⊱ Capítulo 11 ⊰

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S/n

Olhei as poucas pessoas ao redor, a maioria já saindo da loja.

— Por que estamos aqui? — Perguntei, disfarçando quando uma senhora passou por nós.

— Considere um presentinho por seus serviços para nós nos últimos tempos. — George pegou uma cesta, colocando alguns doces dentro.

— E onde exatamente esta o presente? — Ajeitei os óculos, prendendo um riso com a expressão indignada de ambos.

— Um: te livramos de uma aula — Fred começou a contar nos dedos —; dois: pode pegar o que quiser por nossa conta; e três: esta desfrutando da nossa maravilhosa companhia.

Ele apontou o dedo indicador entre si próprio e o irmão, ambos sorrindo convencidos.

— Se vocês estão dizendo... — Encerrei o assunto, não ia discutir por essas coisas.

E eu merecia também, ficar andando para todo lado naquela escola era difícil, só de olhar as escadas já cansava.

Peguei algumas guloseimas, empilhando em um canto da cesta. Virei bruscamente ao ouvir um montinho de sapos de chocolate cair no chão, porque George atirava balas de caramelo no irmão, que por sua vez, tentava pegar tudo com a cestinha.

Pareciam duas crianças, rindo alto no meio da loja.

Georgie se virou para mim, jogando uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores, a qual alcancei poucos segundos antes de bater no meu rosto.

Não hesitei em lançar para o mesmo alvo das balas, estreitando os olhos, esperando que isso melhorasse minha mira, ainda meio atrapalhada pelos óculos escuros. Fred fez algumas manobras mas conseguiu pegar também.

— E ela conseguiu acertar! 50 pontos para a Grifinória! — George agarrou minha cintura, me rodando no ar — Que jogo meus amigos!

Não contive uma gargalhada, acompanhada de Fred, que batia palminhas e fazia caretas, imitando a torcida.

— Por que Grifinória? — Perguntei quando fui colocada no chão.

— Porque é a nossa casa, oras. — Freddie sorriu, indo até o caixa. — E só isso já valem uns 100 pontos, mas gostamos de manter a humildade.

— Realmente, Weasley, um poço de humildade. Parabéns. — Ironizei, seguindo eles.

Pagamos os doces, o que não foi muito difícil já que a atentamente nem nos olhou. Saímos pela porta frontal, dando a volta na loja até os fundos, finalmente achando a passagem de volta para Hogwarts.

Nos vestimos novamente com os uniformes habituais, suspirando quando me livrei daqueles óculos.

Faltavam uns 20 minutos até a próxima aula. Fred passou um braço por meus ombros, me guiando até uma sala vazia há alguns metros da estátua.

Sentei em uma mesa da frente com uma caixinha de abacaxis cristalizados, enquanto os gêmeos sentaram na mesa do professor, ambos com as pernas cruzadas sobre ela.

Conversamos por alguns minutos sobre coisas aleatórias, até eles se calarem subitamente e pareciam discutir algo por telepatia.

Alternei o olhar entre as duas figuras, tentando captar algo. Fred limpou a garganta após instantes, franzindo a testa para o irmão.

— Então — George começou em voz alta, virando em minha direção. — Nós estávamos pensando em alguns produtos novos e queríamos... ah, você sabe.

Inclinei a cabeça, eu claramente não sabia.

— Precisamos de cobaias, é isso. — Fred completou simples, levando outro pedaço de bolo de caldeirão até a boca.

— Eu não vou me voluntariar para as maluquices de vocês. — Pisquei algumas vezes, afastando a ideia.

— Não é você — George interferiu, gesticulando. —, mas alunos do primeiro e segundo ano são uma boa, sabe...

Eles sorriram em sincronia.

— Hermione está realmente pegando no nosso pé, arrastou até o nosso pobre irmãozinho por esse caminho! — Fred levou uma mão ao peito, dramático. — E tem alguns sonserinos que apreciam nosso trabalho, seria realmente muito gentil se a senhorita falasse com eles.

Ambos me olharam com expectativa.

Não, definitivamente não!

Eu tinha acabado de conseguir a capitania do time de quadribol, se me pegassem ia tudo por água abaixo, meus pais iam me matar também...

Sem contar os pais dos alunos...

E ainda tem a vaca de DCAT que estava me cercando cada vez mais, isso ia virar uma cópia muito melhorada do inferno.

Foda-se.

— Quantos vocês precisam? — Soltei o ar que estava prendendo, fechando a caixinha de abacaxis cristalizados.

— Uns dez — Fred olhou para o irmão, que assentiu. — É, acho que dez esta bom. Mas os menos fofoqueiros possíveis.

— E de preferência sem conexão uns com os outros. — George completou sério.

De certo modo, era engraçado como eles falavam tudo, fazia parecer uma organização da mafia.

— Certo, mais alguma exigência, senhores? — Perguntei irônica, anotando tudo mentalmente.

— Isso é tudo por enquanto, entraremos em contato se houver mudanças. — Fred engrossou mais a voz, ajeitando um terno imaginário.

O ruivo ao seu lado lhe deu um tapinha na nuca, rindo. Logo fomos cortados por sons de conversas altas no corredor, indicando a troca de aulas.

Saltamos das mesas, ajeitando os doces dentro das mochilas de qualquer jeito.

— Você vai para Feitiços agora, não é? — Fred perguntou, passando a alça de minha bolsa por um de seus ombros.

— Como você... — Comecei, mas me questionei internamente se queria realmente saber, e a resposta era não.

Assenti.

— Ótimo, te acompanhamos. — George me abraçou de lado.

Espiamos a movimentação do lado de fora, e assim que percebemos não haver nenhum professor por ali, nos misturamos na multidão de alunos, traçando o caminho até a sala.

Teoria da branca de neve || Gêmeos WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora