Capítulo XVI: Ressurreição

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Lilith não estava se dando por satisfeita, ela invocou um forte poder e joga os alados próximos da casa abandonada que desmorona após a queda dos anjos sobre ela. Auriel abriu os olhos e notou suas feridas se regenerarem, assim como as de Periel e Zaniel.

— É como eu pensei — inicia ela —, Lilith, de alguma forma, bloqueava minha regeneração. Deve ter bloqueado a de vocés também.

— Mas e agora? — pergunta Zaniel.

— Agora é hora de atacar novamente, Zaniel — responde Periel.

— Porque um anjo guerreiro nunca desiste! — completa Auriel.

Quando os demônios se afastam, os anjos se levantam. Auriel pisa firme e fica de pé. Seu olhar cruza com o de Abaddon. A Realidade treme. As nuvens do céu sombrio se separam.

— Não é possível! — brada Lilith.

— Acho que descobri o seu principal segredo de batalha — disse Auriel —, que tal vermos isso agora?

— Será um prazer ceifar vossas existências — disse Abaddon, em posição de combate.

Quando os dois grupos parecem prontos para avançar, uma forte luz começa a emanar do céu.

— Mas o que significa isto? — questionou Lilith confusa.

A luz se desgarra das nuvens e vai em direção aos demônios que, assustados, recuam da posição e assistem a cena. Os anjos também recuam. A bola de luz começa a se dissipar, pousa diante dos demônios, e é possível ver um ser parecido com um homem dentro dela.

O ser dissipa toda sua luz em volta e revela sua face. Ele era alto e forte e trajava um sobretudo negro de manga longa e que combinavam com sua vestes negras, calça e camisa da mesma cor. Sua pele era branca seus cabelos eram longos e loiros, tinha olhos azuis e em sua face via-se o semblante de um guerreiro.

— Cheguei atrasado para a festa? — questiona Miguel.

— Não pode ser! — se desesperou Ronove.

— Estamos perdidos — disse Triga.

— Não podemos recuar, não podemos, seus vermes covardes! — afirmou Abaddon.

Eles tremiam de medo.

— O que faremos, senhora do Inferno? — perguntou Ronove — Todos nós juntos não somos suficientes para detê-lo.

— Miguel, ele veio! — afirmou Auriel com entusiasmo.

Periel e Zaniel a seguem no mesmo sentimento.

— Soube que afirmaram não temer o Príncipe dos Anjos — relatou Miguel — Pois bem, aqui estou, quem será o primeiro a me enfrentar?

— Não vamos nos entregar — respondeu Abaddon.

— Nós também não! — retruca Periel se aproximando.

Os alados se teleportam e aparecem ao lado de Miguel, frente a frente com os infernais.

— Nunca pensei que viria — disse Zaniel.

— Eu também não, mas depois explico tudo — ele promete — Agora foquem na batalha!

— Se querem guerrear, nós vamos guerrear — falou Lilith — Os venceremos novamente.

Os dois quartetos ficam um rente ao outro e logo partem para o ataque, a batalha decisiva estava reiniciando. Miguel se envolve com Abaddon e confronta o Destruidor, Auriel enfrenta Lilith e Zaniel e Periel enfrentam Ronove e Triga, respectivamente. Miguel desvia dos golpes de Abaddon e golpeia o Destruidor no peito, ele revida e derruba o Príncipe Angélico, Miguel se levanta e com rapidez o paralisa com um dedo.

— És o mais orgulhoso dos infernais! — afirmou Miguel — Hoje eu destruo o seu orgulho e te coloco no mesmo nível de um qualquer!

— Não temo você! — rebateu Abaddon — Eu sou o Destruidor!

Miguel abre a guarda e Abaddon tenta atingi-lo, mas ele prende seus dois braços e o lança na direção contrária. ele salta até o infernal e o derruba com força no chão. A luta prosseguiu. Abaddon sequer atingia o General Celeste, que apenas desviava de seus golpes com extrema facilidade, até que Miguel dispara uma única rajada de energia e derruba Abaddon em definitivo.

— Sabe, Abaddon, você me lembra um guerreiro que conheci em Angélia há muito tempo atrás, ele também era péssimo em lutar — zomba Miguel.

Abaddon tenta se levantar, mas a dor o consome e ele fica sem reação. Enquanto isso, Zaniel vencia Ronove com destreza e o dominava. Com golpes rápidos e certeiros, o alado venceu o infernal e virou o jogo no final. Já Periel teve uma batalha quente com Triga, o infernal tentou novamente feri-lo com facas, mas o alado foi mais rápido que ele e o derrubou. Os dois lutaram até que Periel lhe deu fortes golpes no rosto e o abateu. Auriel e Lilith, porém, seguiam lutando de igual para igual, a primeira esposa ds Adão desferia suas rajadas e Auriel respondia com as suas, que deixavam a Rainha do Inferno tonta e passando mal. Os poderes de ambas se chocavam ao meio.

— Abaddon não irá ajuda-la agora, Lilith — avisou Auriel — Não há o que você possa fazer.

— Eu não serei vencida por você! — gritou Lilith — Sou uma Rainha!

— Legal, e eu sou uma Norna! — ironiza a ophanim.

Auriel lhe dá um soco no rosto e puxa seus cabelos, Lilith reage e fere Auriel no braço. A alada não deixa barato e, após ser derrubada por Lilith no chão, a fere no queixo com um forte chute.

— Sou uma guerreira excepcional, Lilith, não uma rainha sem qualquer experiência como você — diz Auriel.

Lilith tenta novamente uma rajada, mas Auriel a contém e a dissipa com as mãos. A consorte de Lúcifer avança com tudo contra ela, mas Auriel a rebate com um tapa e a joga contra os escombros do outro lado do terreno. Após se levantar, a ophanim ainda a chuta no ventre e dispara mais duas vezes. Lilith estava completamente ensanguentada e sua queda simbolizou a vitória dos alados. Os Filhos do Ar triunfaram sobre seus inimigos. Os três, mais Miguel, se juntam no meio.

— Vencemos! — celebrou Auriel — Finalmente esses imundos pagaram por todo o mal. Mas é só o começo.

— Lutamos como nunca hoje — destacou Periel — Só resta a eles lamentar e torcer para não nos encontrar novamente.

— Esperem, eles sumiram! — constata Zaniel — Deveríamos ir atrás deles.

— Não! — ordenou Miguel — Deixe que fujam e relatem sua derrota vergonhosa para Lúcifer, meu irmão ficará furioso e no mínimo passarão uma eternidade nos calabouços do submundo.

Depois de alguns dias, lá estava Auriel no alto do Elevador Lacerda. Ela contemplava toda a paisagem da Baía de Todos os Santos.

— Não sei quem é mais bela — disse Miguel aparecendo ao lado dela —, você ou essa Baía, mas nem precisei olhar muito para saber a resposta.

— Cada dia que passa fico mais encantada contigo — respondeu Auriel — É um guerreiro formidável e a melhor pessoa que já conheci em toda a minha vida.

Ele acaricia a face de Auriel e alisa seus cabelos.

— Não sei o que seria de mim sem você — disse Auriel — Passamos por tanta coisa juntos e a cada dia te amo cada vez mais.

— Yahweh não poderia ter colocado pessoa melhor ao meu lado! — disse Miguel — Meu amor por você cresce a cada dia.

— Vencemos os infernais com nossas forças e sua ajuda foi de grande valia — afirmou Auriel — Mas espere, não irá voltar? Você me disse que eu os meninos ainda precisamos ficar um tempo, mas você...

— Por hora, não — respondeu Miguel — Ficarei um tempo com vocês e irei aproveitar ele ao máximo para tê-la perto de mim — ele completa pegando Auriel pela cintura e a trazendo para junto dele — Digamos que eu fui liberado um pouco, só um pouco.

Os dois se beijam e declaram seu amor um ao outro.

Cavaleiros do Ar: Elos do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora