16. A Bordo do Expresso Hogwarts

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01 de Setembro de 1974

O Expresso de Hogwarts, uma reluzente locomotiva vermelha, já estava aguardando, soltando nuvens repolhudas de fumaça, através das quais os muitos alunos de Hogwarts e seus pais parados na plataforma pareciam fantasmas escuros.

Lílian, Rosalie e Severus saíram em busca de lugares e logo estavam guardando a bagagem em uma cabine mais ou menos na metade do trem.

No lado de fora do trem James, Sirius, Remus e Peter acabam de chegar na estação com os Sr. e Sra. Potter.

– Obrigado por nos convidar, Sra. Potter – disse Remus, depois que embarcaram, fecharam a porta e se debruçaram na janela do corredor para falar com ela.

– É, obrigado por tudo, Sra. Potter – disse Peter.

– Ah, o prazer foi meu, queridos – respondeu ela. – Eu os convidaria para o Natal, mas... bem, imagino que vocês vão querer ficar em Hogwarts, por causa... de uma coisa ou outra.

– Mamãe! – exclamou James irritado. – Que é que você sabe que nós não sabemos?

– Vocês vão descobrir hoje à noite – disse a Sra. Potter sorrindo. – Vai ser muito excitante, reparem bem, estou muito contente que tenham mudado as regras...

– Que regras? – perguntaram James, Sirius, Remus e Peter juntos.

– Tenho certeza de que o Prof. Dumbledore vai contar a vocês... agora, comportem-se? Ouviu bem James? E você Sirius!

Os pistões assobiaram e o trem começou a andar.

– Conta para a gente o que vai acontecer em Hogwarts! – berrou Sirius pela janela, quando a Sra. e o Sr. Potter foram se distanciando rapidamente. – Que regras é que vão
mudar?

Mas a Sra. Potter apenas sorriu e acenou. Antes que o trem tivesse virado a primeira curva, ela e o marido tinham desaparatado.
James, Sirius, Remus e Peter voltaram à cabine. A chuva grossa que batia nas janelas tornava difícil ver o lado de fora.


– Bagman queria nos dizer o que ia acontecer em Hogwarts – disse Sirius mal-humorado, sentando-se ao lado de James. – Na Copa Mundial, lembra?

- Mas nem a minha própria mãe quer contar. Que será...

– Psiu! – sussurrou Remus de repente, levando o indicador aos lábios e apontando para a cabine ao lado. James, Sirius e Peter prestaram atenção e ouviram uma voz arrastada já sua conhecida que entrava pela porta aberta.

– ... papai, na realidade, pensou em me mandar para Durmstrang em lugar de Hogwarts, sabem. Ele conhece o diretor lá, entendem. Bom, vocês sabem qual é a opinião dele sobre Dumbledore... o cara gosta muito de sangues ruins e Durmstrang não admite esse tipo de ralé. Mas mamãe não gostou da ideia de eu ir para uma escola tão longe. Durmstrang tem uma política muito mais certa que Hogwarts com relação às Artes das Trevas. Os alunos de lá até aprendem essa matéria, não é só essas bobagens de defesa que a gente aprende...


Remus se levantou, foi pé ante pé até a porta da cabine e fechou-a para abafar a voz de Mulciber.


– Então ele acha que Durmstrang teria sido melhor para ele, é? – disse James zangado. – Eu gostaria que ele tivesse ido para lá, aí não teríamos que aturá-lo.

♤♤♤♤

Quando as portas do trem se abriram, ouviu-se uma trovoada no alto. Ao
desembarcarem, as cabeças abaixadas e os olhos apertados para impedir que o temporal os molhasse. A chuva caía em tal volume e rapidez que até parecia que alguém estava esvaziando baldes e mais baldes de água gelada na cabeça dos garotos.


– Oi, Hagrid! – berrou Rose e Lily, ao verem a silhueta gigantesca na extremidade da plataforma.

– Tudo bem! – gritou Hagrid em resposta, acenando. – Vejo vocês na festa, se não nos afogarmos no caminho!


Os alunos de primeiro ano tradicionalmente chegavam ao castelo de barco, atravessando o lago com Hagrid.


– Oooh, eu não gostaria de atravessar o lago com esse tempo – exclamou Rose com veemência, tremendo durante a caminhada lenta pela plataforma escura com os outros colegas.

Cem carruagens sem cavalos os aguardavam à saída da estação. Rose, Lily, Severus e Frank embarcaram agradecidos em uma delas, a porta se fechou com um estalo e momentos
depois, com um grande ímpeto, a longa procissão de carruagens saiu roncando e espalhando água trilha acima em direção ao castelo de Hogwarts.

Os garotos e as garotas passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados, e as carruagens
subiram o imponente caminho oscilando perigosamente sob uma chuva que parecia estar virando tromba-d’água. Curvando-se para a janela, Frank pôde ver Hogwarts se aproximando, suas numerosas janelas borradas e iluminadas por trás da cortina de chuva. Os relâmpagos
riscaram o céu no momento em que a carruagem parou diante das enormes portas de entrada de carvalho, a que se chegava por um lance de degraus de pedra. As pessoas que tinham tomado as carruagens anteriores já subiam correndo os degraus para entrar no castelo; Frank, Rose, Lily e Severus saltaram da carruagem e correram escada acima, também, só erguendo a cabeça quando já estavam seguros, no cavernoso saguão de entrada iluminado por archotes,
com sua magnífica escadaria de mármore.


– Carácoles – exclamou Frank, sacudindo a cabeça e espalhando água para todos os lados –, se isso continuar assim, o lago vai transbordar. Estou todo molhado!


Um grande balão vermelho e cheio de água caíra do teto na cabeça de Severus e estourara. Encharcado e resmungando, Severus cambaleou para o lado e esbarrou em James na hora em que uma segunda bomba de água caiu – errando Lily por um triz, ela estourou aos pés de James, espirrando água gelada por cima dos tênis e das meias do garoto.

- Qual foi, Ranhoso? - disse James. - Sente tanta atração por mim que não aguenta me ver sem querer chamar minha atenção?!

- Seu...

- Essa foi boa, cara! - comemorou Sirius fazendo um toque com James.

As pessoas em volta soltaram gritinhos e começaram a se empurrar procurando sair da linha de tiro – Sirius olhou para o alto e viu, flutuando seis metros acima, Pirraça, o poltergeist, um homenzinho de
chapéu em forma de sino e gravata-borboleta cor de laranja, o rosto largo e malicioso contorcendo-se de concentração para tornar a fazer mira.


– PIRRAÇA! – berrou uma voz zangada. – Pirraça, desça já aqui, AGORA!


A Profa. Minerva McGonagall, subdiretora da escola e diretora da Grifinória, saiu correndo do Salão Principal; a professora escorregou no chão molhado e agarrou Rosalie pelo
pescoço para evitar cair.


– Ai... desculpe, Srta. Evans...

– Tudo bem, professora! – ofegou Rose, massageando a garganta.

– Pirraça, desça aqui AGORA! – bradou ela, ajeitando o chapéu cônico e olhando feio pelos óculos de aros quadrados.

– Não tô fazendo nada! – gargalhou Pirraça, disparando uma bomba de água contra várias garotas do quinto ano, que gritaram e mergulharam no Salão Principal. – Já molharam as
calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhhhhhhh! – E mirou mais uma bomba em um grupo de alunos do segundo ano que tinha acabado de chegar.

– Vou chamar o diretor! – ameaçou a Profa. Minerva. – Estou lhe avisando, Pirraça...


Pirraça estirou a língua, jogou a última de suas bombas de água para o alto e disparou pela escada de mármore acima, gargalhando feito um louco.


– Bom, vamos andando, então! – disse a professora em tom eficiente para os alunos molhados. – Para o Salão Principal, vamos!

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As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora