Epílogo

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Cinco anos depois.

                     Stella Campbell
      
Acordo com o despertador tocando e bufo por saber que tinha me esquecido de desligá-lo. Hoje era sábado e eu não tinha que ir trabalhar na Fresh Start, mas isso não quer dizer que eu não tenha que trabalhar aqui, em minha casa. Além de resolver tudo que tenho para anotar e analisar sobre meus pacientes, ainda tinha que cuidar de duas pessoas em especial. Gabriel e Ana são duas das pessoas mais importantes de minha vida. Sim, o meu bebê, que lutou comigo para crescer forte e saudável, é uma menina. Eu fiquei feliz e muito emocionada após o parto. Quando eu era criança sempre dizia para mim mesma que eu teria uma menina com meus traços em seu rosto e foi o que aconteceu. Ana parece fisicamente muito comigo, mas o jeito de falar e seu jeito de pensar são iguais ao do pai. Eu não sei por que, mas minha filha ganhou uma tremenda habilidade de pensar no que fazer nas horas adequadas. Ela era estratégica igual ao Gabriel quando se trata de fazer algo que vá trazer benefícios para si. Lembrando-me agora, de quando Gabriel matava, como os seus ataques eram calculados e rápidos, sem serem percebidos. Ele, antigamente, usou essa habilidade para fazer coisas que hoje o próprio não se orgulha, mas que agora ele só faz para si ajudar e ajudar os demais. Quando Gabriel sente raiva, ele sempre arranja algo para lembrar que nem tudo se resolve com violência. 

Bato no despertador com raiva, parando de escutar o seu barulho estridente segundos depois e levantei minha cabeça olhando para a porta e levando um susto ao ver Ana me encarando no pé da porta do quarto em que eu e Gabriel dormíamos.

- Ana, você quer me matar do coração bem agora quando acabo de acordar? - Exclamo ainda me recuperando do susto. Vi quando minha filha riu sapeca e apertou seu cachorrinho de pelúcia em seus pequenos braços.

- Desculpa, mamãe. Mas o papai disse que gosta de te ver dormir e eu tava fazendo o mesmo. - Explicou-se, dando de ombros e eu de imediato olhei para o outro lado da cama, onde Gabriel se localizava prestes a explodir de tanto que tentava segurar a sua risada.

Não falei nada, vendo o quanto esses dois se parecem. Ajeitei-me do meu lado da cama e neguei com a cabeça, enquanto eu via Ana deitando no meio de nós dois.

- Mamãe, quando eu vou poder ver meu namorado? - Perguntou com seus olhinhos cheios de expectativa. Eu não me aguentei e caí na gargalhada ao ver o olhar de indignação do Gabriel.

- Que namorado, Ana? -
Gabriel perguntou ainda encarando a menor.

- Ué, a mamãe não te falou? - Ela perguntou encarando o pai que no segundo seguinte me encarou com os olhos fulminantes. - Eu conheci ele há poucos dias. - Apontou com seu dedinho indicador para a janela de nosso quarto. - Foi no parquinho aqui perto. - Continuou a explicar para Gabriel como se fosse uma especialista no assunto.

- E quem te deixou namorar com ele? - Gabriel perguntou indignado.

- O Ethan perguntou para a mamãe se podia e ela deixou. - Respondeu dando de ombros novamente.

Eu conseguia ver o quanto Gabriel estava perdido. Para ele, Lessa era o único homem da vida da Ana. Nem os avôs entravam nessa. Gabriel protegia muito a nossa pequena. Sempre que podíamos, nós três saíamos para diversos lugares e, na maioria das vezes, era ele quem brincava com ela. Isso também era muito bom para o mesmo. Além de dar a atenção que todo o pai deve dar, Gabriel também sempre tinha muita paciência com Ana e isso era ótimo para a mentalidade psicológica dele. Mesmo agora que ele tem um emprego, como professor de controle das armas de autodefesa, ele nunca deixa de ter um tempo para ela. Quase todos os dias eu vou dormir antes dos dois, que ficam conversando e brincando até sabe-se lá que horas.

Então eu acho que esse olhar perdido que o mesmo está me encarando só não passa de medo de perder a sua menina.

Acariciei seu rosto e sorri.

Psiquiatra De Um Assassino - Fluxo Bak  ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora