Feridas Malditas

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Kagome POV

Eu adentrei naquele casarão sem nem perceber o quão rápida eu fui. Tudo o que senti foi a necessidade de ajudar a alguém que estava sofrendo. Retirei meus chinelos na escadaria da casa e entrei no salão. Mais a frente, pude ver grandes futons acinzentados, almofadas fofas feitas do mesmo material e alguns jarros com um líquido que parecia veneno ou então uma estranha infusão de ervas.

Havia um cheiro forte no ambiente, algo que eu não tinha sentido antes. Algo como carne queimada. Não que eu nunca tivesse sentido esse cheiro, mas em um local onde não haviam chamas? Isso sim era estranho!

- Kagome! – ouvi InuYasha se aproximando e parando ao meu lado. Não percebi novamente o momento em que parei de correr e só observei o local. – Kagome... O que foi? – ele murmurou logo depois, alheio ao que havia me perguntado. – Que cheiro é esse? Carne queimada?

- InuYasha... – comecei em murmúrios – Onde está o ferido? – olhei-o.

- Gyo? – InuYasha pulou até alcançar o futon e o viu escondido entre duas dobras do fofo tecido. – Gyo? – meu noivo se agachou e tocou em algo. – Kagome... Rápido! – ele arregalou os olhos. – Venha! – seu olhar mudou completamente.

- Sim! – corri até lá e subi no futon, quando alcancei o lugar que InuYasha estava, avistei um homem tão parecido quando o pai de InuYasha, mas sua pele estava vermelha, parecia perdido em uma febre acima de 41 graus! Muito mais do que isso! Parecia que sua pele queimava e continuava queimando a cada instante! – Se afaste InuYasha! – pedi e ele obedeceu de prontidão.

Coloquei minhas mãos na face do youkai, mas tive que afastá-las na mesma hora. Ele estava fervendo como uma chaleira de metal! Sentei-me sobre minhas pernas e passei a pensar no que fazer.

- Senhorita Kagome... – a voz de Yuimaru chamou-me e eu me virei para fitá-lo. – Por favor... O ajude!

Mas ele também precisava de ajuda.

Vi sua pele ficar rosada. Em tão pouco tempo que eu o vi, sua face avermelhou-se e este também deu um urro de dor. Antes que ele caísse, InuYasha saltou e amparou-o em seus braços, depois trazendo-o até o mesmo futon que Gyo estava.

- Kagome... – InuYasha ficou aflito. – O que é isso? – engoliu em seco e se afastou um pouco dos dois. Estava receoso. – Eu vi as feridas deles... São similares ao corte que os Meidos deixavam quando eu ainda não dominava a técnica.

- Como se fossem luas? –perguntei e respirei fundo. Antes que ele respondesse, pedi: – Preciso do Miroku aqui InuYasha. Onde ele está?

- Está em um quarto mais a frente... Yuimaru achou melhor que ele não se envolvesse e o adormeceu em uma espécie de feitiço youkai... – ele cruzou os braços e pigarreou. – Acho que ele temia algo por isso o apagou temporariamente.

- Não importa se ele temia algo. – olhei o corpo dos dois que sofriam com esse calor dos ferimentos – A energia que emanam desses ferimentos... Precisamos exorcixá-los antes. Preciso do Miroku me ajudando agora!

Não foram necessárias mais palavras, InuYasha correu em sequência e foi até onde o monge estava.

Enquanto isso, eu pensava no que poderia usar para melhorar a saúde deles. Pareciam envenenados.

Um estalo me ocorreu e eu olhei os jarros com aquele líquido verde. Eu tinha que analisar aquele líquido e ver se isso era um resultado dos ferimentos ou se era um veneno que foi administrado sobre eles.

Alguém ali dentro... Poderia estar causando isso. Não um outro youkai. Era o que meu instinto me falava.

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