Cap XIX

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Cansados pegamos no sono. Acordei e já estava quase anoitecendo. O céu estava naquele tom de azul escuro misturado com rosa. Fui até a janela, sem acordá-lo.

Lembrei da primeira vez que estive aqui, de tudo o que aconteceu de lá para cá. E no quanto as coisas se ajeitam. Quando já está escrito, as coisas acham um jeito.

Volto para a cama e observo Taylor dormindo tranquilo.

Algumas pessoas querem tudo, mas eu não quero absolutamente nada se não for ele. Se eu não tiver ele, o tudo não significa nada.

Cada detalhe, cada traço, eu gravei por tantas vezes. Eu achei que te conhecia, mas você é um camaleão, mil faces em um. Mil homens em um. E esse que está aqui é sem dúvida o melhor.

Taylor acorda e se depara comigo o analisando.

— Gosta do que vê?

— Sim... Amo! — Respondo com a voz pesada de sentimentos profundos. — Acho que precisamos pausar nosso conto de fadas e voltar, infelizmente!

— Sim, já está escurecendo!

Um banho rápido e pegamos a estrada.

— Eu quero que a gente consiga vir logo para cá! Eu quero muito viver esse sonho logo! — Taylor fala sem tirar os olhos da estrada.

— Eu também! Mas como vai ser? O que você pretende fazer se Natalie não quer que as crianças convivam comigo?

Taylor esfrega as mãos na barba.

— Eu vou dar um jeito! Calma, eu vou resolver.

— Acho que você não deve impor isso a ela, acho que ela não querer que eu conviva com os filhos é um direito dela.

— Mas e o meu direito como pai?

— Infelizmente você é o errado nisso, Taylor! Se vocês querem resolver isso de forma amigável, como você disse, eu acho que não deve obrigá-la.

— Mas você não se incomodaria em eu ir até a casa dela para ficar com as crianças?

— De forma alguma. Mas você também pode usar o meu apartamento quando nos mudarmos, pelo menos enquanto você vai conquistando esse direito. Ou então, vocês podem ter guarda compartilhada, e aí você leva seus filhos para onde quiser, mas isso não seria amigável.

— Natalie e eu precisamos de uma conversa definitiva, mas não sinto que ela esteja preparada. E eu me sinto tão mal por tudo que não consigo sequer insistir nessa conversa.

— Eu acho que o tempo vai resolver! Precisamos de paciência.

***

A dinâmica de pais separados não era das melhores, Natalie havia imposto muitas restrições a Taylor, ele fazia o que podia para respeitar suas vontades mas estava exausto desse campo de batalha.

Eu estava decidida: precisava falar com ela.

Deixei Taylor sair para o trabalho, peguei o carro e fui até sua casa.

Apertei a campainha e quando estava quase desistindo Natalie abriu a porta.

— O que você faz aqui? Eu não acredito na sua cara de pau, Harper!

— Eu não estou aqui para brigar, Natalie! Eu te deixei falar tudo o que você quis naquele dia, te deixei extravasar toda sua ira, mas agora eu tenho algumas coisas para te dizer!

— Eu não quero ouvir nada, Harper! Nada do que você tenha para me dizer me interessa.

— Pois deveria! Deveria ser do seu interesse o bem dos seus filhos. Mas você está sendo egoísta. Taylor está sofrendo, os gêmeos sofrem sem o pai.

Dancing With Your GhostOnde histórias criam vida. Descubra agora