Kagome POV
Soltei a caneta de ponta fina e preta, deixando cair em cima do papel e depois minhas costas repousaram no acento da cadeira do meu quarto. Meus dedos doíam depois de escrever mais de cinco páginas daquele trabalho. Mas, como eu não tinha um computador como as minhas amigas, era a maneira que eu conseguia confeccionar aquele conteúdo da melhor forma.
Olhei a escrivaninha sem muita vontade. Era a mesma desde que entrei no ginásio. Agora, no segundo ano do colegial, aquele lugar parecia mais deprimente do que nunca. Na verdade, não só a decoração do quarto era deprimente...
- Acho que vou deitar um pouquinho... – minha vista estava cansada e já se passavam das seis da tarde. Um cochilo antes do jantar não faria mal.
Me arrastei e saí da cadeira, levantei e fui até minha cama. Quando sentei, meus olhos inevitavelmente se fecharam. Eu não podia olhar muito para um certo lugar daquele quarto, mas não havia como morar ali, dormir ali, sem passar por ali... O espaço entre a escrivaninha e minha cama, aquele corredor que se formava... Aquilo era uma lacuna na minha vida.
Deitei e virei para a parede. Tentei fechar os olhos e enxergar as pálpebras escurecidas antes do sono. Mas, tudo o que eu enxergava, eram memórias...
~~
Eu tinha que levantar. Já estava bem atrasada e ouvia os passos da minha mãe no corredor. Aparentemente, ela não queria entrar e da forma que eu me encontrava, podia compreender seu motivo. Ele ainda dormia como um bebê. Os lábios levemente entre abertos. O peitoral inflando e depois expulsando o ar de seus pulmões. Eu não cansava de olhar o desenho de seus músculos, a forma com que eles começavam e terminavam perfeitamente em seu abdômen, criando um trincado em seus gomos de uma beleza incandescente.
Reparei em como seu corpo era liso. No entanto, em alguns poucos lugares, haviam pelos da cor de seus cabelos. Apertei meus lábios e respirei fundo. Abaixo de seu umbigo começava uma camada deles e terminava em uma região que me deixava vermelha.
Pensar naquilo. Pensar no que fizemos, fez meu coração disparar e eu tentei segurar um sôfrego suspiro. No entanto, não fui tão sutil assim, por que os orbes dourados se acenderam e me olharam um tanto sonolentos, mais ainda sim preocupados.
- Kagome? – se ajeitou no colchão e coçou um olho para tentar despertar – Você está bem?
- Ah! E-eu... Eu estou sim. – logo ele notaria; e isso não demoraria muito.
- Tem certeza? Por que o seu cora... – seus olhos desviaram para meu corpo e então ele paralisou.
- "Ain... Não! Será que... Será que ele se arrependeu?" – comecei a pensar em tudo o que aconteceu e a cara dele de assustado me fez perder o ar.
Sua mão estava na minha cintura até agora, porém, InuYasha ficou completamente tenso por um momento. Eu tinha real medo de que ele tivesse se arrependido. Ele puxou o ar e o conteve por instantes. Logo soltou e com aquela mão apoiada na minha cintura, moveu-se e puxou-me contra ele, fazendo meu corpo colar completamente ao seu peitoral e abdômen.
- Maldição... – suspirou – Achei que tivesse sido um sonho. – fechou os olhos e seus ombros relaxaram. – Ainda bem... – enfiou o rosto em meu pescoço e fungou, aspirando forte em meus cabelos e me deixando amolecida entre seus braços.
- "Achou que era um sonho?" – eu fiquei tão aliviada na hora, que mal pude respondê-lo. Não poderia fazê-lo com o rumo que estava sendo criado agora: ele beijava meu pescoço, causando-me arrepios e uma série de sensações que com certeza me atrasariam para a prova.
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Inevitável
FanficEu fui totalmente surpreendida por ele naquele dia. InuYasha sabia ser doce quando queria! No entanto, não somente doce era o seu comportamento... Ah! Eu não esperava por nada disso! Apesar de sempre fantasiar com o dia em que pudesse ser desejada p...