O meu rosto ta meio estranho, as lagrimas deixaram ele meio rígido sei lá. Falta pouco pra chegar na casa do Eduardo e agora só sinto vontade de voltar pra casa, correndo se for possível, mas dar o braço a torcer à essa altura do campeonato seria ridículo, até pra mim.
Chego, e só agora percebo que é cedo demais, o combinado era oito horas, mas aida falta uma hora e meia mais ou menos. Esperar na porta até chegar a hora? Não. Jesus. Decido andar por aí sem destino.Ando por toda a vizinhança e as pessoas olham pra mim sem disfarçar o estranhamento, deve ser a mochila nas minhas costas e a minha cara de peixe morto.
Paro um estante em uma pracinha perto da casa do Eduardo, me ocorre que alguém até poderia me confundir com um mendigo e me dar uns trocados, acho graça. Olha onde eu acabei parando, em uma praça, acabado, uma mochila nas costas e correndo o risco de ganhar trocados de alguma alma caridosa.Penso na minha vida, se caso eu não fosse gay, talvez minha vida fosse melhor, uma vida feliz. Pra mim é muito difícil de imaginar que eu possa ser feliz sendo quem eu sou, tudo é mais difícil quando a sua vida é um tabu. Me sinto um cretino por ficar me lamentando com uma coisa tão estúpida, tem pessoas por aí que não tem nem onde morar, bem eu também, mas é diferente. Pessoas não tem pernas, as vezes não enxergam, ou não são surdas, etc. Eu to mais ou menos bem no final das contas. E já são 8:10! Ando correndo, a mochila pulando nas minhas costas e minha cara pegando fogo de vergonha. Logo chego na frente do portão, aperto a campainha, o nervosismo me consumindo. A porta abre e eu volto no tempo, o short de futebol, as pernas mais bonitas que eu já vi, o tronco nu, acho que ele fez de propósito, ele se lembra quando deixamos de ser amigos e viramos algo mais. Ele sorrir, sorriso de menino, o cheiro, me vejo fantasiando coisas com ele, retribuo o sorriso enérgico. Ele me puxa para um abraço, meu abrigo.
- Ah Lucas, o que você faz comigo...
Ele enterra o nariz no meu pescoço e é impossível não se arrepiar.
- É bom?
Pergunto enquanto aperto ele e sinto a pele quente contra mim. Sinto ele sorrindo.
- Não existe melhor.
Meu Deus, sim eu posso ser feliz, com ele, e só com ele. Minha felicidade está nesses braços.
- Vem, entra a casa é nossa.
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Crônicas de um orgasmo
AléatoireA verdade nua e crua da vida sexual dos adolescentes com um a pitada de romance. bem a história não é tão ruim quanto essa frase faz parecer ser, na verdade é uma história muito interessante e que talvez, só talvez vala a pena você perder um pouco...