⊱ Capítulo 15 ⊰

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S/n

Que inferno de dia! Merlin é testemunha que se eu soubesse dessas coisas, tinha mudado a rota e nascido filha de um ET.

Primeiramente, é sexta-feira e cancelaram as aulas do dia por causa do baile, então aproveitei para acordar cedo, super animada para um treino de quadribol porque agora parecia que estávamos indo para frente. Otária.

Draco passou os últimos dois dias murmurando todo tipo de xingamentos depois de levar um fora daquele maluco. E na verdade, fora é bem educado até. Ele enviou um origami com o pedido escrito, mas recebeu um bilhete amassado e molhado com algo no mínimo duvidoso. Havia alguns garranchos que quase atravessavam o pergaminho com "nem morto, enterrado e ressuscitado. Vai se tratar" escrito.

Claro, Pansy e Blaise deixaram a ideia de seus próprios convites de lado na hora, e eu agradeço muito por isso. Mais dois malucos de cara fechada e ódio mortal me cercando é a última coisa que preciso no momento.

Eu havia convidado a Luna há duas semanas atrás, ela disse que me respondia depois, mas mesmo assim estava confiante. Otária².

A Weasley 7 também a convidou. A parte engraçada - não tanto, mas meus queridos amigos riram por vários minutos, então deve contar alguma coisa - é que Luna não consegiu se decidir, ou não quis, tanto faz, e disse que queria ir com nós duas.

É tipo aquelas promoções de compre um e leve dois, só que quando você realmente só queria um!

E além de toda a perturbação com meus amigos, o Profeta jurou que hoje faria sol o dia todo, bom, provavelmente está fazendo em algum lugar do mundo bem longe daqui. Ou no cu deles. Choveu sem parar desde as 6h da manhã, literalmente quase ninguém levantou para o café, então retiraram mais cedo, o que nos leva a crer que, ou esperamos o almoço, ou vamos implorar coisas na cozinha.

Considerando as pessoas em questão, vamos morrer de fome até o meio dia.

Um arrepio pior que os últimos 36 me atinge, talvez pelo vento frio ou só por sabe se lá quem, que passou em alta velocidade por mim.

Um segundo depois, um pequeno brilho dourado foi visto alguns metros abaixo, mas logo contido por uma mão se fechando ao seu redor. O apanhador se lançou com a vassoura contra o solo, esbarrando em qualquer um que estivesse no caminho. Logo, todos nós o acompanhamos.

- Que inferno, Malfoy, qual é a porra do seu problema? - Montage praticamente gritou, jogando a própria vassoura no chão enlameado.

E lá vamos nós de novo...

- Quebra, imbecil, não foi você que comprou né?! - Draco falou com seu tom típico, as feições de ódio ainda visíveis mesmo através da cortina de chuva.

Apertei o elástico que prendia meus cabelos, esperando eles pararem de discutir ou só brigarem de uma vez. Já devia ser por volta das 10h da manhã e minhas vestes começavam a pesar de forma insuportável, e os outros não deviam estar diferentes.

- Acho que já deu por hoje - entrei no meio, após perceber que eles só iam ficar se encarando mesmo. - Foi ótimo, rapazes, obrigada.

Sorri pequeno para o grupo, que se dispersou com passos largos em poucos instantes.

- Supera, caralho. - Me virei para o loiro ao meu lado, que atirou os óculos de proteção no chão antes de também sair.

E sobrou a única idiota aqui para recolher e guardar tudo.

•••

- Vocês parecem cérberos molhados hoje. - Pansy disse alto do outro lado da comunal, atraindo vários olhares rápidos para a minha pessoa.

Uma mesinha ao seu lado suportava três canecas de algo que parecia ser chocolate quente, e eu serei eternamente grata por isso.

A sala, felizmente, estava quente devido a lareira, o que é ótimo já que alguém resolveu fazer o cômodo embaixo do castelo e perto do lago ainda por cima. Sério, naquela época ninguém pensava no próximo?

- Mandaram um presentinho para você - ela me mirou quando sentei no espaço vago entre a garota e Blaise, que brincava com a alça da caneca -, daquela loirinha doida.

Me limitei a olhá-la de relance, pedindo para que continuasse.

- É uma pulseira de flores, mas acho que foi pintada por cima porque sujou toda sua cama quando peguei. - Pansy olhou as unhas, como se não ligasse muito para o que falava. - Também tem uma carta junto.

- E é sobre o que? - Perguntei receosa.

- Eu tenho cara de quem lê correspondência dos outros? - Ela levantou as sobrancelhas indignada, me fazendo morder o lábio para evitar responder.

Reuni o mínimo de coragem para seguir até os quartos, percebendo o pacotinho decorado sobre a coberta manchada de azul.

Realmente era uma pulseira, com três pingentes pendendo em formato de uma águia, uma cabeça de leão e uma serpente, junto as flores que percorriam toda a extensão da pulseira, em tons de azul, verde e vermelho.

A carta falava apenas que era um presente para o baile e pedia para usar, terminando com uma assinatura de cabeça para baixo.

Com toda certeza era coisa da Luna...

Teoria da branca de neve || Gêmeos WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora