Capítulo 14

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"Esteja certo de que Deus não abandona as pessoas honestas, nem dá a mão para ajudar os maus. Ele fará você rir de novo e dar gritos de alegria;" (Jó 8:20-21)

 Ele fará você rir de novo e dar gritos de alegria;" (Jó 8:20-21)

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Desnecessário dizer que ela pensou o dia todo naquele bilhete. Leu e releu e, quando a noite chegou, custou a dormir. Pensou mil vezes no que ele diria e no que ela responderia. Fez mil cenários: alguns bonitos, outros tristes. O que quer que fosse falar, era algo seriíssimo, e ela... estava ansiosa. Várias foram as vezes em que pensou que ele diria que iria regressar ao Japão, que pediria desculpas se causou nela algum sentimento que ele não quis.

Não, não. Era um dia de alegria.

Alegria.

Tarde da noite, ela precisou colocar a mão sobre o próprio coração e mandar sua alma se aquietar. É verdade que qualquer pessoa ficaria ansiosa em tal situação, mas é necessário ter discernimento espiritual para entender quando a ansiedade alcançou níveis de autodestruição. É preciso lutar para pará-la com as armas que se tem — pelo menos tentar.

— Em nome de Jesus, eu declaro calma — ela falou com a mão sobre o próprio coração. — No nome poderoso de Jesus, eu declaro paz. Eu repreendo em nome de Jesus toda ansiedade. Em nome de Jesus, amém.

É verdade que quase toda a angústia se passou depois de tal oração, mas como os rompantes da carne são perenes até a morte, várias vezes outras os pensamentos vieram até ela por mais meia hora — contudo, cada vez menos... até... dormir.

No dia seguinte, acordou tarde e o pastor Anthony e Laura já haviam saído para ajudar na cidade. A floricultura seguia fechada e eles estavam se dedicando completamente às necessidades da cidade por meio da igreja.

Quando ela chegou à cozinha, Linda disparou:

— Vai tomar café ou almoçar? — sentou-se à mesa com um prato. — Já é meio-dia.

— Almoçar — ela foi até a cozinha e voltou com um prato pronto de peixe frito e batatas, sentando-se à mesa com a irmã.

— Nossa, você está péssima — Linda tornou e Anastasia ergueu os olhos para a irmã, como se dissesse: "sério mesmo?". — Não dormiu? É por causa daquele envelope do hospital?

— Quem trouxe ele? — Respondeu com outra pergunta.

— Aquela sua amiga, Narumi. Ela parecia exausta, acho que estava naquilo de trabalhar o dia todo e a noite toda.

— Plantão?

— Deve ser — ela deu de ombros. — Enfim, ela só deixou aí. Eu até chamei ela para entrar e falar com você, mas ela falou que estava morrendo de sono e ia para o alojamento dormir. O que era? Você conhece alguém que está no hospital?

— Não. Quer dizer, sim, mas não desse jeito — ela encheu a boca com um pedaço de batata. Porque Linda continuou a encarando confusa, ela finalmente respondeu, após engolir: — é complicado — e colocou mais um pedaço de batata na boca, mastigando com ansiedade.

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