Capítulo 21: Geada

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Todo o grupo estava reunido na cozinha, Bernado e André de um lado na direção oposta do trio que roubava bebida essa hora da noite. Encarando-se profundamente um para o outro.

Leonardo ria com muita vontade, "Na verdade viemos tomar um bom vinho, e vocês que se separaram da gente o dia todo?"

"Você não tem o que fazer além de ficar se embebedando?" Exclamou Bernado.

"Certo, certo, já que estamos todos aqui, por que não beber juntos?" Falou Anabel.

Concordando em beberem juntos, Leonardo pegou mais garrafas e foram todos para o campo verde que tinha atrás do castelo. O campo tinha poucas flores e a grama era tão escura, poucos relevos e árvores, o lugar perfeito para se deitar e ver nuvens ou estrelas. André se sentou no canto direito ao lado de Bernado, Leonardo deu um espaço maior assim que se sentou próximo ao casal, ficando ao lado de Anabel e Tomás. Bernado não bebia, André e Anabel tinham uma forte resistência ao álcool, e depois de duas garrafas, Tomás e Leonardo estavam abraçados cantando uma música famosa pela região e falando besteiras.

"Sua Alteza, você, você é a melhor pessoa que eu já conheci, meu melhor amigo da face da terra, no seu casamento eu quero segurar a sua capa!" Balbuciou Leonardo.

O grupo começou a rir, Bernado se sentiu um pouco envergonhado, "Que bobeira você está dizendo aí?"

Leonardo não respondeu e se abaixou para abraçar seu amigo. Bernado não sabia reagir e deu um tapinha nas costas do homem que começou a chorar, "Eu sinto falta da minha noiva." Depois de suas palavras o homem caiu e já estava dormindo. Os jovens resolveram que já era a hora de cada um ir para sua cama.

"Que trabalho para levar ele." Disse Bernado que estava carregando Leonardo com o auxílio de André. Tomás completamente bêbado, Anabel o carregou nos braços, ela sentiu que este pequeno rapaz era bem leve, e deu uma risadinha.

Bernado e André levaram o homem até o seu quarto de hóspedes. "O que aconteceu com a noiva dele?" Perguntou André um pouco curioso.

"Ele não me disse tanto, apenas que era uma moça que faleceu, eles iriam casar mas o resto nunca me contou. Quando ele estiver pronto, nos dirá." Respondeu Bernado.

André suspirou e concordou. Em frente à porta do quarto, o casal abriu lentamente e Bernado o jogou na cama. O quarto era simples, uma cama grande com lençóis bege, as paredes de tons claros de amarelo, e um guarda roupa de madeira pequeno. Afinal, era onde os hóspedes ficavam, não havia necessidade de tanta decoração. Posicionando o homem na cama, André o cobriu e os dois saíram do quarto.

Bernado segurou o pulso de André e murmurou, "Você quer ver algo interessante?"

"Como?" André arregalou os olhos.

"Vem comigo. É um lugar incrível."

Segurando seu amigo, ele o levou até a parte de pedra do castelo, os corredores tinham tochas apagadas, depois de alguns minutos de caminhada até a escada, alcançaram uma espécie de alçapão de madeira. Bernado abriu e assim que subiram os degraus restantes, lá estavam eles em uma das torres de vigia do castelo.

A torre era um lugar particular do jovem príncipe, que colocou um colchão redondo no centro e diversos travesseiros e lençóis. Bernado se deitou e fez um sinal para que André também viesse. "Essa é a torre mais distante e não tem uso, então eu a tomei, é relaxante ficar aqui e às vezes eu venho dormir aqui para descansar e acertar meus pensamentos. Eu nunca tive a oportunidade de lhe mostrar, mas já que estás aqui, por que não?"

André se deixou ao lado dele e começou a olhar as estrelas, sempre que as olhava, lembrava de todas as situações com sua paixão, sempre sob o enorme céu estrelado. "Você tem sorte, ao me deitar aqui sinto que já estou relaxado." André se virou para olhar Bernado e o cutucou no ombro. "Hmm...Você acha que Anabel sabe os sentimentos do Tom?"

Vida Longa Ao ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora