Capítulo 4

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Já estávamos há duas semanas em Los Angeles, e não tínhamos nem sinal da existência do Luke, ele simplesmente sumiu

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Já estávamos há duas semanas em Los Angeles, e não tínhamos nem sinal da existência do Luke, ele simplesmente sumiu. Nós não o víamos na escola, nem depois da escola, e não fomos na casa dele pra saber se ele estava lá, o que nós, talvez, já deveríamos ter feito.
— Acha que o Luke morreu? — Reggie perguntou fechando o armário.
O Willie e eu nos entreolhamos e neguei com a cabeça.
— É, Reggie, o Luke morreu e agora é um fantasma que fica vagando por aí para atormentar as pessoas, não te falei que ele me fez uma visita ontem? — Ironizei e agradeci aos céus pelo Willie estar aqui, não sou de violência, mas às vezes o Reggie merece um soco na cara.
— Você é muito engraçado! — Respondeu com tom de deboche nos fazendo rir.
— Se estão tão preocupados, por que não ligam pra ele, ou mandam uma mensagem, vai visitar, sei lá. — Willie tinha razão, deveríamos mesmo fazer isso.
— Porque o Luke está um porre! — Direto como míssil teleguiado, o Reggie mandou na lata.
— Mas ele é amigo de vocês, e pode estar passando por algum problema, vocês sabem...
— Ele é o problema! — Reggie interrompeu.
— Não é assim, Reggie. Nós temos uma banda. — Tentei argumentar, mas foi inútil.
— Cara, ele me chamou de cachorro. Praticamente falou que eu não tenho opinião própria! Eu não vou atrás de alguém que só nos humilha! Eu concordo com o Bobby, não existe mais banda. Estamos parecendo o Slash e o Axl, e não era legal para outros membros do Guns N' Roses quando eles brigavam. Na boa, eu não quero participar de uma banda se for pra ela acabar com a nossa amizade. — Desabafou.
Ele realmente ficou muito magoado com o que o Luke disse sobre ele, e eu não o culpo, o Luke pegou pesado aquele dia.
Soltei um breve suspiro, e olhei para o Willie que parecia compreensivo com a situação. Eu não precisava dizer que esse era o motivo do porquê não fomos procurar o Luke, mas ele entendeu.
— Ele deve estar bem, só não estamos tendo as mesmas aulas que ele. — Conclui pensativo, na intenção de pôr um fim no assunto.
Era uma possibilidade, ele pode estar tão "chateado" com a gente que preferiu pegar aulas diferentes das nossas pra não ter absolutamente nenhum contato.
— Que seja. Eu.... — Reggie parou de falar e revirou os olhos. — Falando do capeta...
Willie e eu nos viramos e vimos o Luke vindo na nossa direção, acenando para algumas meninas que, com certeza, literalmente arrastariam um trem por ele.
— Eai, podemos conversar? — Perguntou ao se aproximar.
— Acho que está na minha hora. A gente se vê depois da aula? — Willie sorriu quando concordei com a cabeça e me deu um selinho — Boa conversa pra vocês. — Acenou se misturando entre as pessoas no corredor.
— Fala! — Reggie se adiantou cruzando os braços.
— Podemos sair daqui? Tem muita gente olhando. — Ele disse me deixando confuso, mas só aceitamos e começamos a andar apressados pelo corredor para acompanhá-lo.
Não entendemos o porquê de toda essa pressa dele em sair do corredor, talvez ele tenha pensado no que aconteceu, e orgulhoso como ele é, não quer que as pessoas vejam o Grande Luke Patterson, se desculpando com os membros da banda, ou talvez ele esteja correndo para encontrar o Bobby já que daqui a pouco ele tem aula.
Faz sentido, é a única explicação lógica.
Quando estávamos pra virar o corredor, alguém abriu a porta da sala batendo com tudo na cara do Luke, fazendo-o cair para trás.
— Cara, você nocauteou o Luke. — Reggie disse olhando para o Luke no chão.
— Amiga, você nocauteou o Luke Patterson.
As duas olhavam assustadas como se tivessem cometido um crime, e eu só queria rir de toda essa situação.
— Relaxa, ele está bem. — Eu disse tentando tranquilizá-las.
— Vamos fugir antes que a polícia chegue. — A garota com tranças no cabelo disse, e foi o suficiente pra me fazer cair na risada.
— Que? — Perguntei ainda rindo.
— Flynn, não viaja. Foi sem querer. Acho que ele vai entender. — A morena de cabelos cacheados argumentou, aparentemente preocupada.
— O Luke? Entender? Se eu fosse você já estaria em um avião para Abu Dhabi. — Dei uma cotovelada no Reggie pra ele calar a boca.
— Eu to falando, vamos fugir que ainda dá tempo. — A garota, Flynn, disse puxando o braço da amiga.
Acho que ela conhece o Luke.
— Ele está acordando, olha. — Ela se abaixou para ajudar o Luke que não parecia muito bem. — Eu te ajudo.
— Me solta... — Luke a empurrou, e o Reggie e eu o ajudamos a levantar, mas quando o soltamos, ele cambaleou segurando na parede. — Essa garota tentou me matar! — Exclamou com a mão na cabeça, pela primeira vez em anos, os olhos do Luke estavam cheios de lágrimas. Ele deve estar mesmo com dor.
O nariz dele estava sangrando, a pancada foi forte. Deveríamos nos preocupar?
— Eu não tive culpa, desculpa. Eu não sabia que você estava vindo... — Ela tentou se explicar, mas o Luke... Bom, é o Luke.
— Pra que tem essa porra de janela aqui?! — Gritou irritado e fechou os olhos com força.
Ok, eu estou com dó, tinha um galo na testa dele e um corte, não muito fundo, mas o suficiente para sangrar bastante.
A garota realmente parecia preocupada e muito sentida pelo que aconteceu, e principalmente, desesperada, acho que ela ainda não tinha notado o corte, pois não tinha olhado diretamente para ele, mas quando uma gota de sangue caiu no chão, ela se desesperou mais ainda puxando a manga da blusa pra tentar limpar o sangue no machucado.
— Meu Deus.... — Luke empurrou a mão dela antes que ela o tocasse. — Acho melhor você ir para a enfermaria. Pode ter sido algo mais grave e...
— Espera... Para todo mundo. — Reggie a interrompeu, e todos nós olhamos assustados.
— Que foi? — Perguntei.
— Shhhhhh. — Sussurrou colocando o dedo nos meus lábios
— O que está rolando? — Flynn sussurrou.
— Não faço a menor ideia. — A garota de cabelos cacheados sussurrou de volta e todos olhamos na direção em que o Reggie estava olhando, na verdade, acompanhamos com o olhar.
Uma garota, branquinha, de cabelos castanhos e olhos azuis, passava no outro lado do corredor, sorrindo e conversando com um garoto, muito parecido com ela. Irmãos? Talvez?
O Reggie olhava com cara de bobo, até ela sumir no corredor.
— Eu concordo, melhor ele ir na enfermaria. Boa sorte pra vocês, eu tenho aula de dança agora. — Reggie disse arrumando a mochila no ombro e saiu andando na mesma direção que a garota foi segundos atrás.
— Espera, mas e o Luke? — A cacheada perguntou apontando para o Lucas.
— Ele sabe se virar sozinho! — Reggie deu de ombros gritando do corredor.
Eu não sei dizer se ele usou isso como um motivo pra sair de perto do Luke, ou se ele realmente tinha aula de dança, já que eu estou em tempo livre e não temos as mesmas aulas sempre, mas ele foi embora, ele realmente está chateado, e essas palavras parecem ter pesado no Luke.
— Vamos, eu te levo para a enfermaria. — Me virei para ele, tentando ajudá-lo, mas ele se recusou.

Ps: I NEED U. •JUKE• DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora