Antes de abrir meus olhos, eu conseguia sentir-me imobilizada como se algo estivesse me prendendo e realmente estava. Fui colocada em uma cadeira, amarrada com meus braços atrás dela e meus pés presos também. Tentei soltar-me, mas quanto mais eu tentava, mais dor nos meus pulsos e tornozelos eu sentia. Depois de um tempo considerável tentando me soltar, desisti vendo que era inútil, e reparei no lugar onde estava. Móveis velhos e empoeirados, cheio de retratos e vidros espalhados no chão, cortinas rasgadas e sujas. De onde estava dava para ver um corredor com quatro portas, duas de cada lado. Tinha sujeira por todo lado e eu não conseguia respirar direito de tanto fedor que me rondava. Suspirei lembrando-me dos últimos acontecimentos. Bruno havia me injetado algum soro para me fazer dormir. O problema é que eu não sabia e nem conseguia adivinhar suas intenções. Tenho que achar algum modo de sair daqui antes que ele volte. Olhei ao redor e vi um caco enorme de vidro em cima da mesa de centro da sala. Respirei fundo, vendo o quanto longe ela estava. Decidi então fazer o mais óbvio: Inclinar meu corpo até a cadeira chegar a uma distancia boa para eu tentar pegar o caco.
Após fazer tal procedimento, me vi de costas para a mesa com as mãos posicionadas, prontas para pegar o objeto pontiagudo. Com toda a minha força empurrei a mesa, fazendo com que o objeto se movesse para frente. Respirei fundo vendo que estava dando certo. Fiz novamente, escutando quando ele deslizou sobre a mesa, logo caindo em minhas mãos. Senti-las sangrar um pouco devido ao pequeno corte, mas não me importei muito, pois tinha mais coisas a me preocupar. Como o caco de vidro era grande, pude facilmente colocá-la na posição certa e esfregá-la de cima para baixo até que a corda, que prendia minhas mãos, se rompesse. Imediatamente eu fiz o mesmo com meus tornozelos, vendo que os mesmos estavam ficando roxos. Parei um momento para relaxar meus músculos doloridos, porém segundos depois escutei um barulho de passos se aproximando. Rapidamente tirei meus tênis, para não fazer barulho, os segurando na mão, e corri para um dos quartos.
Escutei quando a porta foi aberta abruptamente. Olhei ao redor do quarto e o reconheci de imediato. Era o mesmo onde eu e Gabriel ficávamos quando vínhamos para cá. Então essa era a casa onde eu fui agredida pelo tio do Gabriel.
Sem tempo para pensar em alguma coisa mais coerente, entrei em um guarda roupa que o quarto tinha e tentei regular minha respiração para não chamar a atenção de ninguém para cá.- Stella? - Escutei a voz de Bruno. - Eu sei que você está aqui. - Fechei os olhos quando percebi que ele estava andando em direção ao corredor. - Não adianta se esconder, meu amor. - Seus passos cessaram e um silêncio se instalou por um momento. - ONDE VOCÊ ESTÁ, MERDA! - Esbravejou andando até o final do corredor e entrando em outro quarto. Suspirei aliviada por um momento por perceber que ele não entrou aqui. - Se eu te achar, você vai ter desejado não ter saído daquela merda de cadeira. - Sua voz se aproximava cada vez mais e eu tentava me esconder por entre as roupas.
Vi por uma das frestas da porta do armário, ele entrando no quarto onde eu estava. Olhou ao redor. Andou em minha direção e nesse momento eu já tentava respirar o menos possível. Bruno estava na minha frente e parecia tentar olhar para dentro do armário. Lentamente eu agachei e vi que havia um canto onde tinha casacos e blusas onde eu poderia me esconder melhor. Encostei o corpo no armário e sentei no canto, me escondi melhor entre as vestimentas, tornando impossível que ele me visse. No exato momento em que me ajeitei corretamente, as portas do armário foram abertas e eu tampei a boca com a mão. Bruno olhou pelo lugar e suspirou.
- Aquela vadia me paga. - Fechou as portas do armário e escutei seus passos se afastando. Pude então, respirar melhor. Fiquei um momento parada ali para respirar e pensar no que eu faria. Escutei a porta da frente da casa ser fechada num estrondo e percebi que se eu fosse por ali, ele facilmente me veria. Então eu teria que ir pela porta dos fundos.
Levantei-me e saí calmamente do armário andando na ponta do pé para a porta do quarto. Olhei o corredor de um lado para outro vendo que eu estava sozinha. Corri o mais silenciosamente possível para os fundos, passando pela sala onde tinha acordado e vendo muitas mais coisas jogadas pelo chão. Devia ter sido Bruno que fez aquele estrago.
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Psiquiatra De Um Assassino - Fluxo Bak ( Concluído )
Любовные романыStella Campbell é uma psiquiatra de 23 anos que batalha pelo bem estar mental de seus clientes e das pessoas que a envolvem. Quem a conhece bem, vê que ela não faz o tipo de desistir fácil. Em um dia comum de trabalho, Stella é mandada para o mani...