18 | when I play, i don't lose baby (even in love)

461 61 90
                                    




Emily McCannen

— chapter eighteen —

When I play, I don't lose baby
(even in love)


Odiava o fato de que aqueles olhos azuis tenham me levado a expor que estava gostando dela, e me deixou confortável em cada mínima palavra que saia de sua boca. Argh! Eu não estava percebendo o quanto ilusório aquilo estava sendo até o atual momento.

Minha memória ainda era fresca: ela tinha dormido com a ex-noiva. A. Ex. Noiva. Não era qualquer uma por aí sem nenhum vínculo ou que sequer sabia o nome, não! Era a mulher da qual iria compartilhar boa parte da vida ao lado.

Arfei, eu não podia surtar agora.
Não agora!

(play shy – lose you too, 0:00)

Bati duas vezes na porta de madeira enquanto me encolhia, o tempo hoje estava feio e pra piorar tinha esquecido completamente de pegar um casaco. Eu só queria sair daquele apartamento o mais rápido possível.

Ouvi as chaves liberarem a tranca e a porta ser puxada me dando uma visão de um Noah sonolento com sua ereção matinal na cueca azul apertada. Noah não sabia como o azul lhe caia também bem... Não, Emily, você não veio ficar com ele!

Me deu passagem pra ir à cozinha, não era sempre que o encontrava sem mandar mensagem para marcar um encontro antes. Afinal, fazia um bom tempo em que nós não ficávamos sozinhos em quatro paredes.

— Café? — assenti, o vendo me estender uma xícara do seu caprichado café. Odiava saber que o café dele dava de dez a zero no meu, Noah era o melhor que eu quando se tratava de ser mestre cuca. — Quem fez o que dessa vez? Por quê? Devo matar esse alguém? — bebeu calmamente o líquido quente, sem se dar conta no que disse. — Ah, por favor, Emily, mato e morro pra esse sorriso nunca sair do seu rosto!

Respirei fundo, Noah sempre era fofo até tentando me convencer que mataria alguém por mim. Bem que ninguém sentiria a falta daquela.. daquela..

Enfim.

— Acho que.. que.. eu..

Noah juntou franziu as sobrancelhas claramente agoniadas por eu não ser tão específica.

— Você, uh? Que merda você fez, McCannen? Diz logo!

— Estou me apaixonando.

Fechei bruscamente os olhos, eu ainda via aquela mulherzinha tocando no que era meu.. quer dizer.. na Madison. Tocando na Madison!

Falar aquilo em voz alta me deixou até mais leve, mas o olhar duro dele não era um bom sinal, nunca era. Ficamos em um bom silêncio até que o mesmo assimilasse o que acabara de ouvir.

— Tá, e o que ela fez pra você estar aqui a essa hora da manhã? Os dedinhos ágeis delas não deram o que você queria? — debochou, Noah nunca fora com a cara dela desde que mostrei uma foto da mesma, ele sempre dizia que ela não prestava. — Você quer que eu termine o serviço, é isso?

Certo, era a primeira vez em que o via com ciúmes. Me apoiei na ilha e segurei em sua mão livre, fazendo um carinho leve nela.

(play shy – slow, 0:00)

E ignorei todo seu cinismo misturado com ciúmes.

— Eu estou aqui porque tenho medo de pegá-la na nossa cama com a ex-noiva dela. — arfei, segurando a todo custo o choro entalado. — E ontem.. Ontem a gente se beijou, bom, eu a beijei. Isso não importa, mas eu fui correspondida. E... cacete.. que beijo!

A wife for meOnde histórias criam vida. Descubra agora