Capítulo 14

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Eu aproveitei aquele momento pra concluir que a minha vida é bem monótona e não faz sentido nenhum, apesar do que estar acontecendo ser motivo para muitos surtos internos. Lino e eu ficamos cinco minutos nos encarando até ele resolver se sentar do meu lado e nós dois começarmos a encarar o chão que parecia bem interessante no momento.

Eu sei que eu devia começar a questionar já que fui eu quem interrompi o momento, mas eu estava com vergonha de perguntar o que isso significava. E meio que ne, já tava bem na cara o que eu iria perguntar, tenho certeza que Lino não é tão lerdo como aparenta ser e entenderia.

Mas eu tive que esperar mais cinco minutos pra entender que ele realmente não iria falar nada se eu não falasse primeiro.

- Por que você me beijou?

Minha voz saiu tão falha que até senti um incomodo na garganta, mas tratei de olhar pra ele mesmo que eu estivesse sentindo meu rosto queimar em vergonha. Suas mãos estavam sobre as pernas enquanto ele olhava para os próprios pés, não consegui olhar sua expressão até que ele realmente se virasse pra mim. Ele não estava sério, mas também não estava sorrindo, também não parecia que o processador travou por causa do surto, na verdade ele não parecia nada abalado.

- As pessoas normalmente se beijam porque se gostam. Você conhece outro motivo?

Se meu rosto já estava ardendo em chamas, agora o meu corpo todo estava rolando na brasa do inferno. Isso obviamente significa que ele gosta de mim certo?

Puta que pario moço, uma declaração dessas na frente da minha salada! Como se não tivesse dito nada chocante, Minho segurou as minhas mãos firmemente e eu só me senti ainda mais nervoso.

Hora do debate moças, eu gosto de Lee Minho? O que vai rolar depois disso? Eu não tô pronto pra começar alguma coisa, ter um mal entendido e ficar arrependido de não ter feito nada antes pelo resto da minha vida, aprendi em doramas que o arrependimento é a pior coisa da vida.

- Você não precisa dizer nada sobre isso agora, Jisung. Eu entendo que talvez isso seja repentino pra você, mas eu sinto isso já faz um tempo. Só nunca tive coragem suficiente pra tomar alguma atitude... - Ele diz me olhando nos olhos, eu não faço ideia de como ainda consigo manter a cabeça erguida.

- I-isso parece confuso, sabe... É que... Ah, eu não sei dizer! - Fiquei um pouco frustrado de não conseguir colocar em palavras o que eu penso.

Não posso descartar Minho, não é como se eu sentisse apenas amizade por ele, mas não tenho tanta certeza sobre isso. Me dá raiva pensar que era só simplesmente dizer "uou, eu também", mas daí eu ficaria em conflito comigo mesmo por não ter resolvido os meus sentimentos antes de entrar nisso tudo.

- Tudo bem Sung, não precisa falar nada disso agora. Nós podemos agir de uma forma mais íntima sem nada sério? Se você não quiser, não faremos nada até você se decidir. E se caso aceitar e não quiser mais, eu caio fora.

- Não é uma má ideia, mas não vamos tão rápido ok...?

Ele assentiu e nós nos encaramos por vinte segundos.

E foi dessa forma que nós dois fomos dormir de conchinha, mesmo que no fim das contas Minho tenha me chutado tanto que eu decidi ir dormir no tapete do quarto.

[...]

A manhã começou com "tá tranquilo, tá favorável" tocando super alto no andar de baixo da casa, além dos gritos e berros dos meninos no lado de fora do quarto. De brinde com tudo isso, acordei dando de cara com os olhos grande de Lino me encarando em cima da cama, os cabelos estavam uma bagunça e ele tava com a cara toda amassada.

Chicletes • Minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora