Capítulo 4

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—Ai... Eu até esqueci de falar, além do pingente, tinha uma carta.

—Sério?!

—Sim. Na carta ele falava que me amava muito, e que se eu decidisse, algum dia poderíamos ficar juntos.

—Angie, você sabe que tem a possibilidade de...

—Eu sei. Existem várias possibilidades. Entre elas, ele pode ter deixado de me amar, ter casado, ter filhos. Eu não sei nada sobre ele. A primeira e única vez que perguntei a Dulce sobre ele, foi hoje quando liguei.

—Mas acho que um amor tão forte como o de vocês dois, vai além da eternidade... — sorri fraco. —Então você, não sabe nada sobre ele?

—Não. Depois de tudo que conversamos naquele dia, eu não quis mais saber dele.

—Entendo. Mas, você continua amando ele, não é? Senão, por que estaria usando o pingente.

—Sim. Eu o amo. Sebastian foi o primeiro homem que roubou todos os meus pensamentos, e o meu coração.

—Eu amo te ver assim, sabe? Com esperança, com esse sorriso lindo.

—Mauro, me fala. E sua vida amorosa...?

—Bom, depois que me interessei por você naquela época, nunca mais demonstrei sentimentos a ninguém.

—Mas, você tem alguém?

—Acho que não. Eu já tive umas quedinhas por algumas modelos, mas nada além disso.

—É, acho que vamos ficar pra titios.

—Eu realmente espero que você não fique. — sorrimos. —Bom, Angie, eu já vou. Obrigado por tudo.

—Eu que agradeço por tirar um tempo pra me ver. Então, nos vemos daqui a três dias?

—Sim. Eu te pego e vamos juntos para o aeroporto.

—Ok.

Demos um abraço e ele saiu. Voltei ao meu quarto e avisei ao Xavier — meu mordomo — que não queria ser incomodada, a não ser que Mauro ou Caroline voltassem, o que acho que não vai acontecer.
Reli a carta duas vezes, chorei mais duas vezes, não tirei as mãos do pingente e ali, olhando para o teto se passaram horas.
Quando levantei da cama, observei pela janela a vista, que de muito longe, dava para ver a Torre Eiffel, um lugar que mesmo estando aqui em Paris a tanto tempo, visitei apenas quatro vezes. Fui até a cozinha e jantei, logo voltei ao quarto tomei um banho demorado e relaxante. Coloquei um pijama longo, porque estava frio, e então me deitei, me cobri e mandei uma mensagem no grupo Saudade. Apenas disse: “Tenham uma boa noite, amo vocês.” Depois que Dulce criou esse grupo, raramente falamos no privado, só nos comunicamos por aqui. Tem sido incrível, embora é claro, eu prefira vê-los pessoalmente.
Depois de muitas voltas na cama, acabei adormecendo.

[...]

—Bom dia senhorita. — ouvi Xavier dizer enquanto abria as cortinas da janela.

—Bom dia! — sentei na cama. —Alguma novidade.

—Não, nenhuma.

—Ok, pode se retirar.

Ele assentiu e saiu do quarto.
Seguro meu pingente novamente, e mais uma lágrima escorre. Não vejo a hora de voltar a Cidade do México. Preciso saber se Sebastian ainda sente algo por mim, assim como eu sinto por ele.

Ecos De Amor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora