⊱ Capítulo 06 ⊰

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S/n

As camadas espessas de luzes coloridas tornavam quase impossível enxergar um metro a frente, em conjunto com a desconhecida música bruxa que parecia fazer todo o lugar tremer. Aquilo estava lotado, era como reunir toda a Hogwarts em uma só sala. Na verdade, era exatamente isso.

Empurrei alguns alunos que dançavam de um jeito esquisito, seguindo até a mesa de bebidas. Havia uma impressionante quantidade de taças e copos, junto com bebidas de todos os tipos, cores e sabores.

Me servi de uma roxa brilhante, torcendo para ser tão boa quanto o cheiro. Virei o conteúdo de uma só vez, sentindo algo semelhante a uma batida de vodka trouxa com leite condensado e uva, definitivamente não era ruim.

— Sozinha, Dixon? — George se materializou em minha frente, gritando devido a música.

— Desfrutando da minha bela companhia, Weasley. — Devolvi no mesmo tom.

Não era uma total mentira, só não era algo voluntário. Draco e Blaise sumiram minutos após chegarmos, e Pansy havia ido sentar em um canto para conversar com um garoto aleatório da Sonserina. Passei a última hora experimentando bebidas e conversando com o máximo de pessoas que conhecia.

— Cadê a outra cópia? — Questionei virando mais uma dose do líquido roxo.

— Como vou saber? Não nascemos grudados, para a sua informação. — O ruivo levou a mão ao peito em falsa indignação, logo passando a olhar a multidão em volta — Quer dançar?

Assenti largando o copo na mesa e pegando uma de suas mãos, sendo guiada até o centro da pista. Tocava um pop norte-americano qualquer, o suficiente para fazer ambos, já um pouco altos pelos drinks, imitarmos passinhos e movimentos totalmente desconexos um do outro.

As batidas deram lugar a guitarra característica do rock dos anos 80, algo que reconheci de cara como It's Still Rock and Roll To Me, música de um cantor trouxa que minha mãe amava. Não era uma exata surpresa, dado ao fato que eu escolhi pessoalmente a playlist da festa, mas ainda era incrível.

Cutuquei George para ele me seguir, fazendo um movimento com a ponta dos pés que vi em um filme antigo, combinado a palminhas e deslizes em sentido contrário do outro com os braços abertos. Cantarolava a letra enquanto o ruivo me girava segurando minha cintura, voltando em uma posição tipo valsa misturada com alguma marcha desengonçada.

Dei um tapinha em seu ombro rindo quando Weasley pisou no meu pé, não era a primeira vez mas essa realmente doeu. A música acabou, dando lugar para outro punk bruxo em espanhol.

Mãos agarraram meus ombros, mexendo-os em vai e vem no ritmo da bateria, olhei para trás fazendo Fred entrar em meu campo de visão.

Peguei seu pulso girando o garoto no lugar durante o solo final. Sorri animada ao ouvir o beat de um funk brasileiro, fazendo um passinho qualquer que me lembrava, sendo acompanhada pelo olhar atento dos dois ruivos.

Desisti em instantes, sentindo meus pés doerem pelos coturnos de salto, passando a rebolar no ritmo do beat.

George não demorou a colocar as mãos no joelho e improvisar um quadradinho, onde os movimentos iam do quadril até os ombros. Fred empinava e desempinava a bunda, mexendo o pescoço junto, lembrava bastante um pombo de praça.

Alguns alunos em volta se viraram para olhar, incentivando os garotos, que passaram a tentar tremer a bunda e descer até o chão. Fred fez uma careta arrancando gargalhadas de todos em volta ao realmente bater a bunda no chão e cair sentado, mas levantando depressa e voltando a rebolar até o fim da música.

— Fala aí, nós arrasamos, né? — George jogou o cabelo para trás, se exibindo.

— Claro, foi ótimo. — Ri dando um leve tapinha na bunda de ambos, abraçando suas cinturas rumo a mesa de bebidas.

Era uma cena engraçada vista de fora, eu parecia uma cabana no meio de dois arranha-céus.

Passamos os próximos 10 minutos misturando drinks e provando, era como feijõezinhos de todos os sabores 2.0, o que ficou bem mais literal após ambos lançarem um feitiço no meu copo, que ficou com gosto de chulé.

— Que caralho, Weasley! — Gritei virando alguns goles de cerveja amanteigada tentando tirar aquele sabor da minha boca.

Fiz um movimento de varinha que logo mudou o gosto para menta refrescante, olhando séria para os ruivos que limpavam lágrimas dos olhos, logo me fazendo rir também.

— Não sei o por que estou surpresa, disseram para esperar essas coisas de vocês. — Acusei, fazendo uma nota mental sobre nunca mais aceitar bebida deles.

— Já estão nos difamando, vê isso, George?

— Eu vejo, Fred, e é horrível.

Os gêmeos apoiaram uma mão no ombro um do outro, levando a outra aos olhos simulando um choro, logo levantando a cabeça com sorrisos travessos, daquele tipo que te faz arrepiar até onde não sabia ser possível.

Sorri desconfortável com aqueles olhares sobre mim, agradecendo mentalmente quando um garoto da Grifinória apareceu, querendo falar sobre "algo urgente".

— A gente já volta. — Disseram em uníssono, fazendo o sinal da paz e sumindo entre as pessoas.

E sozinha novamente.

Puxei a borda do meu vestido preto para baixo sem perceber, era algo simples e fresco, de alcinha colado ao corpo, com fendas dos lados, "básico e sofisticado", como dizia minha mãe.

Me desloquei até a mesa de comidas, pegando um pratinho para os salgados.

— S/n! — Levei minha visão de uma linda bolinha de queijo até Blaise — Estamos te procurando a maior tempão, você sumiu!

Enfiei uma coxinha pequena na boca, olhando ingnada para o garoto.

— Vocês que me deixaram lá sozinha, eu ein.

— Correção: Draco e Pansy te deixaram lá — Zabini pegou o copo da mão de um aluno que passava, se aproximando mais — Fui até falar com a Lovegood se ela tinha te visto.

Suspirei assentindo, não ia discutir por isso. Continuei reunindo salgadinhos no prato.

— Sabe, a festa ficou incrível. — Senti Blaise a um palmo de distância — Você está incrível.

Sua mão foi até meus cabelos em um carinho leve, descendo para o queixo me levando a olhar o moreno em minha frente.

Não tive tempo para raciocinar nada quando o sonserino grudou seus lábios nos meus, logo transformando aquele selinho em um beijo necessitado.

Levei minhas mãos até a nuca de Zabini, que por sua vez desceu as suas até minha cintura dando alguns apertões. A língua do garoto pressionava a minha, deixando um leve gosto de calda de morango por toda parte.

Separamos o beijo após um aluno esbarrar em nós, o qual Blaise prontamente xingou. Peguei meu pratinho com os olhos brilhando, empurrando algumas pessoas pelo caminho até a porta de saída da sala.

Teoria da branca de neve || Gêmeos WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora