Capítulo 32: Eu Tenho Certeza Que Te Amo

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"Feira?" André perguntou com os olhos arregalados.

Bernado afirmou. "Eu fiquei ocupado nos últimos dias, e tenho um tempo livre! E por sorte, hoje é dia de feira."

André alisou o queixo. "Feira...Você tem certeza que não está fugindo de duas obrigações e sendo totalmente irresponsável?"

"Dré...Eu...Não estou, não brigue comigo..." Ele fez biquinho e um olhar de culpa.

André suspirou. "Eu não estou brigando, se é assim, vamos." Ele tomou a dianteira e segurou a mão de Bernado. O jovem príncipe sentiu seu rosto ficar quente, e com tamanha atitude de seu amor, ficou ainda mais tímido.

A feira parecia a mesma de sempre, tudo em seu devido lugar, as barracas, pessoas, ruas movimentadas, comidas ainda melhores. Bernado aproveitou a chance para entrelaçar seus dedos. "Você sabe, há uma barraca nova, com novos doces!"

"Você ama doces..." André sorriu.

"Eu amo..."

Os homens caminharam por todas as barracas até que encontraram uma um pouco vazia. Lá vendia doces de batata-doce, doce de banana, abóbora, entre outros. O senhor ficou espantado ao ver alguém comprar em sua barraca. "Sua Alteza, senhor, os doces que este humilde serve são simples, mas garanto que o gosto é ótimo."

"Eu comprarei todos." Bernado falou.

"Nando? Não é muito?" André ficou curioso.

"Sua Alteza! Eu agradeço muito, obrigado, obrigado!" O senhor empacotou todos os doces de sua barraca, e recebeu uma quantia considerável de moedas. Partindo de lá, o casal começou a andar.

"Pegue quantos quiser. Eu tenho uma dúvida." Bernado ofereceu os doces.

"Diga." André pegou um de cada e começou a comer.

"Você...Gosta de crianças?" Bernado desviou o olhar.

André sorriu carinhosamente. "Eu adoro! Me divirto com crianças!"

"Eu, vou em um orfanato, minha mãe morou lá, eu sempre visito, e queria saber...Se você quer ir comigo..."

"É por isso que você comprou tantos doces, fiquei preocupado!"

Bernado parecia querer dizer mais algumas coisas, e parou por um momento. Ele segurou novamente a mão de seu homem. "Eu realmente gosto das crianças de lá."

André ficou boquiaberto. Bernado tinha interesse em...Ser pai? Com seus pensamentos, ele começou a rir com muita vontade. Não conseguiria parar de pensar no quão divertido seria criar uma criança com ele. "Pfft, você quer adotar?"

Bernado ignorou sua pergunta. Ambos dirigiram-se até o orfanato. Como era durante a noite, as crianças dormiam pelo regulamento das freiras. Bernado apenas pediu para que elas dessem às crianças em seu nome.

Ainda não era tarde o suficiente, mas a noite continha sua brisa fria, a feira continuava iluminada e sem reparar, seus dedos continuavam entrelaçados um no outro. Sempre que paravam para experimentar uma única guloseima, suas mãos não eram separadas. A rua que seguia, era imensa, e aproveitando o horário, novos jogos e lugares para beber se abriam. Jovens mulheres competindo com homens rudes, e em uma dessas competições, Bernado foi parado por um homem gordo de barba. Roupas manchadas de bebida ou sangue, botas desamarradas e cintos com armas brancas. Ele se ajoelhou em frente ao casal e começou a gritar.

"Sua Alteza! Com toda a coragem eu te desafio para um desafio desafiador."

Uma mulher de cabelos negros, quadris largos e vestido amarelo sem muito detalhe cochichou para o homem. "Você não precisa tentar ser elegante!"

Bernado não estava com vontade de lutar em um momento tão romântico. "Devo recusar."

"Sua Alteza! Por favor! Estou tentando impressionar alguém!"

"Para que complicar tanto? Basta dizer seus sentimentos!" Bernado não queria perder seu precioso tempo com André.

O homem foi fortemente recusado. André gostaria de vê-lo lutar, "Por que recusou?"

"Eu quero te levar em um local, não podemos perder tanto tempo. Gostaria de me ver lutando, por acaso?" Seu sorriso era convencido.

"Ainda está me devendo um duelo." André devolveu suas palavras.

"Quanta pressão!" Bernado brincou.

Alcançando o fim da rua, Bernado começou adentrar a floresta segurando a mão de André, que não fazia ideia para onde estava sendo levado. Quanto mais longe da cidade, mais frio, o vento bateu em seu rosto, e tudo que via a frente era as costas largas do homem que ama. Passar momentos como este em sua companhia sempre fizeram seu coração feliz.

O casal começou a subir um pequeno barranco, André percebeu que era o rio próximo ao castelo, a diferença é que agora, ambos estavam ao topo da pequena cachoeira. Dava para ver as luzes da cidade, a estrela, o rio cristalino, o som da brisa, queda d'água e até mesmo vagalumes e grilos.

Bernado sentou-se na beira do rio e observou o céu. André se posicionou ao seu lado.

"Dré. Não parece como anos atrás?"

André concordou. O cenário era parecido, água e noite, o seu amor, e sentimentos escondidos. O exato cenário de anos atrás, apenas com homens no lugar de garotos. "De fato."

"E eu vou deixar ainda mais parecido." Bernado encarou André. "Você sabe, eu menti para você."

"Mentiu? Como assim?"

"Eu não sofri por não ter beijado ninguém. Nossas, nossas ações de semanas atrás, eu menti, eu, eu usei desculpas para tocar você." Ele não parecia arrependido.

O rosto de André ficou vermelho. O que ele poderia falar? Que também se aproveitou de Bernado?

"Dré. Eu acho que te amo. Quer dizer! Eu não acho! Tenho total certeza que te amo. É vergonhoso dizer isso, ah, eu, amo você, seus cabelos, rosto, corpo, a pessoa que você é ao todo, sua inteligência principalmente, eu não sei mais o que elogiar, André, eu Bernado, príncipe do Oeste sou completamente apaixonado, você pode fazer o que quiser comigo, estou me entregando a você."

"P-pare de dizer coisas embaraçosas!" Ficou difícil diferenciar seu rosto de seus cabelos. André tremia por inteiro. Bernado se aproximou empurrando André sob seu corpo. Sem esperar demais, o beijou com vontade. André retribuiu o beijo. Palavras de amor são complicadas, mas para o homem, transmitir que o amava com suas ações seria mais conveniente. André colocou seus braços em volta do pescoço de Bernado.

Seus beijos mais intensos que antes, mordidas ferozes, línguas movendo-se com muito vigor, apertos fortes em sua cintura, Bernado parou por um momento, André já estava arfando. "Dré, eu amo tanto te beijar. Eu queria ir mais a fundo, ah, seu cheiro é tão bom." Ele encostou a cabeça no canto de seu pescoço. André fez carinho em seus cabelos, ele adorava.

Mas Bernado começou a morder, sem tanta demora, suas mãos apareceram dentro da camisa branca de André, apertando partes de seu corpo, beliscando sua lombar, até que o homem removeu as roupas superiores de ambos. Seus peitos agora estavam totalmente colados um no outro. Bernado mordeu André por todo o canto, e o mesmo devolveu atacando seu pescoço. O ambiente aquecia, e suas saliências continuavam.

"Ah, Dré eu não posso continuar. Sinto que irei perder o controle."

"Então perca, só há eu e você."

Bernado riu. "Eu sinto muito, mas, nossa primeira vez não pode ser aqui, e amanhã você precisa ir viajar."

André suspirou. Os homens colocaram suas camisas na grama e deitaram-se. Aconchegado no peito de sua paixão. André começou a falar. "Nós..."

"A partir de agora, nós estamos juntos, o que acha?"

Ele concordou. Ficar ao lado de sua paixão era confortante. Mas nem tudo seria fácil.

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Notas: 

como já diziam os filósofos: tem que estar junto pra separar(cap 1), amém. 

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