Capítulo 26: Quem Eu Amo

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"Senhora, ele não fala de jeito nenhum. Nós já o espancamos o suficiente. Por que não arrancar algum membro?" Perguntou um soldado um pouco jovem.

A mulher o olhou com raiva. "Não podemos ir longe assim. O rei falou para não ser uma execução brutal, é apenas uma aparência. Como ele não tem motivos para nos dizer nada. Aguente."

"O que vamos fazer?"

"Divirta-se."

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"Você vive." Lúcia visitou Bernado apenas para uma inspeção.

"Você nos traiu. Por quê?"

"Quer saber a verdade? É simples. Sem a mulher que amei, qual o sentido em continuar a obedecer o homem que a tomou de mim?"

"Ela já está morta. Até mesmo eu superei." Ele se mantinha sério.

"É fácil falar, você não passou metade da sua vida com ela. Ela não era sua alma gêmea! Você jamais vai entender a dor de estar separado da única pessoa que te entende e te aceita! Sua Alteza, príncipe do Oeste, não tem o direito de ter sido abençoado com os olhos azuis como o mar tranquilo de Sofia!" Seu rosto ficou vermelho de raiva.

Suspirando, ele exclamou. "Se ela fosse sua alma gêmea, não teria escolhido outra pessoa, não teria tido um filho."

Lúcia olhou uma última vez para o olhar furioso. Era igual a ela.

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Depois de um tempo, Bernado, que tinha repletos hematomas e um olho roxo, recebeu um visitante. Um novo recruta era encarregado de distribuir comida para cada cela, mas a do jovem príncipe era de certa forma, especial. Ele teria que entrar nesse local com esse homem assustador. Seus pelos se arrepiaram ao passar pela porta de ferro, com seus dois pés, já estava dentro. Bernado mantinha seus olhos fechados e o jovem recruta tremia de pavor. "S-sua Alteza eu vim te trazer comida. Aqui está." Colocando o pote no chão e se afastando.

"Me solte." Bernado falou com uma voz rouca. Notando que nunca viu o garoto por aqui, presumiu ser um novo recruta, mais fácil de enganar.

"S-senhor e-eu não posso." O garoto tremia.

"Como vou comer sem as mãos? Não é como se eu pudesse fazer algo para você."

O garoto concordou. Com suas chaves, abriu apenas o pulso esquerdo. Ele não era tão burro assim. Mas apenas uma mão era o suficiente para Bernado. Assim que foi solto, e indo em direção ao pote, em um piscar de olhos ele posicionou sua mão esquerda na nuca do jovem garoto. "Você me dará informações ou morrerá."

"Eu te ofereço! Só não me mate eu tenho um irmão para cuidar." O jovem garoto estava desesperado.

"Eu também tenho família e estou aqui, que coincidência!" Exclamou Bernado. "Me dê algo para a perna, e informações sobre os arredores e passagens. Comece falando agora."

Ele engoliu seco. "Há uma maneira de sair daqui, mas é passando por dentro do castelo na parte dos quartos reais, não há nenhum guarda e é o caminho mais próximo até a cozinha, se o senhor for fugir eu posso lhe guiar até lá, com...uma condição."

"O que você quer?" Bernado perguntou com um tom raivoso.

"Me dê dinheiro, o suficiente para mim e meu irmão."

"Eu aceito, mas no momento em que você descumprir suas palavras, morrerá pelas minhas mãos."

Depois de alguns minutos o rapaz trouxe curativos e um remédio para Bernado. O garoto provou não ser prejudicial, Bernado tomou o remédio e fez curativos com gravetos em sua perna, era mal feito, mas foi tudo que conseguiu com apenas sua mão esquerda, claro o rapaz ofereceu ajuda porém foi recusado. "Minha espada, consiga de volta."

Vida Longa Ao ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora