15. Copa Mundial de Quadribol (parte 2)

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– Excelente! – berrou Peter, quando o trevo sobrevoou o camarote, fazendo chover pesadas moedas de ouro, que ricocheteavam nas cabeças e cadeiras.

Apertando os olhos para ver melhor o trevo, os garotos perceberam que na realidade ele era composto de milhares de homenzinhos barbudos de colete vermelho, cada qual carregando uma minúscula luz ouro e verde.


– Leprechauns! – exclamou o Sr. Potter, fazendo-se ouvir em meio ao tumultuoso aplauso dos espectadores, muitos dos quais continuavam a disputar o ouro e a procurá-lo por
todo o lado em volta e embaixo das cadeiras.

– Toma aqui, Remus – gritou Peter feliz, metendo um punhado de moedas de ouro na mão do amigo. – Pelo onióculo! Agora você vai ter que me comprar um presente de Natal, ha!


O maior dos trevos se dissolveu e os leprechauns, que são duendes irlandeses, foram descendo no lado do campo oposto ao das veelas, e se sentaram de pernas cruzadas para
assistir à partida.

“E agora, senhoras e senhores, vamos dar as boas-vindas... ao time nacional de quadribol da Bulgária! Apresentando, por ordem de entrada... Dimitrov!”

Um vulto vermelho montado em uma vassoura, que voava tão veloz que parecia um borrão, disparou pelo campo, vindo de uma entrada lá embaixo, sob o aplauso frenético dos
torcedores da Bulgária.

“Ivanova!”

Um segundo jogador de vermelho passou zunindo.

“Zograf! Levski! Vulchanov! Volkov! Eeeeeeeee... Krum!”


– É ele, é ele! – berrou Peter, acompanhando Krum com o onióculo.


Krum era magro, moreno, de pele macilenta, com um narigão adunco e sobrancelhas muito espessas e negras. Lembrava uma ave de rapina grande demais. Era difícil acreditar que
tivesse apenas dezoito anos.


“E agora vamos saudar... o time nacional de quadribol da Irlanda!”, berrou Bagman.

“Apresentando... Connolly! Ryan! Troy! Mullet! Moran! Quigley! Eeeeeee... Lynch!”


Sete borrões entraram velozes no campo; Remus girou um pequeno botão lateral no onióculo e reduziu a velocidade da imagem o suficiente para ler “Firebolt” em cada uma das vassouras, e ver os nomes, bordados em prata, nas costas dos jogadores.

“E conosco, das terras distantes do Egito, o nosso juiz, o famoso bruxopresidente da Associação Internacional de Quadribol, Hassan Mostafa!”

Um bruxo miúdo e magro, completamente careca, mas com uma bigodeira, entrou em campo trajando vestes de ouro puro para combinar com o estádio. Um apito de prata saía por baixo dos bigodes e ele sobraçava de um lado uma grande caixa de madeira e, do outro, sua vassoura. Remus girou o botão de velocidade do seu onióculo para a posição normal, e observou com atenção Mostafa montar a vassoura e abrir a caixa
com um pontapé – quatro bolas se projetaram no ar; a goles vermelha, os dois balaços pretos e (James o viu por um brevíssimo instante antes que ele desaparecesse de vista) o minúsculo pomo alado de ouro. Com um silvo forte e curto do apito, Mostafa saiu pelos ares acompanhando as bolas.


“COOOOOOOOOOOMEÇOU a partida!”, berrou Bagman. “É Mullet! Troy! Moran! Dimitrov! De volta a Mullet! Troy! Levski! Moran!”


Era quadribol como Lily e Rose nunca viram ninguém jogar antes. Elas apertavam os onióculos com tanta força contra os olhos que estavam começando a cortar a ponte do nariz. A velocidade dos jogadores era incrível – os artilheiros jogavam a bola um para o outro tão depressa que Bagman só tinha tempo de identificá-los. Severus tornou a girar o botão do lado direito do onióculo para reduzir a velocidade da imagem, apertou o botão “lance a lance” e na
mesma hora estava assistindo ao jogo em câmara lenta, enquanto letras púrpuras passavam brilhando pelas lentes do instrumento, e o rugido da multidão martelava seus tímpanos!
Formação de ataque de Hawkshead – leu ele enquanto assistia a três artilheiros irlandeses voarem juntos, Troy no meio, um pouco à frente de Mullet e Moran, e investirem contra os búlgaros. Manobra de Ploy, leu ele em seguida, quando Troy fingiu que ia subir com a goles, atraindo a artilheira búlgara Ivanova, e deixou cair a bola para Moran. Um dos batedores búlgaros, Volkov rebateu violentamente, com o seu pequeno bastão, um balaço que passava,
derrubando-o no caminho de Moran; Moran se abaixou para evitar o balaço e soltou a goles; e Levski, que voava mais abaixo, apanhou-a...

As Gêmeas Evans (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora