Capítulo 2 - Visita Inesperada

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Os anos foram se passando e a madrasta tratava cruelmente sua enteada, fazendo-a trabalhar duro no castelo. A rainha acreditava que a beleza da moça se desgastaria com os serviços pesados a qual era submetida, mas mesmo forçando-a a executar tantos afazeres, Zelda continuava radiante e bela, para o desgosto da rainha. Mesmo sendo maltratada e humilhada por sua madrasta, Zelda sempre trabalhava com um sorriso no rosto, ainda que no fundo, sentisse uma tristeza sem fim pela falta que seu pai fazia, mas ela nunca fora de olhar as coisas pelo lado negativo. No fundo ela sabia que alguma coisa daria certo, que seu pai voltaria e acabaria com aquela angústia.

Era mais um dia comum no castelo. Enquanto a Madrasta se admirava em seu espelho, Zelda cuidava dos seus afazeres. Ela estava do lado de fora, com seus amigos animais, puxando água do poço. Ela cantava uma doce e suave melodia, que ecoava através dos muros do castelo. Era uma canção doce, mas ao mesmo tempo melancólica.

Um jovem cavaleiro que cavalgava pelas planícies ouvira a triste melodia que a jovem cantava. O rapaz encantou-se no mesmo instante pela maravilhosa voz da moça.

— Ouviu isso, Épona? – disse ele, para sua fiel égua. – De onde será que vem esse canto tão maravilhoso? Preciso descobrir quem é a dona dessa voz encantadora...

O jovem foi seguindo a canção através da floresta, até que encontrou um muro alto, de um enorme castelo. Ele escalou o muro e viu a bela princesa, em suas roupas maltrapilhas. Sem que ninguém percebesse, foi se aproximando da jovem, que nem notara sua presença.

— Olá! – Ele disse, com um sorriso no rosto. A princesa virou-se surpresa.

— Desculpe-me, não quis assustá-la, mas é que ouvi você cantando tão docemente enquanto cavalgava pela floresta que não pude deixar de ver quem era a dona dessa voz tão bela.

Por um tempo Zelda o encarou. Ainda estava surpresa com a presença daquele rapaz que falava com ela tão docemente. Ela nunca tinha visto em toda sua vida um homem tão belo. Ele era alto e musculoso, usava uma túnica verde e um gorro da mesma cor. Seus cabelos da cor do ouro reluziam à luz do sol e seu sorriso angelical fez o coração dela bater mais rapidamente. Ela desviou o olhar e passou a fitar o chão. Não sabia o que dizer naquele momento, pois até então, nunca tivera falado com ninguém que não fosse do palácio. O jovem aproximou-se ainda mais de Zelda e tocou seu rosto delicadamente para que ela olhasse de volta para ele.

— Não precisa ser tão tímida... Não lhe farei mal algum... – ele disse calmamente, enquanto acariciava seu rosto.

Zelda sentiu seu rosto arder e sentiu um leve arrepio percorrer sua espinha quando ela o encarou de volta e se deparou com seus profundos olhos azuis. Agora já não tinha mais tanto medo do jovem que estava ali. Estava até começando a gostar de sua presença. Ela fechou os olhos por um instante, apenas para sentir as carícias do belo rapaz que acabara de conhecer.

— És a mais bela mulher que já vi... Como te chamas?

A princesa congelou e seus olhos se abriram com espanto. Lembrou-se de sua madrasta. O que ela diria se a visse falando com aquele homem? Ela não podia mais ficar nem mais um segundo perto dele. Aos poucos ela foi se afastando.

— E-eu, n-não posso... Desculpe-me! E-eu tenho que ir, adeus!

— Mas por quê? Quando poderei vê-la outra vez? – perguntou o jovem, perturbado.

— Nunca! É melhor que nunca nos vejamos novamente, e-eu sinto muito! – ela respondeu tristemente e correu para dentro do castelo, o coração dela batia forte e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

A madrasta, que por sua vez, vira tudo, aproximou-se de Zelda, que chorava amargamente por ter deixado aquele rapaz tão gentil para trás. A rainha olhou furiosamente para sua enteada.

The Legend of Zelda - Branca de NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora