28. A Primeira Tarefa

709 54 0
                                    

– Bom, agora estamos todos aqui, hora de dar a vocês informações mais detalhadas! – disse Bagman animado. – Quando os espectadores acabarem de chegar, vou oferecer a cada um de vocês este saco – ele mostrou um saquinho de seda púrpura e sacudiu-o diante dos garotos e garotas –, do qual vocês irão tirar uma miniatura da coisa que terão de enfrentar! São diferentes... hum... as variedades, entendem. E preciso dizer mais uma coisa... ah, sim... sua tarefa será apanhar o ovo de ouro!

E pouco depois, ouviram-se centenas e mais centenas de pés passando pela barraca, seus donos excitados, dando risadas e fazendo piadas... Bagman estava abrindo a boca do saquinho púrpura.

– Primeiro as damas – disse ele, oferecendo-o a Flora Delacour e Louise Davillier.

Elas enfiaram as mãos trêmulas no saquinho e retiraram cada uma, uma minúscula e perfeita figurinha de dragão – um Verde-Galês e um Olho-de-opala, respectivamente. Flora tinha o número “três” pendurado ao pescoço e Louise "quatro".

Krum tirou o Meteoro-Chinês vermelho. Tinha o número “cinco”
pendurado ao pescoço. Ele sequer piscou, apenas olhou para o chão.
Grindelwald tirou o Negro das Ilhas Hébridas. Tinha o número "dois" no pescoço.

Robert enfiou a mão no saquinho e retirou o Focinho-Curto sueco cinza-azulado, o número “um” pendurado ao pescoço. Sabendo o que sobrara, Joseph meteu a mão no saquinho de seda e tirou o Rabo-Córneo húngaro e o número “seis”. O dragão abriu as asas quando o garoto o olhou e arreganhou os dentes minúsculos.

– Bom, então está decidido! – disse Bagman. – Cada um de vocês sorteou o dragão que irá enfrentar e a ordem em que cada um fará isso, entendem? Agora, vou precisar deixá-los por um momento, porque vou fazer a irradiação. Sr. Swan, o senhor é o primeiro, só o que tem a fazer é entrar no cercado quando ouvir o apito, certo?

Um apito soou em algum lugar.

Robert saiu, mais verde que nunca. Joseph tentou desejar boa sorte quando ele passou, mas o que saiu de sua boca foi uma espécie de rosnado rouco. Segundos mais tarde, ouviu os berros dos espectadores, o que significava que Robert entrara no cercado, e agora estava cara a cara
com o modelo vivo de sua figurinha...

A multidão gritava... urrava... exclamava como uma entidade única de muitas cabeças, enquanto Robert fazia o que quer que estivesse fazendo para tentar passar pelo Focinho-Curto sueco. Os comentários de Bagman tornavam tudo muito pior... imagens horrendas se formaram na mente dos campeões, quando ele disse: “Aaah, por um triz, por muito pouco”... “Ele está se arriscando, o campeão!”... “Boa tentativa – pena que não deu resultado!”.

Então, uns quinze minutos depois, ouviu -se um urro ensurdecedor que só poderia significar uma coisa: Robert conseguira passar pelo dragão e se apoderara do ovo de ouro.

– Realmente muito bom! – gritou Bagman. – E agora as notas dos juízes!

Mas ele não irradiou as notas; supôs que os juízes estivessem erguendo as notas no alto para mostrá-las à multidão.

– Um a menos, faltam cinco! – berrou Bagman, quando o apito tornou a tocar. - Senhor Grindelwald, queira fazer o favor!

Recomeçou o mesmo processo...

– Ah, não tenho muita certeza se isto foi sensato! – os dois ouviam Bagman dizer animadamente. – Ah... quase! Cuidado agora...

Dez minutos depois, ouviram a multidão prorromper em aplausos mais uma vez... Taylor devia ter sido bem-sucedido também. Uma pausa, enquanto os juízes mostravam as notas de Taylor... mais palmas... então, pela terceira vez, o apito.

– Senhorita Delacour, queira fazer o favor!

Recomeçou o mesmo processo...

– Ah, não tenho muita certeza se isto foi o certo! – os dois ouviam Bagman dizer animadamente. – Meu bom Deus, pensei que já tinha apanhado!

Quinze minutos depois, a multidão prorromper em aplausos mais uma vez... Flora devia ter sido bem-sucedida também. Uma pausa, enquanto os juízes mostravam as notas de Flora... mais palmas... então, pela quarta vez, o apito.

- Senhorita Davillier, por favor!

E mais uma vez, Bagman narrava o que acontecia. Passou uns vinte minutos até ouvirem os aplausos, provavelmente todos estavam conseguindo se sair bem.

– E aí vem o Sr. Krum! – exclamou Bagman e o garoto saiu curvado, deixando Joseph completamente só. – Muito ousado! – berrava Bagman e ouviu o Meteoro-Chinês soltar um poderoso e terrível urro, enquanto a multidão prendia a respiração em uníssono. – Que sangue-frio ele
está demonstrando... e... sim, senhores, ele apanhou o ovo!

Os aplausos romperam o ar invernal como se espatifassem uma vidraça; Krum terminara – seria a vez de Joseph a qualquer momento.

Então ouviu o apito tocar. Cruzou, então, a entrada da barraca, o pânico se avolumando dentro dele. E agora, estava passando pelas árvores e atravessando uma abertura
na cerca. E havia o Rabo-Córneo, do outro lado do cercado, deitado sobre sua ninhada de ovos, as asas meio fechadas, os olhos amarelos e malignos fixos nele, um lagarto negro, monstruoso e coberto de escamas, sacudindo com força o rabo de chifres, que deixava marcas de um metro de comprimento escavadas no chão duro. A multidão fazia uma barulheira infernal. Era hora de fazer o que tinha de fazer... focalizar a mente, inteira e absolutamente,
na coisa que era sua única chance...
Ele ergueu a varinha.

Accio Firebolt! – gritou.

Então, esperou, cada fibra de seu corpo desejando, pedindo... se não funcionasse... se não estivesse a caminho... ele parecia contemplar as coisas à sua volta através de uma barreira transparente e luminosa, como uma névoa de vapor quente, que fazia as centenas de rostos que
o rodeavam flutuar estranhamente...
Então ele a ouviu, cortando o ar às suas costas; ele se virou e viu a Firebolt disparando em sua direção, começando a sobrevoar a floresta, chegando ao cercado e estacando imóvel no ar, aguardando que ele a montasse. A multidão fez ainda mais estardalhaço... Bagman gritou
alguma coisa... mas os ouvidos de Joseph não estavam mais ouvindo bem... ouvir não era importante... Ele passou a perna por cima da vassoura e deu impulso contra o chão. Um segundo depois, uma coisa milagrosa aconteceu...

– Anda – sibilou Joseph, fazendo voltas irresistíveis no alto –, anda, vem me pegar... levanta, agora...

Então o dragão se empinou, abrindo finalmente as poderosas asas negras de couro, grandes como as de uma avioneta – e Joseph mergulhou. Antes que o dragão percebesse o que ele
fizera, ou onde desaparecera, o garoto estava voando a toda velocidade para o chão em direção aos ovos, agora sem a proteção das patas com garras do dragão – Joseph soltou as mãos da Firebolt –, agarrou o ovo de ouro...
E, com um grande arranco, tornou a subir e parou no ar, sobre as arquibancadas, o pesado ovo bem preso sob o braço bom, e era como se alguém tivesse acabado de aumentar o volume do som – pela primeira vez ele tomou realmente consciência do barulho da multidão, que gritava e aplaudia com tanto estardalhaço quanto os torcedores dos irlandeses na Copa Mundial...

– Olhem só para isso! – berrava Ludo Bagman. – Por favor olhem para isso!
Foi o mais rápido a pegar o ovo!

♤♤♤♤

A pontuação ficou:

1° Lugar: Krum e Blatter
2° Lugar: Grindelwald
3° Lugar: Swan
4° Lugar: Delacour e Davillier

As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora