Véspera inquieta

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InuYasha POV

O jantar na casa dos nossos amigos foi tranquilo. Exceto o soco que dei na cabeça de Shippou e o puxão de orelha que levei de Kagome. Pelo menos não tinha ido com a cara no chão dessa vez, o que já era um alívio.

Sango e Kagome conversavam animadas ao redor das crianças. As gêmeas e o pequeno Hisui que estava no colo da minha Kagome.

- Ei... InuYasha! – Miroku me chamou e eu o olhei. Estava na porta com a esteira erguida como se fosse sair.

- O que foi Miroku? – perguntei.

- Venha! Vamos ali fora um minuto.

Eu achei estranho no primeiro momento, mas assenti e caminhei até fora da cabana com ele. A lua estava no final de um ciclo. Seria Lua nova no dia seguinte e de certa forma aquilo me incomodava.

- Você percebeu? – sua testa estava franzida.

- Se eu percebi o que? – farejei o ar. – Você sentiu alguma energia sinistra? – "Na véspera da Lua nova eu fico um pouco desfalcado dos meus sentidos..."

- Na realidade, sim. – apertou os punhos. – No mesmo dia em que a senhorita Kagome retornou, uma sensação estranha começou a me incomodar, InuYasha.

- Diga o que sabe. – cuidei para que o volume de minha voz não se sobressaltasse e chamasse a atenção das meninas.

- Não sei muito sobre isso, mas é como se houvesse algo rondando o vilarejo... – apertou a boca.

- Justo quando vou virar humano? Keh! – cruzei os braços. – Acha que é muito perigoso? Terá de criar uma barreira?

- InuYasha, podemos criar a barreira e deixá-la mais forte com os poderes espirituais da senhorita Kagome, mas não sei se isso bastará ou se estamos exagerando.

- Miroku! Para você me chamar fora da cabana e vir me falar disso algo realmente deve te preocupar. – bufei. – Abre a boca de uma vez e deixa de enrolação!

- Você vai virar humano e por isso não sente a alteração na aura deste vilarejo hoje... Mas, me pergunto: por que será que você não sentiu antes?

- Acha que... Estão atrás da Kagome? – meu estômago embrulhou. – "Logo agora que ela retornou..."

- Pode ser que sim... Ou estão atrás de outra coisa. – pensativo.

- Mas o que poderia ser?

Nesta hora, Sango e Kagome apareceram na porta da cabana com as faces confusas.

- O que estão fazendo aqui fora? – Kagome perguntou.

- Ora... – Miroku deu um sorriso e bateu no meu ombro, eu sabia que a partir daquele momento ele criaria uma cena de um falso diálogo anterior a chegada delas. Esse monge... – Eu estava apenas conversando com o InuYasha sobre o que ele deve preparar para a cerimônia de casamento, senhorita Kagome! – sorriu – Afinal, InuYasha é leigo quando se trata de tradições!

- Keh! – virei a cara, ruborizei de verdade. – "Esse idiota... Pensou em uma boa desculpa, mas tinha que me deixar sempre com essa cara de otário?" – São muitos detalhes que eu... Não sei como realizar. – eu disse a verdade e desviei os olhos para Kagome que sorria de uma forma meiga. – "Tão linda..."

- Ah! Entendi. – Hisui era pego pela sua mãe, saindo então dos braços da minha noiva sem acordar com a troca de colo. Ele dormiu muito rápido nos braços dela.

~~

Eu saltei e estraçalhei uma árvore, esmigalhando-a e tentando expurgar a minha raiva.

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