira falar comigo.

—Não se preocupe. Estarei ao seu lado, amigos são pra isso né?

—Juntos nas horas boas e nas horas ruins.

—Isso aí.

—Mas voltando ao assunto anterior... Depois de abrir a caixa com o pingente, como você se sentiu? Ainda sente algo por ele?

Ecos De Amor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora