Capítulo 18

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— Fala sério, essas formigas parecem ter saído de um filme de terror. — Comenta Octavia olhando para uma das caras das formigas bala que tinha em sua mão.

O rosto delas era monstruoso; tinham pinças gigantes na boca que se abriam e fechavam repetidas vezes e os olhos eram assustadoramente gigantes, só pelo rosto elas pareciam verdadeiras vespas venenosas, mas só que sem as asas e as cores extravagantes.

A pinça na boca da formiga se mexia sem parar e Octavia com a outra mão unia os pedaços da pele dilacerada de Frank, antes de fazer a formiga beliscar com força com o auxilio de suas pinças a carne do semideus romano. Assim que ela tinha mordido com força, a Stone as decapitava separando o corpo da cabeça presa na pele do irmão, tomando o cuidado necessário para não ser picada pelo ferrão ou permitir que Frank fosse, por isso a filha de Ares as envolviam com diversas folhas grossas para assim poder pegá-las sem ser picada e proteger Frank de ser vítima do veneno doloroso delas.

— Eu não surpreenderia se fizessem um filme de ficção cientifica com essas formigas sendo gigantes e devoradoras de pessoas. — Soltou outro comentário jogando o corpo fora da formiga e pegando a próxima.

Por um momento os olhos de Octavia se ergueram e encararam uma Hazel que estava totalmente se agonizando calada, enquanto permanecia abraçada a Frank — que nesse momento estava ardendo de febre, o que só mostrava que infelizmente alguma bactéria perigosa estava provocando aquilo, sem mencionar que o rapaz emita sempre um gemido de dor quando sentia as formigas lhe beliscando. Entendia perfeitamente a preocupação da filha de Pluto e até mesmo sentia empatia por ela, mas sabia que se a Levesque continuasse desse jeito, isso só tornaria as coisas ainda mais difíceis para ela.

Com a outra mão livre, Octavia estalou os dedos e balançou as mãos para o ar, atraindo finalmente a atenção da garota.

— Hazel? Alô? Eu estou falando com você!

A filha de Pluto respirou fundo.

— Octavia eu não... — A Stone não permitiu que ela continuasse.

— Não está com cabeça para isso, eu sei. Até um retardado consegue ver isso. Mas quer minha opinião sincera? Se você ficar calada guardando todo esse sentimento pesado e ruim que está lhe afligindo, só vai piorar. Você vai ficar ansiosa e só vai pensar merda. — Disse com sinceridade. — Você precisa ocupar a cabeça com outras coisas para te distrair desses pensamentos tóxicos e conversar sobre outras coisas sem sentindo vai te ajudar.

Hazel desviou o olhar para o chão, claramente pensando nas palavras que tinha acabado de dizer a ela. No fundo sabia que a Levesque sabia que ela tinha razão, afinal a romana era tão fácil de ler quanto um livro aberto. Só de olhá-la qualquer pessoa saberia o que ela estava sentindo. Ela era tão transparente quanto água.

— O Frank vai ficar bem, eu não o conheço tanto quanto gostaria, mas sei disso. — Disse voltando sua atenção para o ferimento e mais uma vez colocando mais uma formiga ali com Frank soltando mais um gemido agonizante, acompanhado por uma careta dolorida.

— Não está falando isso só para me consolar, certo?

Octavia a encarou com uma careta.

— Olha para mim. Acha mesmo que tenho cara de quem consola as pessoas ao invés de esfola-las vivas? — Hazel deu um pequeno sorriso de leve. — Eu falo isso porque ele é meu irmão, então é vaso ruim igual a mim. — Olhou para Frank. — E sabem o que dizem... Vaso ruim não quebra fácil... — Disse terminando de "costurar" a ferida e observando a fileira cheia de cabeças decapitadas de formigas que prendiam e uniam as peles rasgadas uma as outras, as juntando.

Ascensão ──  𝐏𝐉𝐎/𝐇𝐃𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora