Reencontro - 1

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Helena! Foi o mais alto que pude gritar e mesmo assim não surtiu efeito algum no meio de toda aquela confusão. A música alta, e vai vem de pessoas dificultavam a minha procura pela a Helena, que a essa altura devia estar em algum beco escuro nua e estuprada. Bem era isso que eu achava depois de a gente se separar na festa. Já devia ter me acustumado com esses sumiços que ela dava de vez enquando.
Aconteceu que uma vez em um acampamento da escola (que ela também me forçou a ir) ela passou mais de cinco de horas desaparecida. Eu é claro já tinha passado por todos os transtornos mentais conhecidos pela humanidade. Passei horas louco procurando por ela, pensando que talvez o assassino da cerra elétrica tivesse cansado do clima ameno dos Estados Unidos e resolvido passar uma temporada aqui no Brasil e que por coincidência encontrou a Helena mijando em alguma moita. A parte de ela estar em uma moita eu acertei, mas ela não estava mijando e nem foi pega pelo assassino da cerra elétrica, a verdade é que ela estava se pegando com o Henrique. Um garoto que ela conhcia apenas algumas horas. No final isso só significa que eu me preocupo de mais com ela, não sei se eu encontraria outra pessoa que me surportasse tão bem como ela suporta então eu tento não perder ela de vista.
Contínuo procurando por ela em meio ao aglomerado de pessoas que se formou no meio da praça da cidade, que realizou o evento para comemorar alguma coisa que eu ainda não descobrir. Comecei a procurar por ela em alguns lugare mais afastado da multidão.
Já tinha se passado mais de uma hora de uma procura intensa e eu já estava esgotado de tanto rodar em busca dela.
Decidi parar em algum lugar e esperar que ela resolvesse voltar. É quando eu sou atropelado por um caminhão, bem o caminhão na verdade é só um goroto. A primeira coisa que pensei foi em insultar a mãe do garoto. Mudei de ideia quando descobrir que o garoto era Eduardo. Fazia muito tempo que eu não via ele, a minha primeira reação foi ficar gelado como um iceberg, pelo menos por fora já que por dentro existia um vulcão cuja a larva era saudade, felicidade e uma mistura de todos os sentimentos que se pode sentir quando você encontra a pessoa que você gosta. Ele tinha continuado o mesmo. Aquela jeito de me tirar dos eixos com apenas um olhar com aqueles olhos graúdos e castanhos. A gente passou um bom tempo avaliando um ao outro, e depois de tanto tempo eu descobrir que nada tinha mudado, o que eu sentia era maior que eu. Esses devaneios acabara com a Helena me puxando de lado  e me arrastando para um lugar mais afastados onde se podia ouvir mais alguma coisa que não fosse apologia ao alcoolismo e sexo.
- posso por acaso saber onde você estava esse tempo todo?  Falei exaltado. Ela parou e ergueu uma das sobrancelhas como de quem quer dizer "você tem certeza que não sabe que eu estava dando um amasso em algum cara por ai? 
- eu vou te matar, como você sai sem dizer nada?
- para de cena, eu já voltei isso é o que importa, agora vamos para sua casa por que eu gastei muita energia.
- você pelo menos sabe o nome do sortudo? Ela fez uma pausa entre as passadas, tentou se lembrar mais tudo que saiu da boca foi:
- ele beijava razoavelmente e isso é o que importa. Continuou andando.
Pouco depois a gente já tinha chegado na minha casa, peguei minha copia da chave no bolso da calça e subimos para o meu quarto que agora era só meu. O meu tio tinha resolvido se mudar logo para o lugar que ele sempre ia. Agora eu tenho uma ideia sobre o local que ele frequentava.  A Helena se esparramou na antiga cama do meu tio, e logo dormiu feito uma pedra.
Eu ainda passei um bom tempo acordado pensando no reencontro com o Eduardo. Me perguntei se ele estava bem e se ainda não queria me ver e se ainda estava namorando. Depois de um tempo comecei a achar que o encontro que no momento me pareceu acidental talvez fosse de propósito. Porque no lugar em que eu estava não estava tão apertado assim para que alguém tivesse que sair atropelando todo mundo. Dormir me relembrando do dia que a gente ficou na cada dele.

Crônicas de um orgasmoOnde histórias criam vida. Descubra agora