CAPÍTULO 08: foque em suas conclusões

3.7K 251 122
                                    

Stella Campbell.

Depois de ter acordado, fiquei um pouco aérea de tudo, mas consegui fazer o essencial em poucos minutos, para que eu não me atrasasse para chegar à Casa Woman. Hoje eu faria perguntas mais pessoais a ele. Precisamos progredir e do jeito que as coisas estão indo, não está dando certo. Folheei algumas folhas de meu caderno e analisei o que tinha escrito, logo vendo exatamente o que faltava eu perguntar. Parei em frente à porta do quarto dele, logo acenando para os brutamontes que faziam a vigia da mesma.

Ao entrar no quarto, percebi que Lessa não estava onde costumava ficar, deve estar no banheiro. Constatei minha afirmação, pois era o único lugar mais óbvio que ele podia estar, mas não somente isso, como eu também pude ouvir o som de água caindo. Ele está tomando banho. Gabriel deve pelo menos ser solto da camisa de força para tomar banho e escovar os dentes.

De repente, escutei o registro ser desligado e fiquei tensa, só de pensar que ele podia sair da porta do banheiro somente de toalha e se trocar aqui, mas descartei essa ideia ao vê-lo sair do lugar que estava já vestido e secando seu cabelo com a toalha.

- Stella? Você por aqui agora? Pensei que viesse mais tarde. - Olhei em meu relógio e vi que realmente, eu tinha vindo mais cedo do que pensei.

- Oh, é que eu não dormi muito bem e acho que eu não consegui me segurar. Já virou hábito vir para cá.

- E por que você não dormiu bem? - Ele me perguntou sentando a minha frente.

- Porque você ainda está sem a camisa de força? - Perguntei, sem respondê-lo.

- Eles normalmente colocam aquele troço quando você está chegando, mas já que está aqui - Ele deu de ombros.

- Tudo bem, você...

- Ainda não respondeu a minha pergunta. - Lessa me interrompeu.

- Esse assunto é particular e eu não devo compartilhá-lo com você, pois não compreenderia. - Ele riu debochadamente, como que se duvidasse.

Franzi o cenho, percebendo que Gabriel me encarava nos olhos, mas logo desceu seu olhar para minhas mãos. Encarei as mesmas para ver se tinha alguma coisa de errado, mas não encontrei nada.

- Você sempre pinta suas unhas de azul? - Ele perguntou ainda encarando minhas mãos.

- É minha cor preferida. - Engoli em seco. - Eu sempre pinto dessa cor desde os meus seis anos.

Lessa assentiu, levantando e voltando para o banheiro, talvez para guardar a toalha que também estava em suas mãos. Depois de um tempo voltou e eu não me aguentei e perguntei:

- Porque você quis saber disso?

Encarou-me sem responder e se aproximou de mim. A situação não estava uma das melhores. Eu ainda sentada e ele em pé. Me senti ameaçada.

- Você é minha psiquiatra e me faz perguntas sobre a minha vida, por que não posso fazer o mesmo?

- Como você mesmo disse, sou sua psiquiatra. Me formei para isso. - O encarei de volta, não conseguindo mais desviar o olhar.

Suspirei e peguei minhas coisas da bolsa colocando-as sobre a mesa.

- Bom, eu vou te fazer umas perguntas mais pessoais hoje, e eu quero que você me responda, pois não vou sair daqui até me sentir satisfeita com as respostas, tudo bem?

- Arqueei uma sobrancelha, vendo logo em seguida ele fazer o mesmo.

- Tudo bem. - Disse somente.

- Foi você que matou as dez pessoas em um dos becos da cidade há dois dias antes de voltar aqui, não foi? - Ele sorriu e assentiu, sem remorso algum.

Psiquiatra De Um Assassino - Fluxo Bak  ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora