07. Primeira Aula

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02 de Setembro de 1972

A Prof a McGonagall vinha passando pela mesa  da Grifinória, distribuindo os horários dos cursos. Lily e Rose receberam os delas e viram que a primeira aula era uma aula dupla de Herbologia, com os alunos da Lufa-Lufa.

Lílian e Rosalie deixaram o castelo juntas, atravessaram a horta e rumaram para as estufas, onde as plantas mágicas eram cultivadas. Ao se aproximarem das estufas viram o resto da classe em pé, do lado de fora, esperando a Professora Sprout. Lily e Rose tinham acabado de se reunir à turma quando a professora surgiu caminhando pelo gramado. Ela trazia os braços carregados de bandagens.

A Professora Sprout era uma bruxinha atarracada que usava um chapéu remendado sobre os cabelos soltos; geralmente tinha uma grande quantidade de terra nas roupas, e suas unhas teriam feito Petúnia desmaiar.

– Estufa três hoje, moças e rapazes! – disse a Professora Sprout, que tinha um ar visivelmente animado.

Houve um murmúrio de interesse. Até então, só tinham estudado na estufa número um – a estufa três guardava plantas muito mais interessantes e perigosas. A Professora Sprout tirou uma chave enorme do cinto e destrancou a porta. Os alunos sentiram um cheiro de terra molhada e fertilizante mesclados ao perfume pesado de umas flores enormes, do tamanho de sombrinhas, que pendiam do teto.

A Professora Sprout estava parada atrás de uma mesa de cavalete no centro da estufa. Havia uns vinte pares de abafadores de ouvidos de cores diferentes arrumados sobre a mesa. Quando Lily e Rose tomaram seus lugares, a professora disse:

– Vamos reenvasar mandrágoras hoje. Agora, quem é que sabe me dizer as propriedades da mandrágora?

Ninguém se surpreendeu quando a mão de Lílian e Rosalie foram as primeiras a se levantar. A Professora apontou para que Lilian respondesse.

– A mandrágora é um tônico reconstituinte muito forte – disse Lily, parecendo, como sempre, que engolira o livro-texto. – É usada para trazer de volta as pessoas que foram
transformadas ou foram enfeitiçadas no seu estado natural.

– Excelente. Dez pontos para a Grifinória – disse a Professora Sprout. – A mandrágora é parte essencial da maioria dos antídotos. Mas, é também perigosa. Quem sabe me dizer o porquê?

A mão de Rosalie errou por pouco os óculos de James quando ela a levantou mais uma vez.

– O grito da mandrágora é fatal para quem o ouve – disse a garota prontamente.

– Exatamente. Mais dez pontos para Grifinória. Agora as mandrágoras que temos aqui ainda são muito novinhas.

Ela apontou para uma fileira de tabuleiros fundos ao falar, e todos se aproximaram para ver melhor. Umas cem moitinhas repolhudas, verde-arroxeadas, cresciam em fileiras nos tabuleiros. Não pareciam ter nada de mais, que não fazia a menor ideia do que Rosalie quis dizer com o “grito” da mandrágora.

– Agora apanhem um par de abafadores de ouvidos – mandou a professora.

Os alunos correram para a mesa para tentar apanhar um par que não fosse peludo nem cor-de-rosa.

– Quando eu mandar vocês colocarem os abafadores, certifiquem-se de que suas orelhas ficaram completamente cobertas – disse ela. – Quando for seguro remover os abafadores eu
erguerei o polegar para vocês. Certo... coloquem os abafadores.

Os alunos ajustaram os abafadores nos ouvidos. Eles vedaram completamente o som. A Professora
Sprout colocou o seu par peludo e cor-de-rosa nas orelhas, enrolou as mangas das vestes, agarrou uma moitinha de mandrágora com firmeza e puxou-a com força.

Peter deixou escapar uma exclamação de surpresa que ninguém ouviu. Em vez de raízes, um bebezinho extremamente feio saiu da terra. As folhas cresciam diretamente de sua cabeça. Ele tinha a pele verde-clara malhada e era visível que berrava a plenos pulmões.

A professora tirou um vaso de plantas grande de sob a bancada e mergulhou nele a mandrágora, cobrindo-a com o composto escuro e úmido até ficarem apenas as folhas visíveis. Depois, limpou as mãos, fez sinal com o polegar para os alunos e retirou os
abafadores dos ouvidos.

– As nossas mandrágoras são apenas mudinhas, por isso seus gritos ainda não dão para matar – disse ela calmamente como se não tivesse feito nada mais excitante do que regar uma begônia. – Mas, elas deixarão vocês inconscientes por várias horas, e como tenho certeza de que nenhum de vocês quer perder o primeiro dia na escola, certifiquem-se de que seus
abafadores estão no lugar antes de começarem a trabalhar. Chamarei sua atenção quando estiver na hora da saída.

“Quatro para cada tabuleiro, há um bom estoque de vasos aqui, o composto está nos sacos ali adiante, e tenham cuidado com aquela planta de tentáculos venenosos. Está criando
dentes.”

Ela deu uma palmada enérgica em uma planta vermelha e espinhosa ao falar, fazendo-a recolher os longos tentáculos que avançavam sorrateiramente pelo seu ombro.

Lílian e Rosalie dividiram o tabuleiro com um garoto de cabelos cacheados da Lufa-Lufa e com uma garota da GRIFINÓRIA que conheciam de vista mas com quem nunca falara.

– Amos Diggory – apresentou-se ele animado. – Eu sei quem vocês são, claro, vocês são Lilian e Rosalie Evans, sempre as primeiras em tudo – (Rosalie deu um grande sorriso enquanto o garoto apertava a mão de Lílian)

– Eu sou Dorcas Meadowes. - apertou a mão das meninas.

Depois disso não houve muito o que conversar. Tinham tornado a colocar os abafadores e precisavam se concentrar nas mandrágoras. A Professora Sprout fizera a tarefa parecer extremamente fácil, mas não era. As mandrágoras não gostavam de sair da terra, mas tampouco pareciam querer voltar para ela. Contorciam-se, chutavam, sacudiam os pequenos
punhos afiados e arreganhavam os dentes; Peter gastou dez minutos inteiros tentando espremer uma planta particularmente gorda dentro de um vaso.

Lá pelo fim da aula, todos os alunos, estavam suados, doloridos e cobertos de terra. Eles voltaram ao castelo para se lavarem rapidamente, e então os alunos da Grifinória correram para a aula de Transfiguração. As aulas da Profa. McGonagall eram sempre trabalhosas, mas a de hoje estava particularmente difícil. Tudo que aprenderam no ano anterior parecia ter-se esvaído da cabeça durante o verão. Deveriam transformar um besouro em um botão, mas a única coisa que os alunos conseguiram foi forçar o besouro a fazer muito exercício, pois o inseto corria por toda a superfície da carteira para fugir da varinha.

Peter tentava transformar o besouro e a varinha o envolvia em uma densa fumaça cinzenta que cheirava a ovos podres. Acidentalmente ele esmagou o seu besouro com o cotovelo e teve que pedir um novo. A Professora McGonagall não ficou nada satisfeita.

Foi um alívio para os alunos ouvirem a sineta para o almoço. Seus cérebros pareciam ter virado uma esponja espremida. Todos saíram da sala. As duas irmãs desceram para o refeitório, mostrando uma a outra a coleção de botões perfeitos que elas tinham feito na aula de Transfiguração.

– Que aula vamos ter hoje à tarde? – perguntou Rose.

– Defesa Contra as Artes das Trevas – respondeu Lily na mesma hora.

Quando terminaram o almoço as duas saíram para o pátio nublado. Elas se sentaram em um degrau de pedra e tornaram a enfiar o nariz em Excursões com vampiros.


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As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora