20. Maldições Imperdoáveis

966 84 0
                                    

Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que se levasse em conta o sexto caldeirão derretido por Frank na aula de Poções. O Prof. Slughorn, que, durante as férias, parecia ter alcançado novos níveis em sua gana de se vingar do garoto, deu-lhe uma detenção, da qual Frank voltou com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas.

– Você sabe por que Slughorn está nesse mau humor tão grande, não sabe? – perguntou James a Sirius, enquanto observavam as gêmeas Evans ensinarem a Frank um Feitiço de Limpeza para remover as tripas de iguanas presas sob suas unhas.

– Hum-hum – disse Sirius. – Hood.

– Acho que Slughorn tem medo dele, sabe – disse Peter pensativo.

– Imagine se Hood transformasse Slughorn em iguana – disse Sirius, seus olhos se toldando – e fizesse ele ficar saltando pela masmorra...

Os alunos da quarta série da Grifinória estavam tão ansiosos para ter a primeira aula com Hood que, na quinta-feira, chegaram logo depois do almoço e fizeram fila à porta da sala,
antes mesmo da sineta tocar. As únicas pessoas ausentes foram Lilian e Rosalie, que chegaram no último instante para a aula.

Elas correram para pegar duas cadeiras bem diante da escrivaninha do professor, apanharam seus exemplares de As forças das trevas: um guia para sua proteção, e esperaram anormalmente quietos. Não tardaram a ouvir os passos sincopados de Hood que vinha pelo
corredor e que, ao entrar na sala, parecia mais estranho e amedrontado que nunca. Seu pé de madeira em garra aparecia ligeiramente por baixo das vestes.

– Podem guardar isso – rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar –, esses livros. Não vão precisar deles.

Os alunos tornaram a guardar os livros nas mochilas, James e Sirius tinham um ar excitado. Hood apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.

– Certo, então – concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença. – Tenho uma carta do Prof. Leblanc sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinky punks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?


Houve um murmúrio geral de concordância.


– Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições – disse Hood. – Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para
lhes ensinar a lidar com as forças das...

– Quê, o senhor não vai ficar? – deixou escapar Rose.


O olho mágico de Hood girou para se fixar em Rose; a garota ficou extremamente apreensiva, mas, passado um instante, o professor sorriu. O efeito foi entortar mais que nunca o seu rosto muito marcado, mas de qualquer forma foi um alívio saber que ele era capaz de um gesto amigável como sorrir. Rose pareceu
profundamente aliviada.


– Então... vamos direto ao assunto. Maldições. Elas têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contramaldições e parar
por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano. Até lá, o Ministério acha que vocês não têm idade para lidar com elas. Mas o Prof. Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprendê-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor.
Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, Srta. Mckinnon, enquanto eu estiver falando.

As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora