Capítulo 15: Reencontro

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As crianças arrastaram André até o campo. Bernado apertou o seu peito com medo que seu coração saísse pela boca. Sua paixão já havia crescido tanto, André mantinha sempre seu cabelo solto, mas com a idade, ele se tornou em uma beleza elegante, seu rosto um pouco corado, seus olhos verdes com uma expressão tão calma, a cada detalhe que Bernado notava, seu coração não parava de palpitar. Ele se levantou com calma, e ainda mantinha sua boca aberta desde que o mais jovem apareceu.

"Tio, esse é o tio Dé!" Disse a garotinha.

"N-nando você está no Leste...Ou devo te chamar de Sua Alteza?"

Bernado agarrou o pulso de André. "Eu! Eu ainda sou seu! Você, eu, amigos, é claro, eu senti..." Percebendo que confundiu todas as palavras, ficou envergonhado. "O que eu quero é dizer que ainda somos amigos!"

André suspirou, logo em seguida sorriu. "Isso é realmente muito bom!"

Se sua paixão pudesse ouvir, seria apenas o coração do jovem príncipe que não parava de bater. Ainda segurando o pulso de André, a mesma garotinha se atreveu a perguntar, "Tios, vocês na verdade são namorados?"

"Não!" Exclamou Bernado e André ao mesmo tempo. Em sua mente, Bernado claramente queria ser bem mais do que um namorado, mas no momento, ele não planejava contar seus sentimentos. André não se sentia diferente, depois que percebeu que na realidade se apaixonou por Bernado, tudo ficou um pouco estranho, primeiro, não tinha certeza se Bernado gostava de homens, segundo, a sua falta de segurança.

"Se é assim, tudo bem! Vamos continuar a brincadeira?"

"Miau!"

"Na verdade, eu passei apenas para vê-los, tenho que ir até a biblioteca." Respondeu André.

Bernado pegou Pandora em seus braços. "Eu vou com você, temos muito o que conversar depois de tantos anos."

As crianças fizeram biquinho enquanto viam seus dois tios saírem do campo.

Pandora quis ser carregada como se fosse um bebê, e mesmo assim, não parava de encarar André com olhos assassinos.

"Eu não sabia que você tinha um gato."

"A conheci no mesmo ano que nos separamos. Pandora estava presa em uma árvore perto do cenário de guerra. Depois disso, nunca parou de me seguir."

"É um ótimo nome." André foi fazer carinho, mas Pandora o arranhou. "Ah!"

Com uma mão, Bernado segurou a mão de André enquanto via o pequeno corte. "Me desculpe! Eu nunca a vi ser tão agressiva com alguém!"

Levando André pela mão até um banco de madeira um pouco abandonado pela estrada de terra, Bernado pegou algumas ataduras que tinha em seu bolso e cuidou da mão de sua paixão com muita delicadeza.

André se sentiu um pouco tímido e curioso. "Por que você guarda consigo ataduras e remédios?"

Colocando a mão atrás da cabeça e desviando o olhar, ele responde, "Na realidade, tenho umas feridas que não se curaram completamente, mas são pequenas. Ai!" André deu um peteleco em sua testa.

"Feridas ainda são feridas, Bernado! E se ficasse pior? Iria fazer o quê?" Gritou André com uma expressão raivosa. Pandora rosnou no colo de Bernado enquanto o defendia.

Depois de levar uma bronca, o jovem príncipe pegou as duas mãos de André e as levou até seu próprio rosto. "Você não precisa se preocupar! Eu ainda estou vivo, não estou?"

"Mas eu quero que continue." Murmurou André.

"Por você! Enquanto estiver vivo, André, eu serei definitivamente a pessoa mais feliz do mundo! Me deixe protegê-lo no futuro." Exclamou Bernado.

Vida Longa Ao ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora