Capítulo 3: A Fera De Domingo

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Tudo estava indo tão bem para Bernado, mas é claro que a sua prima implicante tinha que vir atrapalhar o seu tempo a sós com seus amigos. Com um tom um pouco rude, ele falou, "Anabel, você sabe chegar nas horas erradas em?"

A mesma o respondeu com uma fúria implacável, "Garoto você é só uma criança, tá falando do que aí?" Anabel jogou um saco de papel em cima de Tomás que estava dormindo. Ele acordou com algo o atingindo repentinamente.

Observando a garota mais velha, Tomás estava sem palavras, e esse saco de papel? eram doces? O garoto sentiu que precisava falar algo. "Ana, Anabel, eu, eu, eu agradeço, e, e, você veio...aqui...por nós?"

Anabel franziu as sobrancelhas e continuou a falar, "Você tem algum problema com a sua dicção? De qualquer forma, vamos crianças que eu estou com pressa."

Nem todos queriam se separar facilmente, e aproveitando que Tomás estava até vermelho por causa da chegada de Anabel, Bernado sentiu que deveria se aproveitar dessa situação.

"Ah Anabel, quem tem que ir embora é o TomTom, ou seja, você deve levar ele, eu e o Dré podemos voltar sozinhos, por favor, Aninha!"

"Credo Bernado é tão assustador quando você me chama por nomes assim! Tudo bem então, quero que você leve ele direto para a casa antes de ficar escuro."

Tomás e Anabel saíram juntos para ir em direção às carruagens do palácio enquanto Bernado e André foram deixados para trás. Os garotos gostavam da companhia um do outro e era tão complicado chegar ao fim do dia e se separar. Mais uma vez, eles deram as mãos.

Sorrindo timidamente, Bernado apertou a pequena mão de André, "Ainda não é muito tarde, tenho certeza que podemos ir a mais lugares, você gostaria de ir comigo, até o fim do dia?"

André concordou, ele sentiu que poderia concordar com qualquer palavra desse jovem, seja agora ou no futuro, tinha certeza que queria estar ao seu lado.

Voltando para a cidade, especificamente na barraca de doces. Eles olharam para cada doce especial, e André estava indeciso sobre qual escolher e pensou em pedir mais uma sugestão de seu melhor amigo. "Nando, você pegaria qual?"

"O de abóbora, definitivamente, é minha cor favorita no mundo todo, e me lembra a cor de seus cabelos!"

"Vou escolher este então, eu gosto muito de ouvir o que você diz Nandinho!"

"Está falando sobre minhas opiniões sobre comida? Elas são as melhores de toda a região!"

"Não só isso, acredito que tudo que você faz é realmente ótimo." Depois de suas palavras, André continuou a comer seu doce de abóbora enquanto Bernado estava tão tímido e sem nenhuma palavra para acrescentar.

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As crianças aproveitavam, mas por outro lado, os adultos passavam por uma crise. O rei Josias estava velho e frequentemente cansado, seu único filho só se importava em sair por aí para brincar com os pirralhos e abandonar seus deveres de príncipe. Não era nada fácil lidar com isso.

Mas seu reino não iria dar trégua facilmente. Apesar de parecer estar tão bem e pacífico, era só mais uma mentira contada a aqueles da nobreza. Não havia paz nenhuma. A criminalidade aumentava, os recursos do exército estavam escassos devido ao recente confronto e os soldados se recusaram a trabalhar, os bandidos aproveitam-se daqueles que não tem como se defender, e como um efeito dominó, a região estava em um conflito muito bem escondido.

Rei Josias não sabia mais o que fazer, talvez velho demais para pensar, porém seu filho era apenas uma criança, não é como se um garoto de doze anos soubesse como governar um povo, e confiar em mais um político corrupto não era a melhor solução. Mas o rei pensou em algo que talvez pudesse funcionar. Violência era definitivamente a resposta. Se ele esperasse cerca de dois anos apenas segurando o reino em seu estado atual, estariam prontos para começar uma nova guerra. Soldados novos, crianças se tornando homens, os melhores sobrevivem, poderia funcionar muito bem. Conseguindo algo suficiente para calar a boca do norte por mais tempo. Tempo suficiente, prestes ao novo rei assumir. Era necessário, ele precisava usar a sua peça mais preciosa, o seu próprio filho. Ia funcionar.

Vida Longa Ao ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora