Permitido!?

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Espero que tenham uma boa leitura.

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Pov. Joana

Tem vinte minutos que terminei de almoçar com meu pai e avós, subi para o meu quarto e escovei os dentes. Eu estou com medo, a minha avó já perguntou se vou contar e respondi que sim. Ela ainda falou para o meu pai que tenho que falar com ele.

— O seu pai está esperando na sala. – Me sobressalto ao ouvir a voz da minha vó. 

— Eu to com medo vovó, não quero perder o Lep. – Pego o Lep no colo.

— Eu conversei com o seu avô e caso o seu pai não permita de jeito nenhum, o cachorrinho pode ficar lá em casa com a gente e você vai poder vê-lo… Agora vamos descer.

À medida que vamos descendo meu pai nos olha e eu seguro mais o Lep no colo. 

— De quem é esse cachorro? – Ele não soou nervoso e sim curioso, coisa que me alivia um pouco.

— Ele é meu, o seu nome é Lep… – O seu olhar está alternando entre eu e o Lep. 

— Desde quando ele é seu? – Ele continua calmo.

— Já tem um mês, eu o encontrei no meio do lixo com a pata machucada. O enrolei na minha blusa xadrez e o trouxe pra cá.

— Você está o escondendo aqui durante um mês? – Agora sim ele pareceu ficar bravo.

— Sim, cuidei do machucado na patinha e a Tina foi comigo levá-lo no veterinário…

— Valentina! – Meu pai a chama da sala — Por que não me contou sobre o cachorro?

— Desculpe senhor Carlos, achei que seria melhor a menina te contar. 

— Não briga com ela pai, várias vezes a Tina me pediu para te contar. Não contei antes por medo de o tirar de mim, a  convenci de não contar também. – Meu pai passa a mão pelo cabelo.

— Pode voltar ao trabalho Valentina depois conversamos e leva o cachorro com você. 

— Pai… – Ele me interrompe.

— Leve o cachorro Valentina – Valentina pega o Lep do meu colo e vai para a cozinha. — Vou me acalmar um pouco e conversamos, não saia daqui.

— Ele vai tirar o Lep de mim vovó? 

— Não sei, provavelmente vai se acalmar primeiro e depois conversar para tomar uma decisão. – Fico dez minutos abraçada na minha avó, isso até meu pai voltar.

— Tomei uma decisão sobre o cachorro. 

— Vou poder ficar com ele?

— Primeiro de tudo, o que você fez foi errado. Poderia ter me contado sobre o cachorrinho, o deixado andar no jardim. Poderíamos ter procurado um dono se... – Ele vai tirar o Lep de mim.

— Você não pode fazer isso comigo. – Grito mas não me arrependo — Se o tirar de mim nunca mais falo com você. NUNCA MAIS! 

— Para de gritar! Não dá para conversar com todo esse nervosismo, vou trabalhar e quando voltar conversamos calmamente, ok? – Vovó começar a passar as mão nas minhas costas. — A sua avó me falou sobre a visita ao seu tio, você não tem mais permissão para ir.

Abraço a minha avó procurando conforto, não lembrava sobre a ida à casa do meu tio estava preocupado com o Lep, e também não estou mais com ânimo para ir.

— Não fica triste meu bem, o seu pai não falou a decisão ainda… Quando ele chegar à tarde vocês conversam com mais calma.

— Ele vai tirar o Lep de mim vovó. 

— Ele ainda não deu a resposta, falou para conversarem a tarde por que estava ficando nervoso… Quando forem conversar de novo, fique calma, tenta convencê-lo sem gritar ou ameaçar. Ok! – Não sei se conseguiria ficar sem falar com meu pai até o resto da vida, acho que não. Ficaria muito tempo triste, isso sim.

Depois que a vovó e o vovô foram para a casa do meu tio, fui para o meu quarto. A Valentina me chamou para comer um lanche que ela fez, desci para comer e depois voltei. Não vi o Lep e não sei se ele ainda está aqui ou não.

Pov. Carlos

Chego em casa e ao sair do carro o cachorrinho da minha filha começa a pular nas minhas pernas, o pego.

— A Joana não quer sair do quarto. – Olho para o lado que veio o som da voz, a Mariana parece preocupada.

— Eu vou falar com ela, pode ficar com ele? – A entrego o cachorro que não parava de morder o tecido da minha blusa.

— Carlos pensa bem na decisão que for tomar – já tomei a minha decisão e não pretendo mudar.

— Não se preocupe, já tomei a minha decisão. Fique com ele na sala enquanto converso com a Joana. – Mariana concordou.

Fui para o quarto da minha filha, decidi deixar o cachorrinho ficar. Mesmo um pouco chateado por ela não ter me contado o deixarei com algumas condições necessárias, sem contar que cachorros são uma boa companhia. Tenho certeza que um já se apegou no outro,

— Podemos conversar agora? – Bato na porta, demorou alguns minutos até ela abrir a porta. — Está mais calma para conversarmos?

—  Sim – entro no  quarto. — O senhor vai tirá-lo de mim? 

Uma das coisas que reparei é a forma que a Joana me chama, sempre que me chama de "Senhor" é porque está com medo.

— Eu já tomei a minha decisão e não vou mudar, não precisa chorar. – Os seus olhos ficaram marejados. — Me escuta primeiro e depois você fala o que quiser. Ok? – Ela assente.

— Como estava falando mais cedo, poderíamos ter procurado um dono se fosse o caso de não querer ele. O cachorro poderia ficar andando pelo jardim, pela casa sem o menor problema. 

— Desculpa pai, não sabia se iria aceitar ou não. Tive medo de contar e perder o Lep, também de apanhar.

— Entendo, fiquei um pouco chateado e surpreso com a história do cachorro. Não vou te castigar, muito menos bater.

— Ele vai poder ficar??

— Ele está lá na sala com a sua avó – minha filha saí correndo do quarto e eu a sigo.

— Eu vou mesmo poder ficar com ele?? – ela me abraça quando concordo. – Obrigada pai, obrigada.

— Calma que ainda tem umas condições para ele ficar – me sento no sofá ao seu lado dando um espaço para o cachorro ficar – Melhor dizendo responsabilidade.

— Não importa quais são, eu aceito. 

— A primeira é deixar ele solto, nada de continuar  o trancando em algum lugar, a  segunda você se responsabilizar por ele.Dar água, comida, banho, levar para passar caso precise levar ao veterinário a responsabilidade será minha ok?

— Ok, eu vou cuidar muito bem dele. 

— Temos que comprar um brinquedo para ele morder. – Escutei a Mariana falar, ela ficou calada até agora. — Vocês ficaram conversando e  não perceberam que o cachorrinho acabou de rasgar sua blusa Carlos.

Olho a minha blusa e vejo que tem um buraco e  o danado do cachorro continua mordendo.

— Ele é meio cara de pau. – Comento escutando uma pequena risada da Mariana e da Joana.

— É o antistress dele pai, daqui a pouco ele faz uma pausa e volta a moder.

— Quando eu sair  do trabalho amanhã, passo no petshop e compro um mordedor.

Faço carinho na cabeça do  cachorro e ele me olha. Acho que vai ser muito bom ter ele aqui com a gente, principalmente para a Joana que já está apegada.

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Até o próximo.❤️

JoanaOnde histórias criam vida. Descubra agora