Capítulo 19 Part. II

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OCTAVIA:








— Acho que deveríamos usar os cavalos. Chegaríamos mais rápido ao litoral. — Digo me levantando e encarando os corcéis que ali estavam.

— Me parece uma boa também. — Will concorda comigo. — Frank não pode se esforçar muito e usar os cavalos nos pouparia tempo.

— Nós concordamos também. — Hazel diz ajudando o namorado a se levantar.

— Mas temos um problema... — Digo encarando os cavalos comendo a vegetação.

Will geme de frustração.

— Mais um?

— Somos semideuses, solzinho, somos imãs que sempre atraem problemas e confusão. — Sorrio sarcástica. — Esses cavalos são obviamente selvagens. E sabem qual é a diferença de um cavalo domesticado para um selvagem?

Todos negaram com a cabeça.

— Enquanto o domesticado dá coices para fugir, os selvagens dão coices até matarem vocês.

— Mais uma ameaça de morte? Porque não estou surpreso. — Frank suspira.

— Sarcasmo não combina com você, irmãozinho. Então deixe essa arte nas mãos dos profissionais como eu. — Pisco ironicamente. — Vejam o lado bom nessa história, Frank e eu aparentemente sabemos falar cavalês, não é incrível? — Sorrio falsamente.

— Octavia... — Will me chama me censurando com o olhar.

Bufo e reviro os olhos.

— O que estou tentando dizer é que talvez por Frank e eu, sermos legado do rei das sardinhas, pode significar que os cavalos não serão hostis ou tampouco tentaram nos matar com coices.

— Vale a pena tentar. — Hazel diz.

— Obrigada, Hazel! — Digo. — Porque vocês não podem me apoiar como ela?

— Talvez porque sabemos que você é maluca? — Will cruza os braços.

O encaro incrédula.

— Estou me sentindo ofendida. — Confesso. — Mas a maluca aqui salvou a vida de vocês, mais vezes que possam contar. Não se esqueça disso, Andrew.

— Como poderia? Você vai jogar isso na nossa cara até nossa morte.

— Exatamente. — Sorrio vitoriosa antes de ir a direção dos cavalos, correndo o risco por eles.

Andando devagar e cautelosamente até um cavalo branco, que no momento em que percebe minha movimentação para de se alimentar e começa me encarar, analisando cada movimento e gesto meu. Eu olho para baixo tentando não encara-lo diretamente, para que ele não pense que sou uma ameaça. Quando estou próxima o suficiente me ajoelho, mostrando minhas partes vulneráveis, provando mais uma vez que não era uma ameaça.

Cavalos selvagens são criaturas temperamentais e imprevisíveis, então todo cuidado seria pouco.

— Eu não sei se pode me entender. Na verdade estou me sentindo uma maluca por falar com um cavalo e esperar que me compreenda. Mas não custa tentar. — Digo ainda sem encarar o cavalo a minha frente. — Meus amigos e eu precisamos de ajuda. Será que poderíamos montar em dois de vocês, para nos ajudar a chegar ao litoral?

Fico esperando a resposta igual uma idiota. Sério se fosse mesmo um legado de Netuno, espero que isso servisse para algo útil, já que não sou a maior fã do Santo Jackson. Por alguns longos segundos começo a me sentir uma verdadeira idiota por estar falando e pedindo ajuda a um pangaré cosplay do pé de pano do pica pau. Acho que o cavalo não entendeu nada do que eu disse, o que me deixa frustrada e ainda mais furiosa por ser uma idiota.

Ascensão ──  𝐏𝐉𝐎/𝐇𝐃𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora