CAPÍTULO 18: não diga o nome dele

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Ainda encolhida no chão, pensando no que havia acontecido comigo no passado, do porque de ter tido o traumatismo craniano e, consequentemente, perdido a memória, resolvi ligar para Fernando, afinal, ele e Michele deveriam saber do que me lembrei.

- Oi, Stella. Aconteceu alguma coisa? - Era Fernando.

- Sim, aconteceu. Michele está aí com você? - Perguntei me levantando, secando minhas lágrimas com a palma da mão e ajeitando minha roupa.

- Sim, ela está, mas o que aconteceu?

- Me esperem aí. Eu já estou a caminho, preciso falar com os dois.

Desliguei sem esperar uma resposta vinda dele.

 (...)

- Tudo bem com você querida? Seu rosto está todo inchado. O que aconteceu? - Estava na casa da família Lessa, sentada no sofá com Fernando, enquanto Michele me trazia uma xícara de chá para acalmar os nervos. Desde que cheguei, ela não parava de me fazer perguntas, o que me fez perceber que estava realmente preocupada comigo, enquanto Fernando não dizia nada, apenas me avaliava com uma expressão, hesitante.

- Eu estou bem sim. - Omiti. - Desculpem-me se estou atrapalhando, vindo até a casa de vocês a essa hora da noite, mas eu precisava arrancar essa angústia de meu peito, e não se preocupem. Também conversarei com meus pais. - Confessei os encarando.

- Tudo bem Stella, nós não nos embravecemos de te receber neste momento. Mas estamos seriamente preocupados com você. - Pronunciou-se, Fernando.
Suspirei e me acomodei mais no assento.

- Eu me lembrei do que aconteceu comigo há sete anos. - Confessei baixo. - Eu me lembrei de como perdi a memória. - Olhava para os rostos dos dois que no mesmo instante adquiriram uma coloração esbranquiçada.

- Você lembrou? - Perguntou Michele, ao meu lado.

- Sim. E por isso vamos continuar com o que combinamos. Agora, mais do que nunca. - Disse convicta de minhas palavras, meio orgulhosa de mim por estar prestes a desmascarar o homem que me fez mal por um longo tempo. Robert iria pagar.

Estava mais aliviada por dizer o que me machucava por dentro. Precisava falar para alguém que minha memória estava ficando intacta.

- Tudo bem. - A mulher ao meu lado olhou para o marido, talvez contente por saber que eu tinha reagido da melhor forma possível diante da situação. - E você vai falar com Gabriel sobre isso?

Minha alegria de repente se dissipou por ouvir aquele nome.

- Não diga o nome dele. - Disse séria me levantando.

- Por quê? O que aconteceu entre vocês?

- Nada com que tenham que se intrometer. Nós já decidimos o que queremos para nós dois.

- E o que seria? - Fernando disse com os braços cruzados.

- Cada um cuidar da sua vida sem o outro. Não vamos mais nos falar. - Comentei já sentindo o choro formando um nó na minha garganta.

- E você está normal diante dessa decisão? - Michele perguntou talvez tão indignada quanto Fernando aparentava estar.

- É claro. - Ri baixo, lutando contra as lágrimas. - Gabriel só pensa no bem estar dele. Não tenho espaço em sua vida, assim como ele não tem mais na minha. - Digo, vendo o quanto minha mão estava suada. Esse assunto logicamente me incomodava muito. - Enfim, não quero falar sobre esse assunto. - Já sentia que ambos me encaravam repulsivamente. E eu, estava na defensiva. - Ainda são 20h00min. Vou aproveitar que não está tão tarde e vou à casa de meus pais, contar a eles que eu me lembrei. Vão ficar preocupados, mas também sei que alegres, afinal eu estou me lembrando, não é?

Psiquiatra De Um Assassino - Fluxo Bak  ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora