Capítulo Extra: Meu Pai é o Mr.Catra da Mitologia Grega

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Capítulo Extra: Meu Pai é o Mr.Catra da Mitologia Grega










Tive sonhos estranhos, cheios de animais-humanos selvagens. A maioria queria me matar. O restante queria comida. Extraterrestres querendo invadir a Terra. Grover sendo metade burro. Minha mãe sendo uma ninja de salto agulha. Professores querendo me matar e ainda uma Dr. E super esquisita.

Devo ter acordado várias vezes, mas o que ouvi e vi não fazia sentido, então adormecia de novo. Lembro-me de estar deitada em uma cama macia, sendo alimentado com colheradas de alguma coisa que tinha gosto de pipoca com manteiga, só que era pudim. Via a imagem turva da minha mãe com o seu cabelo loiro liso pairava acima de mim com uma expressão preocupada, enquanto limpava as gotas que escorriam do meu queixo com a colher.

Mesmo com a visão turva, vi uma mão pesada se apoiar no ombro da minha mãe. Minha mãe segurou a mão e deitou a cabeça sobre ela, enquanto a acariciava com sua bochecha. De alguma forma louca eu sabia que aquela mão grossa e pesada era de ninguém menos do que meu pai.

— Está na hora dela ir, Helena. — Era a voz do meu pai.

Minha mãe suspirou.

— Ela ainda é muito jovem. Não acredito que já consiga atrair tantos assim. E ainda não sei se estou preparada para ter aquela conversa com ela. Com todos eles.

Gemi um pouco.

— Mãe...? — A chamei, um pouco antes de voltar a apagar.





***





Quando finalmente voltei a mim de vez, não havia nada de estranho com o lugar ao meu redor, a não ser que era meu próprio quarto. Sei disso, porque o teto do meu quarto foi pintado por mim e pela minha mãe num tom azul escuro cheiro de pontinhos prateados que imitavam o céu noturno estrelado com inúmeras constelações conhecidas que meu avô estava me ensinando aos poucos.

Respirei fundo sentindo o cheiro agradável de lavanda que meu quarto tinha e ouvi algumas risadinhas, que me fizeram acordar rapidamente sentando de uma só vez na minha macia cama, antes de ver três pestinhas super ninjas pulando sobre mim, me derrubando novamente sobre a cama.

— TAVY! — Gritaram os trigêmeos em coro e em resposta eu gemi de dor.

— Fedelhos! Eu não consigo respirar! — Disse com dificuldade, deixando meus irmãos saírem um por um de cima de mim, que ainda sorriam travessos.

É, se já era difícil aturar Victória, imagina aturar três cópias idênticas? Igualzinho aquele meme. Posso copiar seu trabalho? Pode, mas não faz igual. E puff, e assim nasceram meus irmãozinhos trigêmeos. Você pensa que vai confundi-los o tempo todo, mas não é bem assim. Com o tempo e a convivência você sabe diferenciar exatamente cada um deles.

Os trigêmeos tinham o cabelo castanho tão escuro que as vezes era confundido com o preto, mas era só colocar os cabelos deles no sol, que você via o leve tom marrom. Eles tinham a pele como a minha, um pouco bege amarelada, não tinham a pele tão leitosa quanto a de nossa mãe — que era tão branca que dava para ver com facilidade as veias azuladas em sua pele —, ou como os demais Whittemore. Os olhos deles eram castanhos acinzentados, não eram como os meus olhos castanho escuro e os de Victória também. Eles tinham acabado de completar quatro anos em março, logo o aniversário de cinco anos de Vick estava chegando, já que ela fazia no inicio de agosto. E logo em Outubro, eu faria oito anos.

Voltei a me sentar na cama.

Mas Gus pegou e me abraçou com força pela minha cintura magricela, enterrando o rosto na minha barriga e comecei a ficar assustada, pois Gus estava tremendo e começou a chorar desesperadamente. Ele era o mais calado dos trigêmeos e não gostava muito de contato físico, ele ficava irritado e gritava feito louco se abraçássemos ou fizesse cócegas nele. Logo descobrimos que isso tudo se dava, porque Augustus, assim como nossa avó, tinha autismo, por isso respeitávamos o espaço de Gus e o mundo que ele vivia, pois caso não fizéssemos isso, ele ficava furioso, ao ponto de gritar e até mesmo nos atacar.

Ascensão ──  𝐏𝐉𝐎/𝐇𝐃𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora