19. Primeira Aula

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O temporal já se esgotara quando o dia seguinte amanheceu, embora o teto no Salão Principal continuasse ameaçador; pesadas nuvens cinza-chumbo se espiralavam no alto quando Lily e Rose examinaram seus novos horários ao café da manhã. A poucas cadeiras de distância, James e Sirius discutiam métodos mágicos de se tornarem velhos e, com esse truque, participar do Torneio Tribruxo.

– Hoje não é ruim... lá fora a manhã inteira – disse Rose, que corria o dedo pela coluna intitulada segunda-feira no seu horário –, Herbologia com a Lufa-Lufa e Trato das Criaturas
Mágicas, continuamos com a Sonserina...

– Dois tempos de Adivinhação hoje à tarde – gemeu Lily, baixando os olhos.

Adivinhação era a matéria de que ela menos gostava. A Profa. Sibila Trelawney não parava de predizer a morte de alguém importante para ela e a irmã, coisa que ela achava muitíssimo aborrecida.

– Você devia ter desistido como eu fiz, não é? – disse Rose decidida, passando manteiga na torrada. – Então poderia fazer alguma coisa sensata como Aritmancia.

– Vocês voltaram a comer, pelo que estou vendo – comentou Nick Quase Sem Cabeça, observando as meninas acrescentarem generosas quantidades de geleia à torrada amanteigada.

– Já resolvemos que há maneiras melhores de marcar posição no caso dos direitos dos elfos – disse Lily com altivez.

– É... e pelo visto está com fome – disse Nick, sorrindo.

Houve um repentino rumorejo acima deles e cem corujas entraram pelas janelas abertas, trazendo o correio da manhã. As corujas circularam sobre as mesas, procurando as pessoas a quem as cartas e pacotes eram endereçados. Uma corujona âmbar
desceu até Frank Longbottom e depositou um embrulho em seu colo – o garoto quase sempre se esquecia de guardar na mala alguma coisa.

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Ao chegarem à estufa número três, a Profa. Sprout que mostrava à turma as plantas mais feias que elas já viram. De fato, elas se pareciam mais com enormes lesmas gordas e pretas que brotavam verticalmente do solo do que com plantas. Cada uma delas se contorcia ligeiramente e tinha vários inchaços brilhantes no corpo que pareciam cheios de líquido.


– Bubotúberas – disse a Profa. Sprout brevemente. – Precisam ser espremidas. Recolhe-se o pus...

– O quê? – exclamou Peter Pettigrew, expressando sua repugnância.

– Pus, Pettigrew – respondeu a professora –, e é extremamente precioso, por isso não o desperdice. Recolhe-se o pus, como eu ia dizendo, nessas garrafas. Usem as luvas de couro de dragão, podem acontecer reações engraçadas na pele quando o pus das bubotúberas não está
diluído.


Espremer as bubotúberas era nojento, mas dava um estranho prazer. À medida que estouravam cada tumor, saía dele uma grande quantidade de líquido verde-amarelado, que cheirava fortemente a gasolina. Os alunos o recolheram em garrafas, conforme a professora orientara e, no fim da aula, haviam obtido vários litros.


– Isto vai deixar Madame Pomfrey feliz – disse a Profa. Sprout arrolhando a última garrafa. – Um remédio excelente para as formas mais renitentes de acne, o pus de bubotúberas. Pode fazer os alunos pararem de recorrer a medidas desesperadas para se livrarem das espinhas.

– Como a coitada da Heloíse Midgen – disse Alice Granfors, aluna da Lufa-Lufa, em voz baixa.

– Ela tentou acabar com as dela lançando um feitiço.

As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora