Capítulo 25: Executando Um Novo Plano

13 6 11
                                    

 André e Anabel retornaram para o castelo, Leonardo se sentia tão mal que apenas zoar um pouco o Bernado ia o tranquilizar, mas não esperava que seus amigos estavam sem o homem. O grupo de Bernado também voltou, todos contavam com suas presenças, exceto o líder.

"André? Bel? Cadê ele?" Leonardo os questionou.

André caiu de joelhos no chão. "Eles o levaram."

"Lúcia nos traiu." Anabel balançava a cabeça em negação. Tomás apenas engoliu seco.

Orientando os soldados até o castelo, todos com rostos tristes e de cabeças baixas. O próprio rei foi os receber, "Conseguiram recuperar meus itens?"

Anabel se ajoelhou. "Tio, houve um traidor. Não recuperamos nada e perdemos Bernado."

O rei levantou as sobrancelhas. "Meu filho, morreu?"

André e os outros soldados se ajoelharam atrás de Anabel. "Sua Majestade. Bernado foi levado por eles, mas está vivo."

"Chamem o marechal Roberto." Exclamou o rei Josias.

• ═ ═ ═══ • ═══ ═ ═ •

Anabel foi a responsável por enviar uma simples carta para o marechal Roberto. Ela saberia que este homem que uma vez morou na região do Norte poderia os auxiliar, ainda mais pela consideração que tem por Bernado.

"Marechal Roberto

Nos últimos dias sofremos uma grave perda e um ataque furtivo do Norte, levaram bens preciosos do rei e da rainha, e principalmente, levaram Bernado. Ele caiu em uma emboscada pela recente traidora, Lúcia. Eles não nos viram, o que é bom, mas necessitamos de sua ajuda para resgatar Bernado com vida, retorne o mais rápido, foi um pedido do rei."

Leonardo bateu na porta. Anabel escreveu a carta no escritório de Bernado. Ela apoia com sua mão direita a testa. Entrando pela porta, ele falou, "Bel, eu te fiz um chá de capim-santo. Por favor descanse um pouco."

Com uma bandeja de madeira, com três copos de chá, ele colocou um para Anabel. "Para quem é o outro copo?"

Leonardo suspirou. "Ele está pior que você, começou a roer as unhas e não sai da biblioteca à procura de mapas e registros antigos."

"Nós vamos conseguir resgatá-lo, tenho certeza, o Norte não pode matar o príncipe. Eu acho"

• ═ ═ ═══ • ═══ ═ ═ •

O som de gotas caindo no chão, o fedor de carne podre, sangue e ferro, uma imensa escuridão, tudo misturado em um local só, de vez em quando, gritos de desespero ecoavam pelos corredores de pedra da prisão. Era caótico, o medo daqueles em suas celas, a crueldade de cada guarda era de dar nojo.

Bernado estava acorrentado pelos pulsos e sentado no chão imundo, desconfortável devido às suas manias de limpeza pessoal. Um soldado do Norte havia quebrado sua perna esquerda e quatro dedos de sua mão direita, sem contar os outros tipos de torturas de espancamento com o homem. O jovem príncipe conseguiu irritar aqueles apenas por sorrir cruelmente.

Uma mulher mais velha, cerca de quarenta a cinquenta anos, uma cicatriz na lateral esquerda de sua boca, cabelos negros e olhos cansados, entrando na cela de Bernado e parecia furiosa. "Você é o filho daquele traste."

"Obrigado por me dizer algo que já sei!" Bernado não tirava o sorriso do rosto.

A mulher riu. "Você não tem medo da morte? Eu posso te matar aqui e agora."

"Mas não matou. Deve ter um motivo." Ele levantou uma sobrancelha.

"Não é burro como seu pai. Interessante. Está certo, há um motivo."

Bernado abaixou a cabeça e a moveu em negação, em seguida um suspiro. "Já devo recusar de antemão."

Ela ignorou as palavras de Bernado. Pediu para que dois outros soldados trouxessem uma caixa de madeira e, ao abrir, pegou o papel presente. "O que você vê aqui?"

Franzindo as orelhas, ele retornou a pergunta, "Não consegue enxergar bem a ponto de não saber distinguir o que é um papel? É lamentável sua situação."

"Chega de brincadeiras. Diga o que está aí." Ela perdia sua paciência.

"Você não sabe ler?"

Com as palavras de Bernado, a mulher arregalou os olhos e ficou aturdida. "Está...Escrito algo?"

A reação era exagerada, Bernado percebeu que falou algo errado, a melhor escolha seria ficar calado, mesmo se quebrarem mais alguns ossos, ele só poderia ter a esperança de que seu amor iria salvá-lo. Ele aguentaria, afinal, o que era mais uma ferida aberta? É apenas quantidade, certo?

Perdido em seus pensamentos, Bernado não conseguia imaginar uma maneira de sair do lugar. Sua perna continuava incapaz, e não teria como usar ao menos uma espada, porém, o que mais doía em seu coração, não era a dor física, mas sim, o fato de errar. Ele não gostava de cometer erros, perfeccionista ao ponto de cada estratégia ser bem planejada, se culpando por calcular mal a situação, uma ponta de felicidade por sua paixão estar a salvo.

Um dos servos da mulher chutou Bernado no estômago. "Fale o que está escrito!"

"Sim, sim, vou matar todos assim que eu sair daqui." Falou Bernado enquanto cuspia sangue.

"Devemos revogar a ordem de mantê-lo vivo. Pelo que vejo, se ele consegue ler aquilo, sua família talvez consiga. É até ótimo. Como um aviso, seu pai está velho, duvido que haja outro na linha de sucessão."

"Não conheces o Oeste certo? Há alguém ainda melhor que eu." Seu sorriso era convencido.

• ═ ═ ═══ • ═══ ═ ═ •

Depois de três dias, já havia um plano a ser seguido. Anabel trocou informações com o marechal e o tempo corria enquanto decidiam cada detalhe. A estratégia era simples, André iria se infiltrar no castelo do Norte junto de Anabel e Leonardo. O marechal faria uma distração, é claro, havia uma carta na manga. Nesse pouco tempo, o marechal conseguiu auxílio de algumas servas que sofriam abusos no castelo. Ele prometeu sua liberdade e dinheiro para que oferecessem ajuda. Elas ofereceram um mapa completo das redondezas, e um passe livre para fuga pela cozinha.

André preparava-se para sua jornada, ele prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo, mas não usava armadura, apenas suas roupas em tons de branco, preto e verde de sempre. Anabel notou o quanto o jovem permanecia com uma face séria.

"André, está pronto? Nós vamos partir em breve." Perguntou Anabel.

Leonardo quis aliviar o clima pesado e resolveu fazer uma piada colocando a mão no ombro de André. "É claro que ele está pronto, isso se trata do seu namorado, e como um bom namorado irá resgatá-lo."

"Se eu fosse um bom namorado, não teria deixado ele ser levado." Respondeu André.

"Você admite ser namorado dele!" Leonardo sorriu.

André ficou paralisado por um momento. "Não! Não somos namorados, eu estava apenas falando que..."

Anabel riu. "Sabemos, apenas vamos indo."

• ═ ═ ═══ • ═══ ═ ═ •

Notas: 

gente lembrando que atualizações agora serão toda terça e sexta!

Enfim, o que será que é esse papel? Por que apenas o Nando conseguiu ler?

Vida Longa Ao ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora