Capítulo 3

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"Morta".

Era a única palavra que ecoava pela sua mente. Nico abriu e fechou a boca, várias e várias vezes, ainda muito perplexo pela notícia que Clarisse havia lhe dado. Arqueando as sobrancelhas e piscando também algumas vezes, tentando se recuperar do baque que aquela resposta havia lhe causado.

— Como?... — Foi à única coisa que conseguiu dizer.

A conselheira chefe do chalé 5, o olhou fixamente por alguns longo segundos, até que ela desse um longo suspiro e seus olhos castanhos se fixassem no outros meio irmãos, fazendo quase que um pedido silencioso para que eles os deixassem a sós. O recado parecia ter sido dado com sucesso, uma vez que, os outros trogloditas sem cérebro começaram a caminhar para longe deles, os deixando sozinhos. Nico os acompanhou com o olhar, até que cada um dos quatros se distanciasse cada vez mais, a ponto de desaparecem do seu campo de visão.

Talvez eles não fossem tão sem cérebro assim...

— Como soube da Octavia? — A voz da Clarisse era dura e parecia estar um pouco triste, talvez?

A pergunta da filha de Ares, o fez virar seu pescoço imediatamente para frente, atraindo sua atenção.

— Perguntei primeiro. — Disse quase que automaticamente.

Clarisse o fuzilou com o olhar perante a resposta que recebeu, mas diferente do que pensava, ela não disse nada a respeito da sua audácia e ao invés disso, ela disse:

— Ela morreu cerca de sete anos atrás em um incêndio na casa do avô dela, em Londres. — Suspirou. — Ninguém sobreviveu ao incêndio, sequer nenhum dos irmãos dela. Quíron nos contou quando ela não voltou no verão seguinte...

— Irmãos?

Nico a viu massagear uma de suas têmporas, fazendo-o perceber que aquele era um assunto bastante delicado e pelo visto era também uma ferida que não havia cicatrizado.

— Sim... Seis ao todo. Todos eles filhos de Ares, bom menos os trigêmeos, que eram filhos de Marte. Todos morreram. — Disse, antes de encara-lo seriamente e o estuda-lo atentamente com o olhar. — Mas porque agora você despertou todo esse interesse na Octavia? Antes você sequer reparava nela, ou melhor, você a ignorava em absolutamente tudo! — O acusou.

Aquilo que Clarisse havia dito, o fez trincar os dentes, pensou em contar para a filha de Ares sobre a caixa deixada na porta do seu chalé, mas preferiu guardar essa informação para si mesmo, tratando rapidamente de esconder a carta de Octavia em suas mãos, a enfiando no bolso de trás da sua calça jeans.

— A ignorava?! — Exclamou irritado, ofendido com a acusação. — Eu sequer a conhecia ou falei com ela!

— Agora decidiu ser o filho de Hades injustiçado?! Ou só bateu com a cabeça fortemente?! Você já falou com ela sim! Bom pelo menos algumas vezes, como na aula de esgrima do Fred e depois da Tavy desmaiar por você se oferecer a ajuda-la a segurar uma espada... — Disse pensativa. — A Tavy sempre enchia minha cabeça sobre diversos assuntos relacionados a você, tinha que manda-la calar a boca, para meus ouvidos parassem de doer. — Resmungou.

Nico ficou confuso com o que Clarisse acabara de lhe dizer e tentou procurar em sua mente o acontecimento, do qual a filha de Ares havia o relatado. O apelido que a conselheira chefe havia chamado Octavia, havia ficado ecoando diversas vezes em sua mente, até então uma lembrança de uma garotinha um pouco mais nova do que ele, cabelos castanho escuro até nos ombros, olhos castanhos intensos e muito baixinha para ser uma filha de Ares, surgir em sua mente.

Os olhos negros do filho de Hades se arregalaram, ao se dar conta que essa garotinha que surgiu em uma das suas lembranças, sempre ficava vermelha quando ele se aproximava dela ou ficava sempre o observando de longe ou até mesmo o perseguia. Uma vez durante a aula de esgrima, ele tentou ajuda-la a segurar uma espada e a garota desmaiou e quando a encontrou depois do episódio, a garota simplesmente saiu correndo de perto dele, como se ele tivesse algum tipo de doença contagiosa.

Ascensão ──  𝐏𝐉𝐎/𝐇𝐃𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora