⊱ Capítulo 10 ⊰

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S/n

E digam olá para a nova batedora & capitã do time! Ótimo dia para ser eu. Bole rodou mesmo, alguns pais ficaram bem estressados por receberem comunicados sobre os filhos machucados, então tiraram ele mesmo. Fiz o teste e passei, por 100% mérito próprio.

Flint foi o próximo, ainda está no time, mas uma galera liderou uma petição — exagero, mas quem sou eu para julgar? — e tiraram ele da capitania. Essa Severus deu uma ajudinha, quem diria que amizades de longa data davam em algo além de cafés da tarde?

Obviamente vencemos todas as primeiras partidas, saindo na frente na competição. Claro, exigiu muito esforço até porque é mais complicado do que pensei colocar esse povo na coleira, não importa quantos concordem com você, se dois discutirem, fode tudo. E o pior é que nossas táticas eram ótimas, mas os imbecis orgulhosos nunca iriam aceitar ordens de uma garotinha. As vezes ainda penso em colocar Crabbe e Goyle na equipe, são meio cabeça oca mas pelo menos sabem o que tem que ser feito.

Sai de todo meu ódio interno, ajeitando meu cabelo pela última vez antes de sair rumo ao tão esperado café da manhã.

- Podem ir na frente, eu já vou. - Murmurei para meus amigos na porta do salão, tirando um pedaço considerável de pergaminho da minha mochila.

Andei entre as mesas das casas, recebendo diversos olhares tortos ao parar na da Grifinória. Estendi a mão com o papel entre duas cabeleiras ruivas.

— Sabe, estávamos pensando em começar a te pagar um salário por isso. — Fred sorriu de canto quando o irmão abriu o pergaminho, lendo os nomes.

— Pois saiba que essa é a última vez, não sou pombo correio de vocês.

Na verdade, isso vinha acontecendo desde a primeira festa, alunos da Sonserina simplesmente decidiram entre si que eu era próxima o suficiente dos gêmeos para começarem a me fazer pedidos referentes ao negócio ilegal deles. Esse era o quinto pergaminho e a quinta vez que eu dizia ser a última vez.

— O que é um pombo correio? — Um deles perguntou enquanto eu mexia no bolso frontal da mochila, procurando o envelope.

— Vai saber... Deve ser mais uma das maluquices que eles tem no Brasil.

Ignorei o comentário, enfiando o dinheiro na mão de George. Ele parecia ser o mais responsável da duplinha dinâmica, se isso fosse possível.

— Cookie? — Fred ergueu um biscoito cheio de chocolate na altura da minha boca, me fazendo estranhar.

Geralmente ele oferecia as ervas recreativas, ou qualquer coisa esquisita e amassada que tivesse roubado da cozinha e deixado mofando no bolso por 3 dias quando George não estava olhando.

Apesar de nunca aceitar, ainda era fofo.

— Tudo certo? — Olhei por cima dos ombros de Georgie, mordendo o doce.

— Sim. — Ele respondeu virando em minha direção, me fazendo trocar o peso de perna, ficar parada na mesa deles com um bando de menininhas me olhando feio não era lá muito confortável. — Foi um prazer fazer negócios com a senhorita. — Ele me entendeu a mão formal.

Bati de leve nela, fazendo um toquinho desconexo.

Boa.

Ajeitei a manga do manto desconfortável, virando as costas pronta para ir comer na minha mesa.

— Ei, espera aí! — Fred disse alto, abaixando a voz quando percebeu que metade dos grifinórios olharam por impulso. — Qual sua próxima aula?

— Transfiguração, por quê?

— Ótimo, nós temos o morcegão. - George meneou a cabeça em direção a Snape, revirando os olhos. — Despista seus amiguinhos e esteja no 3° andar em... - Ele olhou um relógio de pulso imaginário — 20 minutos, perto da estátua da bruxa corcunda.

Arqueei as sobrancelhas, mas desisti de discutir ou fazer mais perguntas, apenas seguindo para o outro lado do salão.

Sentei em um lugar reservado ao lado de Pansy, começando a encher meu prato. Os garotos continuaram conversando, faz uma semana e pouco que eles pararam de achar um "total absurdo e extremamente vergonhoso" ficar de conversinha com Weasleys. Ou talvez não, mas pararam de perturbar, o que por mim já está ótimo.

Comi em silêncio, considerando se iria ou não. Fodase, qual a pior coisa que pode acontecer?

— Pan, acho que não vou com você. — Fiz minha melhor cara de sofrimento quando paramos no pé das escadas — Estou passando mal, desculpa.

Coloquei uma mão na minha testa de modo dramático mesmo sem perceber, fingindo febre, mas dei um tapinha rápido na mão da garota quando ela tentou conferir também.

— Quer que te acompanhe até a enfermaria?

— Não precisa, vou me deitar um pouco. Até mais tarde. — Virei em direção as masmorras.

Gastei alguns minutos dando passos lentos por ali, até a maioria dos alunos estarem dentro das salas. Disparei pelas escadas até o 3° andar, avistando a tal estátua no meio do largo corredor.

— Estávamos começando a achar que tinha se esquecido de nós. — George desencostou da parede sorrindo. — Podemos ir?

Nenhum deles esperou que eu respondesse, abrindo uma passagem ali, indicando que os seguisse. Foi mais ou menos aí que passei a debater internamente se aquilo era uma pegadinha ou um sequestro. E eu realmente prefiro que seja um sequestro do que ser vítima de uma pegadinha deles.

Murmuramos um lumus ao mesmo tempo, andando pela passarela estreita. No que percebi depois ser a metade do caminho, eles tiraram as capas e gravatas, enfiando de qualquer jeito na bolsa. Tiraram óculos escuros de dentro dela, colocando e estendendo um para mim.

— Vamos roubar o Gringotes e ninguém me avisou? — Questionei distraída, desabotoando a capa.

— Muito engraçado. — George bateu a ponta do dedo no meu nariz de forma cômica. — Se quer ser pega fora da escola, fique a vontade.

Ótimo, ele não negou.

Preferi ficar em silêncio, de fato devia ser muito difícil notar os dois metros de altura deles. Me desfiz do manto e da gravata também, colocando o óculos redondo grande demais no meu rosto.

Deixei a mochila junto às outras, seguindo até a passagem recém aberta. Fred, do lado de fora, estendeu uma mão me ajudando a sair também, em um lugar que identifiquei como a... Dedos de Mel?

Teoria da branca de neve || Gêmeos WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora