CAPÍTULO 36: tudo o que importa

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[ penúltimo capítulo ]

Vi quando Gabriel atravessou o jardim, pronto para ir embora e isto só fez com que a minha determinação aumentasse.
Corri até a porta pela qual ele tinha saído, mas antes de sair de casa, peguei minha bolsa. Quando olhei para frente pude ver que Lessa estava pronto para subir em sua moto. Respirando fundo, corri até ele, sendo notada somente quando agarrei seu braço, impedindo-o de ligar o motor.

- Gabriel, espera. - Disse ofegante graças à pequena corrida e também graças à ansiedade que tinha pelo que iria mostrá-lo.

- O que você quer? - Era visível a sua raiva e mágoa misturadas num só e era difícil identificar qual se sobressaía.

- Você quer uma explicação, não é? Bom é isso que eu achava até cinco minutos atrás, mas independente disso resolvi que já adiei o bastante e eu não tenho outra opção a não ser te mostrar. - Peguei a pasta guardada em minha bolsa e o entreguei.

- Um exame? - Perguntou encarando o objeto em suas mãos, logo voltando a me encarar. Olhei ao redor para ver se tinha alguém além de nós na rua.

- É melhor nós entrarmos novamente em minha casa. Se alguém te ver neste estado, podem entender errado. - Argumentei, observando o estado que suas roupas estavam. Eu sabia que ele tinha matado, mas mesmo sabendo que é errado eu não poderia julgá-lo, só apoiá-lo e ajudá-lo a parar com isso, porém essa não é a hora certa de falar deste assunto com ele, sendo que havia um problema muito maior agora.

- Vamos então. - Gabriel disse, ainda encarando a papelada. Eu sabia que ele tinha lido o que estava escrito e suspirei, querendo muito que essa confusão acabasse logo.

Caminhamos lado a lado até a minha porta e, quando entramos, tranquei a mesma para que possamos ter mais privacidade.

- Você pode me explicar isso?
- Lessa perguntou ainda me olhando do mesmo jeito que antes. Assenti encarando o chão, pensando como eu poderia começar a falar o que eu tanto queria.

- Depois do que houve no tribunal, depois do que Robert disse e... Quando você foi embora, eu andei pensando muito no que aconteceu, porém mesmo assim eu não sabia como provar que o filho que eu carrego é seu. - Olhei para seu rosto que agora continha um semblante confuso e continuei. - Tinha me dado um branco total porque o desespero de te perder novamente por um descuido meu me fez travar. Mas... Depois que o juiz terminou o julgamento com a sentença de exílio do seu tio. - Sorri, vendo-o sorrir. - Eu conversei com a Carolina e ela me aconselhou a marcar uma hora para conversar com um obstetra e um ginecologista. Bom foi o que eu fiz. Ambos me disseram para fazer um exame para saber se eu fui abusada em algum momento naquele dia e o exame comprova que nada me aconteceu. Gabriel, Robert não chegou a me tocar como ele queria porque eu não deixei. - Fui me aproximando dele. - Ele nunca abusou de mim e nunca mais vai ter a chance de tentar. - Parei bem a sua frente e segurei seu rosto para ele absorver bem o que eu iria dizer: - Você é o único homem com quem eu me relacionei tão intensamente. É o único homem que eu quero e também é a única pessoa que me faz me sentir segura. - Respirei fundo para continuar. - Se... Você ainda quiser fazer o exame para ter a certeza que é o pai, tudo bem, mas... - Interrompi minha fala quando senti os seus lábios se colidindo com os meus. Por um momento eu fiquei surpresa, mas depois eu me entreguei ao beijo e aproveitei o momento.

- Desculpa, Stella. - Gabriel disse ofegante. - Eu fui e continuo sendo um idiota. Não devia ter duvidado de você, mas...

- As circunstâncias levaram você a acreditar por um momento que Robert pudesse ter me abusado e que eu estava grávida dele neste momento. - Completei a sua frase, fazendo-o sorrir, triste. - Está tudo bem, Gabriel. Eu também tenho que admitir que deixei transparecer isso.

Psiquiatra De Um Assassino - Fluxo Bak  ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora