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Eu beijo seu peito, um beijo suave casto, e sorrio. Ele me afaga os cabelos. Queria e quero dormir ao seu lado, sentindo esse cheiro maravilhoso, que se me fosse possível, colocaria em um frasco de perfume e usaria. É esplêndido.
- Você tem que ir?
Ele pergunta, mas já sabe a resposta amarga, tenho que ir. Minha mãe não mente quando diz que ninguém entra na casa dela depois da meia noite, e se não, eu não vou ser o primeiro a testar isso.
Faço menção em me lenvatar da cama mas ele me puxa de volta, e enterra o nariz no meu cabelo enquanto me abraça apertado. Sorrio contra seu peito.
- Você cheira bem.
Ele leva o ar ao seus pulmões e seu peito branquinho infla com a ação.
- Tenho que ir. Não to afim de levar bronca.
Ele fecha a cara, feito criança dengosa.
Subo e beijo o seu biquinho.
- Ei.
- Tchau, tenho que ir.
Beijo ele de novo e saio da cama antes que ele impessa.
- Quando a gente vai se ver de novo?
- Hmm.
- Hmm? O que você quer dizer com hmm?
Por que ele ta tão estressado? É claro que da minha vontade a gente vai se ver.
- Calma. Não sei. Se você quiser a gente pode sair amanhã, eu, você e a Helena.
Procuro minhas roupas, e meu tênis. Quando acho tento achar uma explicação para elas estarem do outro lado do quarto. Ele me observa atentamente enquanto me visto.
- Helena? Quem diabos é Helena?
- Minha melhor amiga. A gente vai levar ela pra não chamar atenção. Sabe como é, cidade pequena, as coisas voam.
- Não sei coisa nenhuma. A gente vai só. Não sei pra que esse medo todo, olha vai ficar tudo bem, você não precisa arranjar desculpa pra evitar que as pessoas saibam o que a gente faz.
Ele ta tentando me acalmar mas falando assim parece um crime. " O que a gente faz ". Isso so piora tudo. A gente não rouba banco. A gente só ama. Não é um crime, eu sei, só me passou na cabeça a possibilidade.
- Não sei... Mas que mal tem em levar ela? Eu aproveito e te apresento pra ela. Como um amigo é claro.
- Ta bem, você me liga pra gente acertar.
Ele estica o braço esquerdo e pega um pedaço de folha e caneta em uma mesinha perto da cama e escreve o seu número.
- Toma. Me liga logo que chegar em casa.
- Ok, garanhão.
Ele rir.
- Não ganho um beija de despedida?
- Não, fica pra próxima.
Me viro de costa e vou em direção a porta. Ele pula da cama e me agarra com força de mais. Estamos frente a frente. Ele sorrir e balança a cabeça em gesto de desaprovação.
- Sim?
- Está se fazendo de difícil senho Lucas?
- Se eu não me valorizar, quem vai, não é mesmo?
Sorrio, maliciosamente e ele me aperta e sinto ele duro contra mim de novo.
- Sabe o que eu faço com rapazinhos como você que tentam fazer graça comigo Sr. Lucas?
- Eu posso adivinhar.
- Não, nem deve passar pela sua cabeça o que eu faço.
Ele abre aquele sorriso meio cafajeste meio brincalhão e eu me derreto.
Enfio os dedos nos seus cabelos e puxo ele para os meus lábios sedentos dele. Ele geme baixo e eu o solto.
- Já vou, até amanhã.
Não quero, mas vou.
- Ok, me liga.
Ele força um sorriso enquanto eu saio, eu faço o mesmo.
Já lá em baixo ando em direção a porta da saída. É quando eu escuto alguém falando alto do lado de fora. Meu Deus!
São os pais do Eduardo. Merda.
Corro e me escondo atrás do sofá.
- Essa é a última vez que eu me submeto a esse papel de idiota Sr. Carlos André!
É a mãe do Eduardo. Por que ela está gritando?
Ela anda depressa escada a cima e o pai do Eduardo segue ela com a cara de desdém e falta de paciência pela escada.
- Mas do que você ta falando sua maluca?
Eles já estão no segundo andar e não escuto mais nada.
Agora só torço que eles não tenham trancado o portão da frente da casa.
Corro e abro a porta e fecho bem de vagar, atravesso o quintal até chegar ao portão. É eles trancaram sim. Vou ter que pular.

Crônicas de um orgasmoOnde histórias criam vida. Descubra agora