03 | i hate you, that's all

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Emily McCannen
6:00am

— chapter three —

I hate you, that's all

Como eu me meti nisso? Boate, stripper, e agora dinheiro sujo. Ethan era um babaca mesmo, me mantendo na boate para lucrar e agora emprestando dinheiro sujo pra um magnata que ofereceu a mão da própria filha como quem diz "pagarei minha dívida de um jeito ou de outro". Eu tinha uma quantia boa guardada, poderia aposentar meus saltos facilmente, mas meu tio estava só complicando as coisas. Sim, Ethan é meu tio e co-dono do Luxury. Charlotte que tinha o poder de tudo por lá.

Eu odiava ambos.

O sol estava nascendo enquanto eu me debruçava no corrimão da varanda principal, fumando o primeiro cigarro do dia. Não sei como cheguei na cama, mas pressuponho que isso deve ser coisa dela. Estava esfriando, e hoje tinha show. Minhas roupas especiais tinham sido guardadas no quarto de hóspedes, não arriscaria minhas preciosidades aos olhos maliciosos dela.

Devo admitir, seria instigante chegar em casa e vê-la segurando um conjunto inteiro de renda se perguntando onde diabos eu uso aquilo. Ou experimentando por curiosidade, eu sei que aquela cabecinha é mais suja que tudo nesse mundo. Com bônus dos anos de vôlei, tenho certeza que tem algum vestígio deve ter ficado nela e naquelas habilidosas mãos..

— Tem café na mesa. Estou saindo. — sua voz reverberou no ambiente inteiro, a olhei por cima dos ombros. Covey terminava de pentear para poder vestir a camiseta que estava sobre a cama. Foi inevitável não morder os lábios. — Ah.. já limpei a casinha do Little John e coloquei comida pra ele também, ele come demais. — riu baixo.

Alguma divindade, se estiver me ouvindo, me dê forças para ser firme. Eu odeio essa mulher e tudo que seja dela. Quando Mady vai errar pra eu poder continuar implicando com ela sem temer a consequências?

Mady? Desde quando a chamo assim?

— Você tomou banho com água ou com perfume? O quarto tá impregnado. — tampei o nariz, quando adentrei o quarto. A visão ampla dela abotoando a blusa foi o cúmulo pra mim, minha razão estava começando a oscilar. Por isso eu implicava com ela, até a ver perder a razão dela. Pra só assim eu me sentir bem.

Madison rolou os olhos de uma forma que achei que fossem cair na cama recém forrada.

— Não tão quanto esse fedor de nicotina, seu pulmão deve estar degradado nessa altura. — rebateu. Aish! Doeu, mas era bom vê-la revidar. — Enfim, não fume aqui dentro, odeio esse cheiro. Estou indo, até nunca. — puxou uma bolsa pequena preta e uma mochila.

— Mas esse cheiro é tão bom... — rodopiei. — Sentir a nicotina acalmar o pulmão é tudo de bom. — brinquei. — Você devia fumar também, talvez essa sua cara fechada e mal humorada passasse. — ela trincou o maxilar.

Era agora.

O barulho dos passos fundos até mim, me deixavam ansiosa pro desfecho. Madison olhou dentro dos meus olhos ao proferir tão calmamente que me assustei:

— Não fume aqui dentro, não vou pedir novamente. Se você não me tirasse tanto do sério talvez um "bom dia" você teria. Espero que seu dia seja bem ruim. — deu um falso sorriso no final. — Cedo demais pra levar problemas pro trabalho. — falou consigo baixinho.

A wife for meOnde histórias criam vida. Descubra agora