26. O Cálice de Fogo (parte 2)

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– Chegou o momento – disse Dumbledore, sorrindo para o mar de rostos erguidos. – O Torneio Tribruxo vai começar. Eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação antes de mandar trazer o escrínio...

– O quê? – murmurou James.

Sirius deu de ombros.

– ... apenas para esclarecer as regras que vigorarão este ano. Mas, primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia – houve vagos e educados aplausos –, e
o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos.

Houve uma rodada mais ruidosa de aplausos para Bagman do que para Crouch, talvez por sua fama de batedor ou simplesmente porque ele parecia muito mais simpático. Ele agradeceu com um aceno jovial. Bartolomeu Crouch não sorriu nem acenou quando seu nome foi
anunciado. Ao lembrarse dele vestido com um terno bem cortado na Copa Mundial de Quadribol, os Marotos acharam que parecia estranho naquelas vestes de bruxo. Seu bigode à escovinha e a risca exata nos cabelos pareciam muito esquisitos ao lado dos longos cabelos e barbas de Dumbledore.

– Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Torneio Tribruxo – continuou Dumbledore – e se juntarão a mim, ao Prof. Karkaroff e à Madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões.

À menção da palavra “campeões”, a atenção dos estudantes que ouviam pareceu se aguçar. Talvez Dumbledore tivesse notado essa repentina imobilidade, porque ele sorriu e disse:

– O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.

Filch, que andara rondando despercebido um extremo do salão, se aproximou então de Dumbledore, trazendo uma arca de madeira, incrustada de pedras preciosas. Tinha uma aparência extremamente antiga. Um murmúrio de interesse se elevou das mesas dos alunos; Douglas Creevey chegou a subir na cadeira para ver direito mas, por ser tão miúdo, sua cabeça mal ultrapassou a dos outros.

– As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Crouch e Bagman – disse Dumbledore, enquanto Filch depositava a arca cuidadosamente na mesa à frente do diretor –, e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que
servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo.

A esta última palavra, o salão mergulhou num silêncio tão absoluto que ninguém parecia estar respirando.

– Como todos sabem, seis campeões competem no torneio – continuou Dumbledore calmamente –, dois de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das
tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial... o Cálice de Fogo.

Dumbledore puxou então sua varinha e deu três pancadas leves na tampa do escrínio. A tampa se abriu lentamente com um rangido. O bruxo enfiou a mão nele e tirou um grande cálice
de madeira toscamente talhado. Teria sido considerado totalmente comum se não estivesse cheio até a borda com chamas branco-azuladas, que davam a impressão de dançar.

Dumbledore fechou o escrínio e pousou cuidadosamente o cálice sobre a tampa, onde seria visível a todos no salão.

– Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice – disse Dumbledore. – Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa das Bruxas, o cálice
devolverá o nome dos seis que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir.

As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora