17. Jantar no Salão Principal

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O Salão Principal tinha o aspecto esplêndido de sempre, decorado para a festa de abertura do ano letivo. Pratos e taças de ouro refulgiam à luz de centenas e centenas de velas que
flutuavam no ar sobre as mesas. As quatro mesas longas das Casas estavam cheias de alunos que falavam sem parar; no fundo do salão, os professores e outros funcionários sentavam-se a uma quinta mesa, de frente para os estudantes. Estava muito mais quente ali. Lilian, Rosalie e Severus passaram pela mesa dos alunos da Sonserina, onde Severus sentou junto com os companheiros de sua casa, e as meninas seguiram e se sentaram com os colegas da Grifinória no extremo do salão, ao lado de Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma de sua Casa. Branco-pérola e semitransparente, Nick estava vestido esta noite com o gibão de sempre e uma gola de rufos particularmente grande, que servia o duplo propósito de parecer bem festiva e garantir que sua cabeça não balançasse demais no pescoço parcialmente decepado.

– Boa-noite – disse ele as garotas.

As garotas responderam em uníssono com um aceno com a cabeça.

A seleção dos novos alunos por Casas era realizada no início de cada ano letivo.

Lily olhou para a mesa dos professores. Parecia haver mais lugares vazios do que habitualmente. Hagrid, é claro, ainda estava lutando para atravessar o lago com os alunos do primeiro ano; a Profa. McGonagall provavelmente estava supervisionando a secagem do piso
do saguão de entrada, mas havia ainda outra cadeira desocupada e ela não conseguia atinar quem mais estava faltando.

– Onde é que está o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? – perguntou Rose, que também estava olhando para os professores.

As garotas ainda não tinham tido nenhum professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que durasse mais de três trimestres. O favorito delas fora, de longe, o Prof. Leblanc, que se
demitira no ano anterior. Seus olhares percorreram a mesa dos professores. Decididamente não havia nenhuma cara nova.

– Quem sabe não conseguiram ninguém! – sugeriu Rose, parecendo ansiosa.


Lílian examinou os ocupantes da mesa com mais atenção. O minúsculo Prof. Flitwick, professor de Feitiços, estava sentado em uma alta pilha de almofadas ao lado da Profa. Sprout,
a mestra de Herbologia, usando um chapéu enviesado sobre os cabelos grisalhos e esvoaçantes. Conversava com a Profa. Sinistra, do Departamento de Astronomia. Do outro lado de Sinistra estava o mestre de Poções, Slughorn. Do outro lado de Slughorn, havia um lugar vago, que Lily achou que devia ser o da Profa. McGonagall. Ao lado, e bem no centro da mesa, sentava-se o Prof. Dumbledore, o diretor, seus cabelos e barbas prateados e ondulantes brilhando à luz das velas, suas magníficas vestes verde-escuras bordadas com luas e estrelas. Dumbledore tinha as pontas dos dedos longos e finos e ele apoiava nelas o queixo, contemplando o teto através de oclinhos de meia-lua, como se estivesse perdido em pensamentos. Lily olhou para o teto também. Era encantado para parecer o céu lá fora e nunca tivera um aspecto tão tempestuoso. Nuvens roxas e negras
giravam por ele e quando se ouvia uma nova trovoada do lado de fora, corria um relâmpago pelo teto.


– Ah, anda logo – ouviu -se James, ao lado de Sirius, que acabavam de sentar perto das meninas. – Eu seria capaz de devorar um hipogrifo. - (a ordem na mesa era: Nick quase-sem-cabeça, Rose, Lily e Remus, e Sirius, James e Peter de frente para eles)


As palavras mal tinham saído de sua boca e as portas do Salão Principal se abriram e fez- se silêncio. A Profa. Minerva encabeçava uma longa fila de alunos do primeiro ano até o centro do salão. Se os calouros estavam molhados, seus estados nem se comparavam ao desses garotos do primeiro ano. Eles pareciam ter feito a travessia do lago a nado em lugar de fazê-la de barco. Todos estavam tomados por tremores, em que se misturavam o frio e o nervosismo, ao
passarem pela mesa dos professores e pararem em fila diante do resto da escola – todos exceto o menorzinho, um menino com cabelos castanho-baços, que vinha embrulhado em um agasalho que Rose reconheceu ser o casaco de pele de toupeira de Hagrid. O casaco era tão grande que o garoto parecia coberto por um toldo escuro e peludo. Seu rosto miúdo aparecia por cima da gola, quase dolorosamente excitado. Quando ele se alinhou com os colegas aterrorizados, viu que Creevey o olhava, ergueu os polegares e falou:

As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora